Pró-reitorias de extensão e de pesquisa avaliam trabalho durante seis meses de pandemia

Compartilhe

Há uma semana, em 16 de setembro, a Universidade Estadual de Ponta Grossa completou seis meses sob uma nova rotina administrativa e acadêmica, necessária por conta da pandemia de Covid-19. Desde a suspensão das aulas presenciais em 16 de março, posteriormente retomadas a distância em julho, as Pró-reitorias dedicadas à extensão e à pesquisa, Proex e Propesp, foram fundamentais tanto para adaptações internas quanto para ações externas de enfrentamento ao coronavírus.

Extensão e Cultura

O contexto da Covid-19 impactou de diferentes modos o trabalho da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex). A Pró-reitora, Cloris Grden, pondera que, “se por um lado muitos programas e projetos tiveram atividades paralisadas em decorrência das medidas de isolamento social, outros surgiram para dar respostas ao cenário vivido”.

Gdren destaca as ações de extensão contra o novo coronavírus propostas pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Fundação Araucária e Itaipu, que juntas investiram mais de R$ 4,6 milhões. A verba subsidiou bolsas para ações de extensão como o monitoramento de saúde em rodovias do Paraná, parcerias com a Regional de Saúde, atendimento via Call Center e ação de divulgação científica.

De acordo com a pró-reitora,  bolsas como as do Programa Institucional de Bolsas de Extensão Universitária (Pibex) e o Programa Institucional de Apoio à Inclusão Social – Pesquisa e Extensão Universitária (Pibis), que têm recursos próprios, tiveram seus editais mantidos, permitindo a continuidade de trabalhos cujas demandas aumentaram em virtude da pandemia. É o caso do Programa de Extensão UEPG Abraça, Núcleo Maria da Penha (Numape), Programa Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), Programa Patronato UEPG, entre outros.

Com protocolos sanitários, a Proex precisou reconfigurar seus eventos anuais. “O 18º Encontro Conversando Sobre Extensão (Conexionam) e o 3º Encontro Anual de Extensão (Eaex) contarão com programação remota, mas não menos envolvente e produtiva”, destaca a pró-reitora. O 48º Festival Nacional de Teatro (Fenata), por sua vez, trabalhará com a dramaturgia brasileira por meio de um concurso que selecionará textos teatrais para composição de um livro. O Museu Campos Gerais (MCG), fechado para visitações, criou uma alternativa para os visitantes, um tour em 360º permite que as exposições do museu sejam apreciadas virtualmente.

A Editora UEPG foi pouco impactada pela pandemia. A livraria virtual e o atendimento a livreiros distribuidores continuam funcionando normalmente. Todo o processo editorial de recebimento, avaliação e edição de novos livros e o apoio aos periódicos institucionais por meio do trabalho de diagramação e suporte à Plataforma Open Journal Systems (OJS), junto com o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), estão mantidos.

Outra atividade especial é a edição de um livro com registros da fauna e flora do campus Uvaranas pela Editora UEPG. O material está sendo organizado pelos professores Rosemery Segecin Moro, Silvia Meri Carvalho, Melissa Koch Fernandes de Souza Nogueira, Marta Regina Barrotto do Carmo,  Denilton Vidolin, Luis Antonio Esmerino têm catalogado as principais espécies árboreas, aves e animais.

 

 

 

 

O acadêmico Anderson Fidelix, a jornalista Aline Jasper e os professores Luiz Antônio e Denilton são os responsáveis por fotografar as espécies. “As imagens integrarão um livro que será finalizado no ano que vem, porém é preciso registrar agora, período em que cada árvore terá seu tempo de florada”, explica Jasper.

A pró-reitora de extensão, Clóris Regina Grden, destaca a atuação dos professores extensionistas durante a pandemia. “Uma parceria importante se estabeleceu entre os professores extensionistas atuantes nos projetos ligados à Covid-19, a Proex e a Editora. Isso resultou no lançamento, via Proex, de 13 e-books que, por meio de linguagem acessível e ilustrações lúdicas, tem fornecido à população informações científicas importantes sobre a doença”, ressalta.  O último livro lançado pela Pró-reitoria “Covid-19 – Orientações para os professores” pode ser encontrado no site da Proex.

Outra atividade importante realizada durante a pandemia foi o projeto de retomada da economia local, um trabalho por docentes da UEPG junto ao Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), Sebrae e Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Uma das coordenadoras do projeto, a professora de Economia, Augusta Raiher, explica o plano de diagnóstico econômico. “Inicialmente, tínhamos cinco áreas indicadas tanto pelo Conselho quanto pelas entidades junto à prefeitura e à Universidade. Após este processo, foram selecionados professores para elaborar um questionário e fazer um diagnóstico de avaliação”. Mais de 500 empresários responderam os questionários acerca das políticas públicas que poderiam ser adotadas em Ponta Grossa, a fim de melhorar a saúde financeira do município no contexto de pandemia. “Este trabalho é muito importante porque ele poderá guiar as próximas políticas públicas que serão implementadas aqui, todas elas com o foco de uma retomada ágil e sustentável. Os estudos estão sendo focados em atividades produtivas e encadeamento, exportações, qualificação de mão de obra, inovação, investimento em infraestrutura e relações produtivas de trabalho”, ressalta a pesquisadora.

