Apresentações movimentam ruas, praças e outros espaços abertos da cidade

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A programação da Mostra de Teatro – 50º Festival Nacional de Teatro (Fenata), organizada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), conta com diversos espetáculos gratuitos, apresentados ao ar livre. A Mostra de Rua trará apresentações na Praça Barão do Rio Branco, na Praça Marechal Floriano Peixoto e no Calçadão, às 10h e às 16h. A Mostra Especial e a Mostra Campos Gerais trará ainda espetáculos às 15h e às 16h, no Sesc Estação Saudade e no Lago de Olarias. A programação completa do festival está em www.uepg.br/fenata. Confira a seleção de espetáculos e os grupos que vão estar em contato direto com o público a partir de quarta-feira, dia 09 de novembro de 2022.

Mostra de Rua

A Caravana dos Pássaros Errantes
Grupo Nômade (São José dos Campos – SP)
Apresentação – 09 de novembro, às 10h, na Praça Barão do Rio Branco

Foto: Paulo Amaral e Júlio Mineto

O grupo Nômade mergulha em uma pesquisa na ancestralidade da atriz Ana Cristina Freitas para trazer para a cena do teatro suas raízes, recontando a história real de uma caravana cigana de passagem pelo Piauí em 1913, que, depois de um desentendimento com um poderoso comerciante, uma volante policial é chamada para persegui-los. Os ciganos agora terão que fugir do ódio e do preconceito se quiserem manter sua liberdade, mas o que eles não esperavam encontrar pelo caminho é uma antiga lenda guardada por séculos.

A encenação trata de temas como: o preconceito, a intolerância, as perseguições que continuam sistematicamente a existir contra as minorias, o protagonismo feminino que escolhe o não obedecer e escrever seu próprio destino, o combate ao colonialismo, as subjugações culturais, e o estado de liberdade.

O grupo, formado por Ana Cristina Freitas e Jonas di Paula, iniciou a pesquisa do espetáculo em 2014, com profissionais renomados do meio teatral e literário como Luís Alberto de Abreu, com orientação dramatúrgica; Cristina da Costa Pereira, escritora que mais publicou sobre os ciganos no Brasil; Rafael Braga, na direção musical; e Atul Trivedi, na direção geral.

 

Caminhos
Cirkombi (Afogados da Ingazeira – PE)
Apresentação – 10 de novembro, às 10h, na Praça Marechal Floriano Peixoto

Caminhos é um espetáculo circense sobre sonhos. Nele, Sequinho traz em uma receita executada ao vivo, sua história como cozinheiro. Utilizando mágicas, malabares e poesia nos fala que profissão, além do nosso ganha pão, é nossa maneira de ser feliz.

A Cirkombi é formada por Pedro Milhomens – Palhaço Sequinho, artista popular de rua. Desde 2014 se encontra num projeto independente de teatro e circo itinerante que viaja a bordo da kombi “Granada” pelo Brasil, apresentando espetáculos, ministrando oficinas e realizando intervenções, assim como também pesquisa a cultura popular, a comicidade e a diversidade cultural existente no país. Até a data foram percorridos 150 mil quilômetros, passando por 19 estados.

O trabalho da Cirkombi leva na sua bagagem uma extensa pesquisa de teatro, malabarismo, palhaçaria, mágica, equilíbrio, dança, contação de histórias e brinquedos populares. Busca  a fusão do teatro, das técnicas circenses, da música e do palhaço numa arte popular subversiva e questionadora.

 

Números
Cia. Os Palhaços de Rua (Londrina – PR)
Apresentação – 12 de novembro, às 10h, no Calçadão

Foto: Lis Sayuri

Embarque em diversão no tresloucado mundo de Batata Doce e Turino, os dois palhaços que acabam de chegar de suas andanças pelo mundo afora e estão loucos para mostrar as coisas que aprenderam em sua alegre aventura. Entre saltos e labaredas, eles fazem as maiores confusões na hora em que um vai ajudar o outro. Os palhaços tentam apresentar um espetáculo de números perfeitos, mas a ameaça de um desastre artístico está pairando sobre a dupla como um fantasma.

