União pela garantia de direitos. O curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) deu início, nesta segunda-feira (16), à 7ª Semana de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes. O Encontro aconteceu no grande auditório do Cine-Teatro Ópera e reuniu estudantes e professores do curso, pesquisadores e entidades do poder público. O Evento acontece em alusão ao 18 de maio, data que marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Mesmo denominada como sétima edição, a Universidade realiza desde 2001 eventos alusivos ao 18 de maio. “Mas só depois de um tempo começamos a nominar e por isso é muito bom ver novas instituições e pessoas comprometidas com essa causa tão importante”, enfatiza a professora do curso de Serviço Social, Cleide Lavoratti. A Semana discute a Lei nº 13.431/17, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência. “A discussão da Lei foi uma demanda trazida pelos municípios para a Universidade, a qual passou a oferecer capacitações e orientações e, nesse ano, focaremos na temática da Lei”. Segundo Lavoratti, somente com ações interdisciplinares é possível fazer enfrentamento de violências. “Dada a complexidade dessa problemática, que não é somente no Brasil, mas em todo o mundo, e está presente em todas as classes sociais”, ressalta.
“Esse é um evento muito importante para a UEPG e região, pois somos uma Universidade Pública que tem o objetivo de trabalhar com questões que são do cotidiano e da realidade social”, salienta a pró-reitora de Extensão e Assuntos Culturais, Édina Schimanski. “Sem dúvidas, a questão das violências contra a criança e o adolescente se fazem presentes, lamentavelmente, por isso a importância de atividades como essa”, acentua. A professora parabenizou pela organização do evento, dada a sua relevância para mudança de realidades. “A violência é global e se faz presente e esse é o papel de Universidade e da extensão. Agradeço a todos que lutam por mais igualdade e justiça social”.
Poder público
O chefe da 3ª Regional de Saúde, Robson Xavier, enfatiza a parceria com a Universidade e entidades do poder público no enfrentamento de violências. “Nós trabalhamos em uma área de abrangência de 12 municípios, com 700 mil habitantes e no nosso cotidiano vemos que as equipes se sentem fragilizadas no enfrentamento de violências em que sofrem crianças e adolescentes”, conta. Mesmo com dificuldades, Xavier cita avanços. “Estamos em processo de pactuação de um protocolo de atendimento a pessoas em situação de violência. Esse instrumento já é de conhecimento dos nossos profissionais e nos ajudará a fazer um adequado registro e melhor acolhimento das pessoas”, enfatiza. 
O presidente do Conselho Estadual do Direito das Crianças e Adolescentes, Adriano Roberto dos Santos, destaca que a Semana traz uma reflexão sobre a democracia. “Para mim, a democracia começa na infância. E eu, como garantista de direitos, posso dizer que ela é inegociável. Abrir essa Semana me faz refletir sobre essa área”. O presidente explica que, participar e eventos como este, faz agentes do poder público se assumirem com garantistas do direito dos mais vulneráveis. “E mais, nos faz sermos eco de todas as crianças e adolescentes que representamos na nossa realidade”.
Atividades
O evento iniciou com a apresentação da Banda Lyra dos Campos e prosseguiu com a palestra “Para além da escuta: condições para materialização da Lei nº 13.431/17 nos municípios paranaenses”, com o procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná, Murilo José Digiácomo. As atividades seguem até sexta-feira, com oficinas, palestras e panfletagens.
Texto e fotos: Jéssica Natal