Pós e pesquisa

A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), no que diz respeito às bancas de trabalhos da pós-graduação, permaneceu atuante durante a pandemia. Mais de duzentas defesas foram realizadas de maneira remota. O pesquisador em Ciências Sociais Aplicadas, João Carlos Oliveira, defendeu sua tese de doutorado no mês passado e descreve como foi a preparação para a banca. “O NTI foi responsável por abrir a sala, dar apoio técnico e gravar a defesa. Coube a mim e ao orientador fazer o convite para as outras pessoas. No caso dos alunos do doutorado e do mestrado, como também os professores, foram chamados via grupo de Whatsapp do programa de pós-graduação”. O jornalista, agora Doutor, destaca o papel da tecnologia para as defesas de trabalhos de conclusão de curso. “Acho que cada vez mais, independente deste momento difícil que atravessamos, precisamos desta tecnologia porque facilita a participação dos professores de fora”, completa.

A maioria das pesquisas presenciais foi paralisada como normativa de segurança para proteger pós-graduandos, orientadores e técnicos. Foram garantidas apenas aquelas com necessidade de manutenção, como pesquisas experimentais com plantas, células, tecidos, alimentos, estruturas de construção civil, avaliação temporal de materiais e reações químicas, entre outras.

A Propesp manteve o funcionamento de diversos projetos contemplados por agências de fomento. A Pró-reitoria comprou aparelhos e reagentes para pesquisas e ações de prevenção, além de implementação de novas bolsas. “Vale ressaltar que, neste ano, mesmo com todas mudanças e dificuldades relacionadas à administração federal, a UEPG reúne cerca de 300 bolsas de mestrado e doutorado”, informa o Pró-reitor. Giovani Fávero complementa que os projetos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Araucária tiveram resultados positivos nos órgãos de avaliação. “Isso permitiu que a instituição pudesse ter mais bolsas de Iniciação Científica e Iniciação Tecnológica em relação ao ano passado”,  acrescenta Fávero.

Além das atividades locais, a Propesp realizou parcerias com outras instituições do estado para realizar trabalhos de monitoramento, prevenção e conscientização sobre a pandemia de Covid-19. O pró-reitor Giovani Fávero coordena ações em Curitiba e Região Metropolitana junto ao Departamento Penitenciário do Paraná (Depen/PR), Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa/PR) e Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho. “Associado à ação de extensão, inúmeros dados estão sendo coletados, gerando trabalhos científicos, principalmente nas áreas de Saúde Pública e Educação em Saúde. Informações levantadas já renderam e-books e artigos científicos. Essas parcerias têm como característica o tripé de ensino, pesquisa, extensão, e vão deixar um legado regional em todas as instituições envolvidas”, enfatiza Giovani.

O Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu) está em funcionamento num novo prédio e os equipamentos estão gradativamente sendo instalados. A Pró-reitoria destinou a maior parte de recursos externos para a manutenção de equipamentos multiusuários. “É importante destacar também a rápida progressão da obra do CT-Agro”, ressalta Fávero.

O pró-reitor salienta o esforço para atender a comunidade acadêmica. “Uma comissão foi organizada para avaliar pedidos individuais de docentes e pós-graduandos para a realização de pesquisas presenciais em diferentes laboratórios. Os pedidos são avaliados pelo Colegiado do Programa de Pós-graduação, em seguida, pela Comissão da Propesp que, após uma criteriosa análise, orienta quanto à possibilidade ou não do desenvolvimento da pesquisa”.

Histórico

Após a suspensão das aulas em 16 de março, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) passou a operar de forma remota em todas as suas atividades. Tendo em vista a nova realidade de trabalho, a UEPG se adaptou de acordo com as regras de distanciamento social. Com o decreto 4230/2020, os servidores do Estado do Paraná passaram a atuar no modelo de teletrabalho. Conforme as normas de distanciamento foram se modificando, a UEPG passou a adotar o expediente presencial em escalas, para a manutenção de serviços essenciais. Pessoas consideradas como pertencentes ao grupo de risco atuam apenas em home office.

Com restrições sanitárias, as pró-reitorias continuaram em funcionamento e começaram a realizar novas ações de acordo com as normas da pandemia. Mesmo nesse contexto, as pró-reitorias de extensão e pesquisa seguiram desenvolvendo inúmeros projetos que auxiliaram os estudantes e professores neste período difícil e ajudaram a promover o conhecimento produzido na instituição.

Em breve, com o decreto do governador que autoriza o funcionamento das repartições públicas, será apresentado um plano de abertura gradativa dos campi apenas para atividades administrativas e ações didáticas específicas. As aulas presenciais continuam suspensas até 31 de dezembro de 2020. Até lá, as atividades ocorrem remotamente, com todo o suporte da Universidade.

Texto: Julio César Prado e Luciane Navarro        Fotos da capa e dos pró-reitores: Luciane Navarro      Fotos do Fenata e Editora: Aline Jasper

Compartilhe

 

Skip to content