Dia do Servidor: A dedicação de Elisa em trazer bebês ao mundo

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Um choro forte, e a pequena Alice veio ao mundo. Atenta, Elisa ouviu, já identificou e foi correndo atender à recém-nascida: “Acho que nasceu o nenê da sala do pré-parto. O choro deles é diferente, é um choro vigoroso”. A constatação vem da experiência de quem já ajudou a trazer ao mundo milhares de vidas como técnica de enfermagem. Enquanto outras integrantes da equipe cuidam da gestante, ela atende à bebê, que logo está limpa, com as primeiras vacinas em dia, vestida e enroladinha no cobertor, pronta para o colo da mãe. 

Com carinho e paciência, Elisa ajuda mãe e bebê a fazer a primeira amamentação. Os partos, pesagem dos bebês, cuidados com mãe e recém-nascido, auxílio no aleitamento materno, testes de glicose e orientações fazem parte da rotina de Elisa Rodrigues de Cristo Moreira, que trabalha na Maternidade do Hospital Universitário Materno-Infantil (Humai-UEPG). 

Ela atua há 17 anos como técnica de enfermagem; destes, sete foram dedicados ao Hospital Universitário. No início, ela passou por outros setores, como a Clínica de Imagem, mas assim que foi aberta a Maternidade, em 2016, Elisa logo voltou à área que é sua vocação: a recepção dos recém-nascidos. “Bebê e criança: são as duas áreas que eu gosto”, sorri. 

Elisa conta que o que mais gosta no cotidiano corrido da Maternidade é quando consegue fazer os bebês que têm hipoglicemia melhorar sem precisar oferecer complemento de fórmula, só incentivando a mãe a colocar no seio para sugar. “Você vê que vai aumentando a produção de colostro da mãe ao insistir para o bebê mamar. Isso também é muito gratificante, saber que aquela criança não precisa sair dali com fórmula, que poderia mais pra frente fazer mal pro intestino ou pro estômago”, explica.

O incentivo ao aleitamento materno é uma parte importante do trabalho na maternidade, para a técnica de enfermagem. A orientação sobre as vantagens tem o objetivo de conscientizar e educar, mas há um respeito à vontade das mães. “Mesmo quando tem uma mãe que não está conseguindo amamentar, você vai, insiste, não deixa elas desanimarem. Mas tem também as mães que não têm interesse em amamentar, o que é um direito”, ressalta. 

“A equipe da maternidade muda pouco e a gente acaba se aproximando muito”: é o que conta a técnica de enfermagem Maria Elisangela Alves, colega de Elisa, que passou cinco meses trabalhando na UTI Covid, no enfrentamento à pandemia, e ficou feliz por retornar à rotina da maternidade. “Eu estava com saudade das meninas”, ri. Nas brincadeiras e na interação entre as colegas transparece o clima do ambiente de trabalho, de companheirismo e amizade. 

Um destino: cuidar de crianças e bebês

Elisa se formou como auxiliar de enfermagem e, depois, técnica de enfermagem. Durante os cursos, ela já fazia estágios remunerados em hospitais da cidade, como o Hospital Vicentino. Na formação, passou pelo trabalho em diversos setores, como a Urgência e Emergência, UTI, Maternidade, UTI Neonatal e Pediatria.

Foi por isso que Elisa se sentiu em casa com a mudança da maternidade do Hospital Universitário para o Humai, nas dependências do Hospital da Criança, em agosto de 2020. Durante a formação como técnica de enfermagem, ela chegou a fazer estágio no hospital e o tempo passado ali é lembrado com carinho. “Na época em que eu fiz o estágio aqui, eu trabalhava com minha professora na ala de queimados, das crianças que sofreram queimadura. A gente passava a manhã inteira fazendo aqueles curativos de grande, média e pequena extensão”, recorda. Foi quando Elisa aprendeu a gostar do trabalho com crianças. 

Após se formar no curso técnico, os próximos dez anos foram dedicados ao trabalho na Maternidade Sant’Ana. “Só saí dali para assumir a vaga no Hospital Regional”. E o sentimento pelo hospital que passaria a fazer parte da vida dela nos próximos sete anos? “O meu sentimento é de orgulho, de fazer parte do crescimento, do trabalho”, enfatiza. 

Hospital Universitário e Regional

“É muito bom saber que faço parte da história do Hospital”, vibra a servidora. Ela narra que quando começou a trabalhar, o hospital atendia a poucos pacientes e ainda não recebia encaminhamentos no Pronto Atendimento (PA). “Só vinha pacientes de outras cidades para a UTI, tinha a clínica médica e a cirúrgica, mas não eram totalmente abertas”, explica.

Acompanhar o aumento no número de pessoas atendidas foi um orgulho para Elisa. “Quando abriu o PA, às vezes enchia os leitos das clínicas, e a gente ia ajudar os colegas. Tinha dias que era tão cansativo que a gente pedia: vamos fechar de novo!”, brinca. 

“É um hospital que faz a gente se aprimorar e que está passando sempre as novidades pra nós”. Ela enfatiza a formação continuada que recebeu nesses anos e os pequenos gestos de reconhecimento como pontos positivos que trazem motivação para o trabalho com os pacientes. 

Na Maternidade, o sentimento de Elisa se resume em uma palavra: gratidão. Ela se emociona ao pensar no resultado do trabalho e da dedicação: “Você sabe que é sofrido pra aquela mãe, mas na hora que nasce o bebê, é gratificante pra elas e pra nós também. Mesmo quando o bebê não nasce muito bem, conseguir recuperar sem precisar da transferência para UTI ou berçário é um sentimento maravilhoso”. 

O perfil do Dia do Servidor é um presente, neste ano: o dia tem um “gostinho” a mais para a Elisa, já que é também seu aniversário. “Acho que nasci para ser servidora!”, sorri.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Aline Jasper e Arquivo Pessoal | Fotos dos bebês autorizadas pelos responsáveis.


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