Grupo que auxilia cães na UEPG organiza bazar e pede doações

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As patinhas conhecem bem a vastidão do Campus Uvaranas. Com pelo fofo, olhos brilhantes e audição aguçada, os cachorros que vivem na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sempre podem contar com aquele cafuné da comunidade universitária. Para que a vida continue feliz e saudável, eles contam com os cuidados do Grupo Focinhos, composto por servidores, que arca com alimentação, remédios e atendimentos veterinários. Em 03 de junho, das 08h às 17h, o Grupo promove um bazar para ajudar os cães e gatos que vivem na UEPG. O evento acontece na Paróquia da Igreja Bom Jesus, em Uvaranas. Interessados também podem doar roupas, calçados e outros itens em bom estado que possam ser disponibilizados para venda.

Dentre os animais que recebem atenção dos cuidadores, está Hiena. Porte médio, com pelos brancos e manchas pretas, ele chegou ao Campus com a pata machucada. “Por causa da dor, não conseguimos chegar próximo para prestar o socorro necessário. Dependemos, muitas vezes, da docilidade do cão para podermos fazer o que é preciso”, explica a servidora Lúcia Garrido, membro do Grupo Focinhos. Com o tempo, Hiena acabou chamando a atenção de várias pessoas, por andar sempre mancando. “Mas ninguém o socorreu. Levamos na clínica e foi constatado que ele não tinha quebradura, mas sim uma lesão grande na pata, feito por objeto cortante”. Além dos cachorros que vivem na UEPG, o Grupo também ajuda animais que andam pela instituição e, muitas vezes, são vítimas de abandono ou maus tratos. É o caso do Hiena. Até que ele seja adotado, o Grupo continua os cuidados com ele. “Não conseguimos adoção e nem lar temporário, por isso ele sempre volta ao Campus e continuaremos com o tratamento que foi passado”.

Outra personagem que tem o Campus como lar é a Mel, uma cachorra mestiça Pastor Alemão. Quando chegou no Campus, ela era somente pele e osso, com muita pulga e infecções. “Levei vitamina e remédio para ela”, relembra Lúcia. Quando ficou mais forte, Mel foi encaminhada para castração e ficou na clínica para fazer o pós-operatório, pois não havia outro local em que os cuidadores pudessem fazer o atendimento. “Deixar na clínica deixa tudo muito oneroso, mas não temos outra alternativa”, lamenta.

Trabalho constante 

Pela preocupação constante com os cachorros que vivem na UEPG, a equipe trabalha constantemente com doações, rifas e bazares. Criado em outubro de 2022, o Grupo trabalha todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, para suprir as necessidades dos cachorros, com alimentação, remédios, castrações e cuidado com possíveis ferimentos, com recursos, muitas vezes, vindos do próprio bolso. “Nossa ligação com essas criaturas divinas é a compaixão. A compaixão é um sentimento de tamanha nobreza, mas que infelizmente nem todos a possuem. É uma prática diária de amor e dedicação por seres que estão, com seus olhares tristes e assustados, nos pedindo socorro a todo momento”, relata a servidora Susana  Albuquerque, uma das fundadoras do Grupo.

Além da compaixão, o amor sem limites também atendeu ao Dino, que chegou na UEPG com algumas lesões pelo corpo. Nos primeiros dias pelo Campus, Lúcia lembra que Dino chorava bastante. “Até pensamos que estava machucado, mas não estava, era tristeza mesmo”. Dino tinha um lar, mas foi abandonado por ser idoso. Para que a vida fosse mais leve, ele foi castrado, vermifugado e vacinado. Pelo coração grande que tem, ele já passou por alguns apuros na UEPG. “Esses dias, estava atrás de uma outra cachorrinha que me avisaram que estava com um machucado, não a encontrei e vi que o Dino não estava bem, aí me falaram que um carro tinha batido nele”, explica. Lúcia levou Dino até a clínica, onde ficou até se recuperar, mas por um descuido o cachorro acabou desaparecendo. “Olha eu desesperada de novo, divulguei muito! Achei até que tinham sumido com ele, apesar dele ser um amorzinho e não incomodar. Um segurança que me ajuda muito acabou o encontrando dentro de um buraco. Nesse buraco tinha outra cachorrinha bem debilitada, bem magrinha. Com certeza ele deve ter ouvido e foi ver o que era, aí caiu também”, relata.

Como ajudar

Cachorros que não têm lar fixo acabam por ter a vida mais curta. Por isso, o Grupo Focinhos também oferece os cães para adoção. Enquanto o dia de encontrar uma família não chega, o trabalho continua, dia e noite, para acolher Bento, Caramelo, Sol, Brisa, Pantera, Mila, Bene (Raquel), Lobo, Marronzinho, César, Bernardo, Ravi, Mafalda, Rajadinha (Cotoca), Bella, Pretinha, Laka, Pudim, Pretinha da Odonto, Polaquinha, Pretinha do M, Mika e demais animais que chegam à procura de um lar. “O que queremos é que mais pessoas não apenas vejam, mas enxerguem o que está acontecendo bem debaixo de nossos olhos, e nos ajudem a ajudar. Toda ajuda, não importa como, é bem vinda”, complementa Susana.

As doações de objetos para o bazar podem ser deixados no Departamento de Enfermagem, Campus Uvaranas, Bloco M, Sala 112, com Susana; ou no Laboratório de Inovação Farmacêutica (Labinfar), bloco da Agipi. Para dotar ou fazer uma doação via PIX, o número é o mesmo: 42 99955 1770.

Texto: Jéssica Natal | Fotos: Aline Jasper e Divulgação


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