Professor da UEPG tem artigo publicado em questão do Enade 2021

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A edição de 2021 do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) contou a participação de um professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O professor do Departamento de História e coordenador do Programa de Pós-graduação em História, Luis Fernando Cerri, teve seu artigo apresentado como questão discursiva no caderno de perguntas dos cursos de História Licenciatura e Bacharelado.

Intitulado ‘Politização e consciência histórica em jovens brasileiros, argentinos e uruguaios’, o artigo é de autoria do professor da UEPG em parceria com a professora aposentada Geni Duarte. O trabalho faz parte de um dos primeiros artigos publicados pelo Projeto Jovens e a História, atualmente chamado de Projeto Residente, conforme explica o professor.  “A questão do Enade aborda um dos resultados comparados do Projeto, relativo a como os estudantes de cada país avaliam afirmações sobre os governos militares”, destaca. O professor conta que ficou sabendo da publicação do artigo no Enade por meio dos próprios alunos do curso de História, que fizeram o Exame em 14 de novembro.

A pesquisa demonstrou que em países como o Brasil, em que transição da ditadura para a democracia não foi acompanhada de uma justiça de transição e um investimento educacional e cultural de valorização da democracia, há mais espaço para opiniões que avaliam positivamente a ditadura militar entre os jovens. “Isso não acontece em países em que há níveis mais altos de politização, como o Uruguai, ou que tiveram uma transição rigorosamente democrática, com a punição de torturadores e líderes políticos autoritários”, explica Cerri.

O Projeto Residente recebeu financiamento público em todos os anos em que atuou com estudantes, por meio da Fundação Araucária ou Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Projeto investiga temas de aprendizagem histórica, cultura política e cultura histórica, por meio de questionários fechados, respondidos por jovens de 15 e 16 anos, no Brasil e exterior. “No momento atual, em que há uma discussão acirrada sobre o Enem, com o Governo querendo que os exames tenham uma “cara do governo”, é importante destacar que o Enade ainda consegue ter um caráter técnico e sustentado em dados empíricos e no atual estado do conhecimento histórico, por mais que isso não esteja ao gosto do governante de turno”, completa.

Texto: Jéssica Natal | Foto: Jéssica Natal


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