Grupo conquista aprovação de projeto de redução de poluentes junto ao CNPq

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O trabalho em equipe é via de regra da atuação do Grupo de Pesquisa em Materiais Funcionais e Estruturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Há 28 anos desenvolvendo pesquisas, o Grupo vinculado ao Departamento de Química conta com mais uma conquista para conta – a professora Sandra Regina Masetto Antunes conquistou Bolsa Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Bolsa é resultado de pesquisas desenvolvidas pelo Grupo, voltadas ao meio ambiente e sustentabilidade.

Desenvolver projetos que sejam úteis para a sociedade é o foco do Grupo. “Sempre procuramos contribuir para a sociedade, retornando o que foi investido em nós, na formação de recursos humanos e em estudos na área de meio ambiente e  desenvolvimento de novos materiais”, explica Sandra.  As frentes de pesquisa do Grupo envolvem química de materiais e energias renováveis, com desenvolvimento de pigmentos, biomateriais, catalisadores heterogêneos e materiais adsorventes para poluentes emergentes, compostos bioativos e biomateriais. “Todas as nossas pesquisas são aplicáveis para a sociedade, sempre pensamos por esse viés antes de iniciar um projeto”.

A pesquisa aprovada junto ao CNPq pela professora propõe o desenvolvimento de materiais que filtram gases poluentes, como H2S e CO2. “Aqui na região nós temos muitos dejetos de animais, assim como resíduos urbanos. Esses materiais podem ser utilizados para a produção de biogás”, explica. Biogás é um tipo de biocombustível produzido a partir da decomposição de materiais orgânicos de origem vegetal ou animal. “Um dos grandes problemas do biogás é que ele tem a presença de contaminantes, como H2S que, além de contaminar o meio ambiente, promove a corrosão de materiais que ele entra em contato”, destaca.

A pesquisa vem sendo desenvolvida desde 2018. “Nós estamos aproveitando a experiência no desenvolvimento de catalisadores e filtros e utilizando o conhecimento adquirido para dar uma nova aplicação”. Sandra ressalta que a conquista da Bolsa não é mérito próprio. “A gente não faz nada sozinho. Essa conquista foi com o Grupo de pesquisa e com interação com outros grupos e instituições”, esclarece.

A Bolsa na categoria em que Sandra recebeu tem especificidades. “Uma delas é o registro de patentes. O Grupo possui mais de 10 patentes, sendo que 3 foram concedidas”. Patente concedida é um documento feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) – a primeira patente concedida da UEPG é do Grupo de Pesquisa da professora Sandra.  “Nossa trajetória foi difícil, mas muito recompensadora. Sempre foi um objetivo do nosso grupo a formação de alunos profissionais e pesquisadores. Formar alunos é uma maneira de contribuir para a sociedade, pois aqui é tudo público”, destaca.

Equipe

O Grupo iniciou as atividades em 1994, com os professores (in memorian) Augusto Celso Antunes e José Caetano Zurita da Silva. Atualmente, além de Sandra, as pesquisas contam com atuação dos docentes André Vitor Chaves de Andrade; Christiane Ferreira Borges; Eder Carlos Ferreira de Souza; Maria Elena Payret Arrua; Jaqueline Aparecida Marques; e Suellen Aparecida Alves. Alunos da graduação, pós-graduação e de outros cursos e projetos da UEPG também colaboram com o desenvolvimento das pesquisas, além de professores do Laboratório de Mecanização Agrícola (Lama) – Pedro Henrique Weirich Neto, Luiz Cláudio Garcia, Jaime Gomes e Nátali de Souza. O Grupo também está ligado aos Programas de Bioenergia e de Química.

“Esta bolsa dá uma visibilidade para os Programas de Pós-Graduação e para a instituição como um todo, porque demonstra que tem uma consolidação da pesquisa e valoriza o trabalho dos pesquisadores”, salienta Christiane. A professora relembra a evolução do ensino e pesquisa na instituição. “Na década de 90, pouquíssima pesquisa se desenvolvia aqui e nós não tínhamos ainda programas de pós-graduação, mas trabalhamos muito para conquista de recursos para montagem de laboratórios e participamos ativamente na discussão de currículos de novos cursos”.

Para o professor Eder, o retorno para a sociedade que o Grupo oferece com suas pesquisas é motivo de orgulho. “Estudei aqui, fiz doutorado e voltei para ser professor. Sabemos que o nosso trabalho irá contribuir muito para a formação de novos alunos”, ressalta. Retornar à casa depois do término da graduação também foi escolha de Suellen. A professora acompanha, desde 2006, as pesquisas desenvolvidas pelo Grupo. “O nosso grande diferencial é trabalhar de modo transdisciplinar. Nós mantemos uma rotina periódica de reuniões, discussões, onde cada um tem a sua linha e essa integração é o que mais move o rupo”, finaliza.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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