A Companhia Os Palhaços de Rua desenvolve desde 2013 pesquisas na área da comicidade física com enfoque na arte do palhaço. Teve sua origem a partir do encontro das pesquisas dos atores Adriano Gouvella e Lucas Turino, ambos bacharéis em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Os Palhaços de Rua já se apresentaram nos estados do Acre, Rondônia, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Ceará, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Paraná, realizando mais de 300 apresentações em inúmeros festivais, mostras e encontros artísticos pelo país, recebendo prêmios e críticas do júri especializado.

 

O Ovo da Cuca
Grupo Desembargadores do Furgão (São Paulo – SP)
Apresentação – 11 de novembro, às 16h, no evento PG Memória, em frente à Estação Saudade

Foto: Ricardo Avellar

A peça é uma sequência de imagens feitas com máscaras que monta retratos sobre liberdade. Ao emergirem de dentro da caixa de madeira colocada no espaço vazio, seres simbólicos relacionam-se com o publico e com o entorno, tudo isso ao som da trilha feita por um violoncelo. Aos poucos, constrói-se uma dramaturgia não linear e porosa, permitindo que cada espectador possa adentrar as cenas e criar significados próprios de acordo com as referências de cada um.

Em nosso mundo moderno, totalmente vigiado e monitorado, qual o significado de liberdade? Os discursos prontos, as opiniões em massa, manipulação diária de notícias, robôs produtores de conteúdo. Como distinguir o que verdadeiramente se pensa? Será livre nosso pensamento? A peça aborda essas temáticas de forma simbólica e lúdica usando máscaras e seres imaginados.

O grupo Desembargadores do Furgão surge em 2013 fundado por quatro atores formados na Unicamp. O grupo tem dois espetáculos frutos da pesquisa em máscaras balinesas e sua transposição para a cultura brasileira, além disso cada artista se dedica a uma pesquisa pessoal independente como é o caso dos espetáculos “O ovo da Cuca” e “Likomba”

 

Hi, Breasil
Grupo Olho Rasteiro (Curitiba – PR)
Apresentação – 12 de novembro, às 16h, no Lago de Olarias

Foto: Annelize Tozetto

Em um dia de domingo, cinco amigos partilham seus medos e anseios. O ato de preparar o café é também o ato de compartilhar a memória e relembrar em conjunto. Assim, tentam domar o tempo. Hi, Breasil! é a terra de um professor, uma mãe, uma atriz, uma jovem e um peixe que, por medo de ser fisgado, nada. É uma terra construída que fricciona o real com o ficcional, que tensiona presente e passado e eclode em momentos de realidades poéticas. Hi, Breasil é uma peça-manifesto-samba-enredo. É um grito contra discursos autoritários. Uma ode à utopia.

Criado em 2014, o Grupo Olho Rasteiro tem como foco de estudo a criação para a rua e espaços não-convencionais, partindo de criações coletivas e dramaturgias colaborativas para suas encenações, além da criação e direção musical como dramaturgia para a cena. Com 5 espetáculos de rua no repertório, o Grupo já se apresentou mais de 260 vezes entre Paraná, São Paulo e Ceará, com temporadas independentes, Mostras e Festivais. Com seu último espetáculo, “Hi, Breasil!”, recebeu em 2019 o Prêmio Especial na 39ª Edição do Troféu Gralha Azul e 10 prêmios no Festival Internacional de Teatro de Guaranésia (FETEG 5º Acto), incluindo o de “Espetáculo Destaque”, no ano de 2022.

 

Mostra Especial 

 

Tucumã & Buriti – As brocadas do Tarumã
Grupo Jurubebas de Teatro (Manaus – AM)
Apresentação 08 de novembro, às 15h, no Sesc Estação Saudade

Foto: Larissa Martins

Até onde sua fome pode te levar? A obra de origem popular conta a história de duas irmãs que nasceram grudadas pelo umbigo, na comunidade ribeirinha de Julião, no coração da Amazônia. Tucumã e Buriti tem seus desejos de matar a fome, uma delas quer ficar, outra delas quer partir. Então, o rio Tarumã vira palco para história que traz também elementos da natureza, da vida cotidiana amazônica e do imaginário da própria comunidade.

