UEPG e Sebisa homenageiam contribuição de professores em solenidade

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) eternizou o nome de cinco de seus professores da área da saúde, na manhã desta sexta-feira (26). As homenagens partiram do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde (Sebisa), que concedeu medalhas de mérito universitário aos professores Ricardo Diniz Correia de Almeida, César Roberto Busato e Edison do Rocio Meister, pela contribuição com a instituição. Além das medalhas, os professores (in memorian) Gilberto Luiz Ortolan e Luiz Carlos Lavalle deram o nome a dois dos laboratórios do Bloco M.

O crescimento da UEPG e do Setor não seria o mesmo sem a contribuição dos docentes, conforme enfatiza a diretora do Sebisa, Fabiana Postiglioni Mansani. “Queríamos homenagear em vida professores que deixaram suas marcas no processo de formação nas diversas áreas do Sebisa. É uma emoção conceder as medalhas de mérito universitário, a maior honraria de uma instituição de ensino superior, a eles”. Para deixar registrada a passagem dos professores pela instituição, as homenagens foram aprovadas por unanimidade pelos membros do Colegiado do Sebisa e, posteriormente, pelo Conselho Universitário.

Emocionada, Fabiana relembra a passagem dos professores Ortolan e Lavalle. “Agradeço os esforços empenhados pelo Ortolan em fazer o seu laboratório um dos mais completos desse país. Da mesma forma, a história da Odontologia UEPG se confunde com a história de Lavalle, com uma vida longa e inspiradora de dedicação à profissão de cirurgião dentista. O Sebisa sempre será grato a eles”, adiciona.

Para o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, é um momento muito importante para a instituição, em que se reconhece o  trabalho de pessoas que construíram a história da Universidade. “Estamos homenageando trajetórias profissionais e relacionamentos que construímos, que transcendem a Universidade e o próprio período de vida que nos cabe”, ressalta. Fazer parte de uma Universidade Pública é fazer parte da história, segundo o reitor. “Não é a extensão da nossa vida que marca a importância dela, mas como vivemos o tempo que nos coube. Vocês, professores, nos inspiram, queremos ser como vocês, que representam a UEPG e o ensino público, gratuito e de qualidade”, completa.

Medalhas

A medalha de mérito universitário é destinada a reconhecer e premiar aqueles que tenham contribuído significativamente para a causa da educação e da cultura ou para o progresso da UEPG. “Nesses 34 anos de magistério, passaram por mim mais de 1800 alunos, os quais me dediquei para que se tornassem bons profissionais”, relembra o professor Edison do Rocio Meister, após receber sua medalha. Meister iniciou a carreira como professor da UEPG em 1988, atuando na disciplina de Biomateriais em Odontologia.

Dentre as várias contribuições para a UEPG, Meister desenvolveu projetos para atendimento a comunidade – uma delas ocorreu em parceria com o Exército Brasileiro, em que  acadêmicos realizavam atendimento odontológico para a população de Itaiacoca, Teixeira Soares e Ipiranga. “Tenho a certeza de ter contribuído como professor e amigo. Deixo a instituição, agora aposentado, mas levo comigo boas amizades que fiz com professores, alunos e funcionários. Tenho muita gratidão a todos”.

O rosto emocionado de César Roberto Busato durante toda a solenidade não escondeu o orgulho de ter feito parte da história da UEPG. O professor de Medicina contribuiu para a saúde do município antes mesmo da implantação do curso na instituição. “Quero agradecer a UEPG e o Sebisa pela outorga e indicação dessa distinção que muito me honra. As realizações não foram solitárias, pois sempre trabalhei em conjunto para criar e construir  a Universidade”, destaca.

Em agosto de 2007, Busato foi designado um dos membros da Comissão encarregada de realizar estudos de viabilidade da implantação do Curso de Medicina na UEPG, quando elaborou o projeto pedagógico, propôs projetos para melhoria da estrutura física do Bloco M e estabeleceu parcerias com a rede de saúde de Ponta Grossa, o que deu suporte para o início do curso. “Se algum mérito tivemos para receber esta honraria foi trazer para UEPG o DNA da medicina dos primeiros professores da região e também porque aqui estão ou estiveram vários profissionais que colaboraram. Conseguimos formar uma massa critica para perpetuar a história da medicina em Ponta Grossa, para o bem da medicina e para a honra daqueles que nos antecederam”, agradece.

