Call Center da UEPG realiza mais de 300 atendimentos em abril

Compartilhe

De acordo com levantamento feito pelo Núcleo de Tecnologia da Informação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (NTI-UEPG), o call center da Universidade realizou 372 atendimentos relacionados ao Coronavírus desde o dia 01 de abril. Os dados revelam que grande parte das ligações está relacionada à saúde mental, fragilizada em tempos de pandemia e isolamento social.

Os atendimentos são realizados por 90 residentes em saúde coletiva em forma de escala semanal, bem como pelos estagiários dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Além de esclarecer dúvidas sobre a Covid-19, no início do mês, seis psicólogas residentes em saúde coletiva, passaram a realizar acolhimento psicológico por telefone. A inclusão do serviço é resultado de uma parceria entre o Programa UEPG Abraça, o curso de psicologia da Faculdade Santana e a Fundação Municipal de Saúde, através do programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva.

Segundo os dados apresentados pelo NTI, das 372 pessoas que efetuaram a ligação, 20 declararam fazer parte do grupo de risco e 26 afirmaram estar em isolamento. Dos sintomas relatados, 27,07% estavam com febre, 24% com tosse, 16,54% com falta de ar, 16,54%, com mal-estar, 9,02% com coriza, 3,76% com congestão nasal e 3,01% com diarreia.

Sobre as doenças pré-existentes, 40,59% negaram ter comorbidades, 18,24% afirmaram ser cardíacos (com hipertensão, transplante ou doença não especificada), 14,71% disseram ter depressão, ansiedade e pânico, 9,41% apresentam pneumopatias (como asma, DPOC, bronquite, enfisema), 7,06% são tabagistas e 5,88% das pessoas têm diabetes.

Quanto às dúvidas esclarecidas, grande parte foi sobre “onde procurar atendimento” (25,68%), seguido dos temas: “ansiedade” (19,59%), “depressão, solidão” (18,92%), “isolamento, distanciamento social” (18,92%), “reclamação” (8,78%), “situação epidemiológica” (4,73%) e “denúncia” (3,38%). O coordenador do call center, Ricardo Zanetti, aponta que “a inclusão do acolhimento psicológico surgiu a partir da quantidade de queixas que chegavam por telefone”, diz

O projeto base do atendimento em saúde mental no call center foi idealizado e elaborado pelas psicólogas residentes em Saúde Coletiva da Fundação Municipal de Saúde. Atualmente, elas são responsáveis pelo atendimento e acompanhamento dos casos e contam com a colaboração do Programa UEPG Abraça e da Faculdade Sant’Ana para treinamento e também elaboração dos instrumentos de acolhimento.

“O apoio psicológico por telefone é uma maneira segura, rápida e gratuita que os profissionais de saúde mental encontraram para ajudar a população a enfrentar esse momento difícil: seja pela escuta de um desabafo, pela explicação sobre os fenômenos emocionais que as pessoas estão sentindo, pelas orientações de exercícios ou mudanças na rotina que podem facilitar a adaptação ao momento, ou pela identificação de situações de risco que necessitam, muitas vezes, de maior atenção dos serviços de saúde mental municipais”, conta a docente.

Para Lara, outro ponto importante sobre a atenção à saúde mental é trazer informações confiáveis nesse momento de pandemia. “Desempenhamos um papel na manutenção da adesão às medidas de prevenção da Covid-19, já que o rompimento do distanciamento social muitas vezes está atrelado ao sofrimento, à ansiedade, à saudade, ao desespero, à desinformação ou à angustia. Assim, o objetivo do atendimento psicólogo realizado pelo call center é ajudar nessas questões”, afirma.

A professora Pollyanna Kássia de Oliveira Borges, coordenadora local do Programa de Extensão, reforça a relevância de todos conhecerem o projeto. “A divulgação no momento é o mais importante porque precisamos fazer as informações chegarem até a população. Na área de call center, os estudantes têm trabalhado em parceria com a Fundação Municipal de Saúde e com os residentes de Saúde Coletiva do Município”, explica. Ela complementa que o call center é apenas uma porcentagem do projeto. “Também contamos, por exemplo, com os profissionais que estão atuando na rede SUS. Atualmente, temos seis unidades básicas de saúde com equipes do projeto extensionista. Dessa forma, é importante que as pessoas conheçam essas ações e saibam que temos pessoas habilitadas e capacitadas para cuidar delas”.

O projeto de extensão para o enfrentamento da Covid-19 é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária, da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e a da Secretaria de Estado da Saúde (SESA). A UEPG coordena os polos de Ponta Grossa (professora Pollyanna Borges e professora Fabiana Mansani), Curitiba e região metropolitana (professor Giovani Marino Favero, da UEPG; e Rafael Gomes Ditterich, da UFPR) e Paranaguá (professora Carla Luiza da Silva, UEPG; e Sebastião Cavalcanti Neto, Unespar).

Sobre o Call Center

A UEPG criou uma linha de Call Center dedicada a atendimentos psicológicos, ao esclarecimento de dúvidas e orientações sobre as formas de prevenção, cuidados e combate ao coronavírus. O atendimento é realizado pelo 0800 200 4300, das 8h às 22h, inclusive nos finais de semana. A Central de Informações atende 12 municípios da região dos Campos Gerais e o número adquirido pela instituição possui capacidade para 250 ligações simultâneas, com espera.

Dados referentes às ligações

Texto: Vanessa Hrenechen     Foto: Aline Jasper (na foto a fisioterapeuta residente Heri Carla)


Compartilhe

 

Skip to content