O Grupo Jurubebas de Teatro foi fundado em 2016, nasceu do desejo de compartilhar vivências e experimentar o fazer teatral na cidade de Manaus, tendo como motriz de sua existência as relações humanas em sociedade. São 5 anos desenvolvendo atividades artísticas, circulação nacional e regional de seus trabalhos e produções teatrais voltadas para os mais diversos públicos de teatro no Brasil. Desenvolve pesquisas voltadas às dramaturgias de auto ficção, teatro performativo e produção teatral de forma descentralizada. Tem como principal objetivo fortalecer o processo de inclusão através de oficinas formativas para pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIA+ da periferia de Manaus.

 

Fada Maria
Grupo Lampejo (Ponta Grossa – PR)
Apresentação – 09 de novembro, às 15h, no Sesc Estação Saudade

Foto: Gabriel Ramos

Vinda do mágico Vale das Fadas, a mais que curiosa Fada Maria, vive com sua obsessão pelo Mundo dos Humanos. Movida pela sede de conhecimento, a fadinha decide partir em uma aventura com destino ao nosso mundo, porém no caminho da Floresta do Enigma ela encontra amigos que a fazem ver que a relação dos humanos com a natureza é um tanto quanto complexa, o que a leva a acreditar que pode fazer alguma coisa em relação a isso. O espetáculo infantil usa da interação com bonecos a uma reflexão sobre como estamos cuidando do único planeta que temos.

O Grupo Lampejo nasce no ano de 2019 formado pelos artistas Ana Almeida, formada em Técnico em Teatro pela Academia de Artes Cênicas Cena Hum, exercendo as funções de atriz, figurinista, maquiadora, operadora de sonoplastia e luz, dançarina e produtora; contando também com o estudante do curso de Bacharelado em Artes Cênicas Levi Hilgemberge que administra as funções de ator, contra regra, diretor, sonoplasta e dramaturgo e técnico em iluminação e sonoplastia; e Paulo Henrique, estudante de Tecnologia em Produção Cênica nas funções de cenógrafo, diretor, produtor, operador de sonoplastia e ator. A equipe contou com o 49° Fenata para sua estreia presencial, concorrendo a categoria de Júri Popular na Mostra Principal.

 

Eu, Migo e Meu Umbigo
O Bando Pero No Mucho (Santos – SP)
Apresentação – 10 de novembro, às 15h, no Sesc Estação Saudade

Foto: divulgação

Suspiro, um palhaço, e sua mala de memórias, interagindo com suas lembranças. Em meio a diálogos inversos, o espetáculo busca de forma simples, mostrar a vida de um palhaço, que tenta (re)encontrar o amor em tempos invisíveis. A encenação dialoga de forma plural sobre o egoísmo cotidiano, onde ninguém mais se enxerga, com o uso de Mímica, Música, Palhaçaria, e manipulação de objetos.

O uso da linguagem não verbal (ou quase…), é uma outra proposta da apresentação, que busca dialogar com o público, por meio de outras formas de comunicação que colocam a imaginação como construtora da história.

A mala, compondo a cenografia, tem a função de uma memória esquecida, onde estão guardadas pequenas reminiscências: um casaco, um chapéu e uma sanfona. Aos poucos, são adicionadas as lembranças, conduzindo o público para dentro da imaginação do palhaço.

 

O Gari
Circo Rodado (Curitiba – PR)
Apresentação – 11 de novembro, às 15h, no Sesc Estação Saudade

Foto: Larissa Lima

Tropo Opo é um gari que está a um passo de se tornar o funcionário do mês. Ele entra em cena para cumprir sua função: manter limpa a região que lhe cabe. Criando e se reinventando, entre bobagens e poesia, instantes e possibilidades, o encontro acontece…

A Companhia Circo Rodado é um grupo de palhaços que desenvolve, desde 2014, espetáculos e apresentações tomando por base entradas e reprises da palhaçaria clássica, atualizadas ao contexto e às questões contemporâneas. Formada pelos palhaços Abelardo Biloba (Paulo Carneiro), Tropo Opo Topeira (Mateus Tropo) e Pelúcia (Bruno Mancuso), a trupe propõe trabalhos versáteis e populares, compatíveis tanto com o espaço democrático das ruas palcos e  picadeiros.

