Seminário da UEPG debate formas de controlar o mexilhão-dourado no Brasil

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aliou ciência, economia e tecnologia para debater sobre o mexilhão-dourado no Brasil. O seminário ‘Inovação Biotecnológica para Controle Populacional do Mexilhão-Dourado’ apresentou os primeiros resultados da pesquisa que pretende pesquisar, durante quatro anos, o controle populacional do molusco. O evento aconteceu na última sexta-feira (02), no auditório da Fundação de Apoio da UEPG e Laboratórios do Departamento de Biologia Geral, Estrutural, Molecular e Genética (Debiogem), do Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva (PPG-BioEvol).

“Nossos avanços ainda são preliminares, mas promissores, conduzimos estudos de base para ampliar o conhecimento sobre a biologia da espécie e sua inter-relação com o meio ambiente”, explica o professor Roberto Artoni, coordenador da pesquisa. O mexilhão-dourado é um molusco originário da Ásia que chegou no Brasil em meados da década de 1990. Por não se desenvolver em seu habitat natural, o animal causa danos, como a piora a qualidade da água e prejuízos nas tubulações.

A pesquisa conduzida pela UEPG busca soluções para empresas, no controle populacional do mexilhão. “Já temos resultados originais que trazem novidades em relação ao comportamento, adaptação e estrutura populacional do mexilhão-dourado na região da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu em Capanema, no Paraná”, adiciona o coordenador.

Os avanços da pesquisa também destacam a caracterização genética da espécie. “Em laboratório, estamos empenhados na manutenção de exemplares em condições controladas e já atingimos mais de 200 dias com bichos vivos nessas condições”, informa Artoni. A pesquisa é financiada pela empresa Neoenergia, em parceria com o Instituto Lactec.

O evento

O seminário contou com representantes das empresas, equipes de pesquisadores, técnicos da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, especialistas auditores e alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado envolvidos no projeto. “As expectativas sobre a pesquisa são as melhores, mas dependem não só do empenho dos pesquisadores na obtenção de resultados, mas também da continuidade do apoio incondicional que temos tido, para o desenvolvimento regional,  conservação da natureza e em prol da sociedade”, complementa o professor Roberto.

Para debater a pesquisa, o evento contou com a palestra de Daniel Pereira que, no auditório da Fundação de Apoio à UEPG (FAUEPG), abordou o histórico da invasão do mexilhão-dourado no Brasil, pesquisa escrita por Maria Cristina Dreher Mansur, juntamente ao Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento. “Foi bastante gratificante participar, pois me senti muito bem recebido pela equipe do projeto, pela instituição, pelos alunos e demais integrantes da plateia”, conta Daniel. Para ele, as invasões biológicas são tema atual e de extrema importância para a sociedade, pois afetam a economia, ecossistemas e até a saúde pública. “O mexilhão-dourado tem afetado a pesca, a captação de água para consumo humano e industrial, hidrelétricas, a navegação, entre outros segmentos da sociedade”.

Segundo Daniel, a questão do mexilhão-dourado é complexa e demanda articulações institucionais. “Por isso, debates como este são essenciais para aproximar a sociedade da academia. Certamente o projeto que está sendo desenvolvida pela UEPG é inovador, a equipe esta muito comprometida com a produção de conhecimento científico de qualidade e aplicáveis no controle do mexilhão dourado nos ecossistemas aquáticos”, finaliza.

Durante a abertura do evento, o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, destacou a importância da articulação da Universidade em resolver problemas da sociedade. “Esse projeto representa uma concretização dessa missão da universidade pública, que é colocar todos os nossos ativos intelectuais e de equipamentos à serviço da comunidade”. O compromisso de fazer com que o conhecimento adquirido seja transformado em soluções para a comunidade é missão constante na UEPG, segundo o reitor. “O projeto é inovador e tem no seu DNA a preocupação ambiental, econômica e científica. Nos justifica como instituição pública, pois não basta apenas fazer a pesquisa para o laboratório, nós temos que ser relevantes para a sociedade”, completa.

Texto e fotos: Jéssica Natal

   


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