Lama/UEPG comemora certificação de 29 famílias pela Rede Ecovida de Agroecologia

Compartilhe

A Rede Ecovida de Agroecologia certificou 29 famílias em Ponta Grossa. A entrega dos certificados aconteceu no último dia 18, no Pré-Assentamento Emiliano Zapata do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O processo de certificação conta com a assessoria técnica do Laboratório de Mecanização Agrícola, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Lama/UEPG).

O Laboratório desenvolve trabalhos em parceria na comunidade, através de dois projetos com financiamento público: Paraná Mais Orgânico, que tem apoio institucional da Superintendência de Ensino Superior (SETI) do Governo do Estado, e Rede Anunciação de Agroecologia, que tem apoio do BNDES e Fundação Banco do Brasil. Estudante de Agronomia na UEPG, Alexsandro Silva Santos, 18 anos, mantém o trabalho no Emiliano Zapata e também recebeu o certificado: “trabalhamos dois anos acompanhando a produção para garantir o reconhecimento da Rede Ecovida, que hoje mostra nosso compromisso com a agroecologia”, diz.

O certificado tem validade de 12 meses e a expectativa da coordenação da Cooperativa é ampliar o número de certificações nos próximos anos. “Queremos produzir comida sem veneno, preservar a natureza e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas que consomem nossos produtos”, explica Genecilda Gotardo.

As 29 famílias receberam o certificado, que confirma um compromisso de que a produção de dezenas de alimentos (verduras, frutas, raízes ou temperos) é feita sem o uso de qualquer agrotóxico.  “Os projetos de pesquisa e extensão possibilitam manter profissionais e estudantes, que contribuem na produção orgânica de alimentos, nos processos de apoio à comercialização e a certificação é uma das atividades”, explica Guilherme Mazer, mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (UFFFS), que trabalha no Lama como engenheiro agrônomo.

Cerca de 4700 produtores possuem a certificação da Rede Ecovida de Agroecologia, desses 1986 estão no Paraná. Nos Campos Gerais, o maior núcleo da rede é o Maria Rosa da Anunciação, localizado no município de Lapa, com mais de 400 agricultores certificados. “O Paraná é o estado com maior número de agricultores orgânicos certificados”, destaca a engenheira agrônoma Alice Karine Vriesman, que integra a equipe de profissionais do Lama/UEPG.

Os agricultores do Emiliano Zapata entregam parte da produção orgânica para escolas do Município e do Estado, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para o Exército Brasileiro através da Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de participarem do programa Feira Verde em Ponta Grossa e do projeto Rede de Mulheres produtoras em agroecologia (em parceria com a Incubadora Solidária – IESOL UEPG), que semanalmente entrega produtos agroecológicos no Campus Central da UEPG.

“É uma conquista da história da ocupação e de toda comunidade”, comemora Marcelo Ishimaru, um dos dirigentes da Cooperativa Camponesa de Produção Agroecológica da Economia Solidária (Cooperas), criada em 2011, que organiza a produção e comercialização no Emiliano Zapata, em PG.

O processo de reconhecimento da produção agroecológica conta com uma metodologia participativa, em que os próprios agricultores se fiscalizam e estabelecem uma relação de confiança, onde a responsabilidade compartilhada permite a certificação dos produtos orgânicos.

A Rede Ecovida de Agroecologia funciona de forma horizontal e descentralizada, a partir da “organização das famílias produtoras em grupos informais, associações ou cooperativas, que se articulam com associações ou cooperativas de consumidores, ONGs e outras instituições”, formando núcleos regionais nos três estados do Sul (RS, SC e PR).

 


Compartilhe
Skip to content