No Dia da Consciência Negra, UEPG destaca os 10 anos do Nuregs e Ações da Prae

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Nesta sexta-feira, 20 de Novembro, em que se comemora o dia da Consciência Negra, a Universidade Estadual de Ponta Grossa destaca o trabalho realizado pelo Núcleo de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e Sexualidade (Nuregs/UEPG), que completa 10 anos em 2020. A UEPG aborda também as ações promovidas pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis referente à reserva de vagas na instituição.

“Neste dia 20 de Novembro é dia de celebrar as pesquisas, ações, projetos, parcerias que desenvolvemos em prol de uma sociedade mais justa, equitativa e igualitária”, afirmou a professora Aparecida de Jesus Ferreira, idealizadora do Núcleo. “O processo de reconhecimento da identidade racial negra é algo muito complexo no Brasil devido ao racismo mascarado que existe no país, por isso são necessárias ações efetivas de inclusão social”, completa.

A equipe do Nuregs é composta pelas professoras Ione Jovino, Edina Schimanski, Cloris Torquato, Joana Pupo, Marly Soares e pelo professor José Galdino. A pró-reitora de Assuntos Estudantis Ione Jovino contextualiza que o Nuregs surgiu num momento em que a Universidade ampliava seu corpo docente, com professores interessados em pesquisas sobre raça e gênero. “O Nuregs coloca a UEPG no cenário nacional e internacional de produção de conhecimento sobre questões raciais negras”, conta Jovino.

Dentre as ações promovidas pelo projeto nesse ano, em colaboração com setores de dentro e fora da UEPG, estão: o XI Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as (Copene), organizado pela Universidade Federal da Paraná, com o apoio do Nuregs e da UEPG, e o Seminário de Ações Afirmativas/Prae, e vários Congressos Nacionais e Internacionais.

Comissão avalia Programa de Reserva de Vagas

Entre os dias 03 e 05 de novembro, a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade da Universidade Estadual de Ponta Grossa (DAAD – UEPG) realizou evento para debater o sistema de cotas no ensino superior público. Segundo a Pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae), Ione da Silva Jovino, após o encontro, a UEPG montou uma comissão para analisar o programa de reserva de vagas e ações afirmativas aplicadas na instituição. “A equipe já começou os seus trabalhos e deve trazer questões importantes para que possamos rever e aumentar, não só a quantidade de alunos negros na universidade, mas também, propor ações efetivas de acompanhamento desses estudantes e suas trajetórias, bem como apontar ações de acolhimento e de permanência para que esses alunos continuem na universidade e terminem com sucesso os seus cursos”, explica Ione da Silva Jovino.

Visão dos estudantes

Segundo o aluno da UEPG Andre Amaro Mamedio dos Santos existe um imenso abismo de oportunidades entre estudantes brancos e negros no Brasil. “É fundamental que se tenha ações afirmativas para garantir a equidade no ingresso às universidades, o que permite ao estudante negro, em geral jovem, ocupar espaços e percorrer caminhos que historicamente lhe são negados”, afirma.

A estudante Marta Ferreira Pinto reforça a relevância das ações afirmativas promoverem a inclusão daqueles que foram historicamente privados do acesso às oportunidades. “Desde que criamos o coletivo dos estudantes negros, nós conhecemos uma porcentagem grande de estudantes negros dentro da UEPG e levantamos debates importantes. Professores e alunos têm promovido palestras sobre essas questões ligadas às políticas de inclusão dentro e fora da universidade com o objetivo de diminuir as desigualdades”, ressalta.

A egressa Tauane Cristhiane Roldan Mollo acredita que a sociedade impacta na iniversidade, assim como a universidade impacta na sociedade, potencializando o rompimento de estatísticas e a transformação da pluralidade dos espaços. “O nosso país não possui uma realidade de igualdade étnico-racial e isso sem dúvidas respinga na realidade acadêmica, onde as demandas universitárias são lineares a todos, mas as condições de cada estudante são discrepantes, não apenas condições materiais, mas até mesmo de formação prévia. De acordo com a acadêmica, “é fundamental que as políticas auxiliem na construção da universidade mais pluralizada, amparem os sujeitos desde o ingresso até a saída, delineando ainda mais o caminho da diminuição da desigualdade, com acolhimento mais humano, olho no olho e contínuo, para além das primeiras semanas de ingresso na instituição. Cada um que rompe com as estatísticas fortalece a nossa luta”, pontua.

Texto: Vanessa Hrenechen e William Clarindo    Fotos: Luciane Navarro

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