O professor Ricardo Diniz de Almeida é atualmente um dos docentes que possui maior período de carreira dentro da instituição, sendo o docente ativo mais antigo do Sebisa. Mas o tempo, para ele, não passou. “É dificil sentir a passagem do tempo, pois sempre me senti muito jovem e com muita energia enquanto estava em sala de aula. Com a maturidade, aprende-se diversas coisas. Dentre elas, é que as pessoas são reconhecidas pelas ações e atos, mas também é possível ganhar respeito por mostrarmos boas atitudes”.

Dentre as diversas colaborações com a UEPG, o professor Ricardo, juntamente com o Departamento de Biologia, colocou em prática a elaboração de novos currículos do curso de Ciências Biológicas e sempre esteve presente nos planejamentos para as melhorias do curso. O docente ainda contribuiu com atividades administrativas e projetos. Sua mais recente contribuição foi auxiliar na inauguração do Museu de Ciências Naturais. “Posso afirmar que aqui consegui realizar grandes objetivos, angariar ótimas amizades e propiciar a formação de vários acadêmicos. O orgulho e a felicidade que sinto é muito grande por receber essa homenagem, a sensação é de dever cumprido”.

Laboratórios 

A estrutura da UEPG também teve a contribuição dos professores do Sebisa. Para eternizar os nomes dos docentes, o Laboratório de Biomateriais, do Curso de Odontologia, recebeu o nome do professor Luiz Carlos Lavalle. A homenagem se estendeu ao professor Gilberto Luis Ortolan, que deu o nome ao Laboratório de Técnica Operatória do Curso de Medicina.

A partida precoce de Ortolan, em maio deste ano, pegou de surpresa familiares, amigos e colegas do professor. Ortolan foi o principal responsável pela montagem do Laboratório de Técnica Operatória, sendo docente da disciplina desde o seu ingresso na UEPG. “É uma honra para a família receber essa homenagem. Tenho certeza que de onde ele estiver também deve estar se sentindo muito honrado, porque ele batalhou muito por esse laboratório, vinha feliz dar aulas, gostava, era muito empolgado com a técnica operatória”, relembra a esposa e também professora da UEPG, Morgana Bérgamo Ortolan.

O Laboratório de Técnica Operatória, desde a sua inauguração, é considerado um modelo para a área, local onde são realizadas pesquisas por graduandos e pós-graduandos de cursos da saúde. “Essa homenagem foi uma ideia muito boa, sou muito grata à UEPG que fez ser possível, porque realmente é merecida e é um orgulho pra gente. É um momento triste e feliz – triste porque ele se foi, mas é feliz pelo reconhecimento do trabalho dele”, completa Morgana.

Dos 88 anos de vida de Luiz Carlos Lavalle, 34 deles foram dedicados à UEPG. Antes mesmo da Universidade existir como se conhece, Lavalle já atuava na Faculdade Estadual de Farmácia e Odontologia de Ponta Grossa. O amor pela docência o levou a atuar voluntariamente por um ano e meio, até ser efetivado em 1970 na UEPG, onde permaneceu até 2005. “Ele sempre gostou de lecionar. Quando ele saiu aposentado, chegou a chorar, pois queria continuar trabalhando. Ele tinha um prazer muito grande em trabalhar e lecionar aqui”, relembra emocionado Luiz Carlos Lavalle Filho, servidor da UEPG.

A família Lavalle tem longa tradição de contribuição na UEPG. Aída Mansani Lavalle, sua esposa, também foi professora da instituição. “A emoção dessa homenagem é muito grade, porque eu vim muitas e muitas vezes junto com ele aqui e ia para a minha sala. Sei do amor que ele teve pela sua sala e disciplina”, conta. Em 1971, o casal iniciou o trabalho e dedicação à disciplina de materiais dentários. “O trabalho que ele fez foi enorme, ele andou por todo o interior do Paraná junto com os alunos. Ele gostava do ambiente em que estava e tinha um interesse pela ciência muito grande”, relata Aída.

Lavalle foi extremamente ligado à Universidade e se aposentou aos 70 anos, obrigatoriamente, pela idade. “Essa homenagem foi muito merecida. Ainda estamos no luto, sentindo a falta dele, mas aqui, vendo pessoas que conviveram com ele, me sinto renovada. Saio daqui com grande agradecimento à UEPG, que foi durante muitos anos a minha casa”, finaliza.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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