Espetáculo Convidado

Tropeço
Tato Criação Cênica (Curitiba – PR)
Apresentação – 13 de novembro, às 15, no Sesc Estação Saudades

Foto: divulgação

Montado sobre uma bancada, com iluminação apenas de velas, Dico Ferreira e Katiane Negrão conduzem a história. Utilizando apenas as mãos e sons onomatopeicos, os artistas trazem à vida um casal de velhinhas e suas idiossincrasias, num micromundo cheio de sutilezas, afetos e nostalgia. Nessa bancada, as mãos dos dois atores e performers dão vida aos personagens que dançam, riem e principalmente amam.

Tropeço já percorreu o mundo, sempre trazendo na bagagem o reconhecimento de sua estética e de sua alta complexidade de ser simples. A Cia foi formada em 2004 em Ouro Preto (MG), com a junção dos trabalhos de Dico e Katiane. Desse processo, surgiu o espetáculo “Tropeço” e a oficina “Em Busca de Uma Dramaturgia Física no teatro de animação”. Atualmente a sede da Tato Criação Cênica fica fica em Curitiba.

 

Mostra Campos Gerais

 

Entre o Sol e a Lua
Grupo Dia de Arte (Ponta Grossa – PR)
Apresentação 13 de novembro, às 16h, no Lago de Olarias

Foto: Luana Budziak

O espetáculo Entre o Sol e a Lua é uma história de dois amigos que se aventuram numa jornada em busca de seus sonhos. Carmélia e Lobato enfrentam perigos e fazem descobertas muito importantes. De maneira lúdica e com uma linguagem divertida e didática, busca prevenir as crianças contra o assédio infantil. A peça aborda esta temática com muito cuidado, para que a mensagem seja entendida pelo seu público de forma eficiente. Trata-se de um espetáculo de teatro mambembe voltado ao público infantil, com músicas e efeitos sonoros especiais. A obra é inédita, escrita por Michella França, com músicas também autorais. Um texto poético e lúdico falando de um tema muito atual e importante nos dias de hoje.

O Grupo foi criado em 2014 com o seu primeiro espetáculo direcionado ao público infantil “Heróis da Natureza”, que venceu o Prêmio Circulação de Espetáculos do Município de Ponta Grossa, em 2015. No ano seguinte, participou da Mostra Especial do Fenata, com o espetáculo “Uma aventura no mundo dos Livros” e fez circulação em diversas cidades do Paraná. Em 2017, estreou o espetáculo “Ai! Sumiram os brinquedos” e venceu o edital “Prêmio Domingo tem teatro 2017” da Secretaria de Cultura do Paraná. No mesmo ano, participou do Fenata e ganhou o prêmio de Melhor Espetáculo na Mostra Campos Gerais. O Grupo também tem os espetáculos na categoria adulto “Um flash de nós mesmos” e “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”. Em suas apresentações pelo estado, coleciona prêmios e editais. Em 2021, estreou o espetáculo “Entre o Sol e a Lua “em praças da cidade de Ponta Grossa e participou da Mostra Paralela online do Fenata de 2021.

A Mostra de Teatro – 50º Festival Nacional de Teatro (Fenata) é realizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Fundação de Apoio à UEPG (FAUEPG), com patrocínio da GMAD, Deragro – empresa do Grupo Lavoro, Belgotex do Brasil, Tratornew e Shopping Palladium. Conta ainda com o incentivo da Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur) e Conselho Municipal de Turismo (COMTUR). O Fenata tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Teatro Marista Pio XII, Fecomércio – Sesc Estação Saudade e Museu Campos Gerais; e promoção da RPC.

Texto: Sandrah Souza Guimarães | Fotos: Divulgação Fenata

 


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