Início de ano letivo: o começo de uma nova e marcante jornada. Na última segunda-feira (19), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) pôde conhecer e acolher seus 1623 calouros. A programação foi extensa durante a semana: cinco dias de atividades institucionais em todos os turnos, nos campi Uvaranas e Central, além das ações específicas desenvolvidas pelos cursos e diretórios acadêmicos, atléticas, veteranos e professores.
A semana iniciou com o convite da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) para que os calouros comparecessem no Centro Integrar (antigo PDE) e pudessem entrar em contato com informações importantes a respeito do futuro acadêmico de cada um na UEPG. Além de explicações sobre os programas desenvolvidos pela Prae, bolsas de estudos e a estrutura física da Universidade, os alunos puderam conhecer os coordenadores dos cursos e representantes da Pró-reitoria de Graduação.
Galileu, o mascote da UEPG, fez questão de cumprimentar calouros e veteranos, marcando presença nas atividades durante todo o dia. O destaque do primeiro dia foi a publicação de quase 180 editais de bolsas de estudos pela Prae. Três deles (Bolsa Permanência, Casa do Estudante e Restaurante Universitário) continuam abertos até dia 03/03. Você pode conferir os detalhes aqui.
Integração em campo
Uma das atividades mais tradicionais do início do ano letivo da UEPG é a Copa Calouro, do Departamento de Educação Física (Dedufis). Organizada pela Associação Atlética de Educação Física Capetada (AAEF), com apoio do Departamento, a competição reúne calouros e veteranos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado para a prática de diferentes modalidades.
Em 2024, a Copa Calouro iniciou na manhã do dia 20 de fevereiro, terça-feira, com competição de handebol disputada por equipes masculinas e femininas, dos quatro anos do curso. “Não imaginei que a primeira semana de aula seria assim. É muito importante essa integração porque nos tranquiliza nesse processo de adaptação”, comenta a caloura do Bacharelado Lorena Moreto Gronkowski.
Diversidade e acolhimento
Na noite da quinta-feira (22), a acolhida foi diversa e divertida. A cerimônia que aconteceu no Auditório Central foi comandada por Safira Pereira, acadêmica do 4º ano matutino do curso de Serviço Social, e contou com a presença de Priscila Nivagsãnh Lucas, acadêmica indígena do curso de Pedagogia. Priscila fez questão de dar as boas-vindas aos calouros e ressaltar: “a UEPG também é território indígena”. No mesmo dia, a UEPG divulgou o edital de vagas remanescentes dos cursos de graduação a distância. São 424 vagas abertas, com inscrições até o dia 26/02.
Elder Rangel Golombieski, calouro de Agronomia, comemorou a forma como ele e sua turma foram recepcionados, que ele avalia como “uma experiência muito bacana” – em especial a integração entre os recém-chegados e os demais alunos do curso. “Os veteranos foram muito humildes em querer ajudar a gente, explicaram tudo, mostraram sobre o curso… Isso foi muito importante para não só para conhecer a galera, como o curso em si”, comemora. Na sexta-feira, o grupo visitou um dos espaços de pesquisa e ensino da UEPG, a Fazenda Escola.
“Quando eu entrei, me senti dentro de uma família. E isso que a gente quer passar pra os calouros, também”, contou o vice-presidente do Centro Acadêmico de Agronomia, Natan Freire. “Fico muito feliz em ter esse primeiro contato com os calouros com eles tendo uma visão muito boa sobre Universidade, tudo que a UEPG pode oferecer pra eles e o nosso curso, mais especificamente. Cumprimos nosso papel”.
No curso de Pedagogia, Helena Roth ficou na segunda carteira da primeira fileira, para assistir às primeiras aulas. “Eu tô muito feliz, porque eu sempre quis entrar aqui e desde pequeninha eu gostava da área da educação”, conta. A adaptação com a nova rotina está rápida para a caloura, que disse já estar ambientada com algumas rotinas da Universidade. “Eu gostei da minha turma, os professores são muito gentis. Achei tudo bem organizado, eles deixaram tudo bem especificado. Eu me surpreendi muito positivamente com a UEPG”.
Novas vagas
Para os 10 matriculados nas novas vagas abertas para o curso de Medicina, além das 40 já existentes, caminhar pela UEPG teve um gosto especial. Ricardo Correia era um dos candidatos que começou a sexta-feira anterior de forma diferente – a tão sonhada matrícula na UEPG. “Foi uma surpresa. Eu estava na lista de espera por uma vaga, já estava me preparando para o Vestibular de 2024, quando de repente tive essa notícia e fiquei muito feliz”, descreve.
No primeiro dia de aula, os calouros passaram por uma recepção com as principais informações do curso, juntamente com a cerimônia do jaleco, que marca o início das atividades de Medicina desde 2015. “Eu sou de escola pública, meus professores sempre me incentivaram, e eu tô muito feliz, já fizemos tour pelo Bloco M, a estrutura é maravilhosa e a UEPG é linda”.
Jéssica Moreira da Costa estudou por sete anos para passar em Medicina. O momento que a matrícula chegou foi recebido com surpresa. “É um sentimento que eu nem sei descrever, parece ser mentira. Até agora fico várias vezes entrando no site da. UEPG para ver se é verdade”, sorri. O fato da instituição abrir mais 10 vagas é uma oportunidade para que mais pessoas, especialmente de escola pública, tenham a oportunidade de cursar o ensino superior, para Jéssica.
Na sexta-feira (23) e sábado (24), os alunos de Medicina também puderam participar da 2ª edição do “Med Emerg Cirúrgico”, um evento com palestras e atividades práticas sobre situações de emergência, organizado por duas Ligas Acadêmicas da UEPG: de Urgências e Emergências Clínicas e Cirúrgicas (Lauec) e de Cirurgia e Técnica Cirúrgica (Lacir). “Os cerca de 120 acadêmicos participantes tiveram palestras com profissionais renomados e atividades práticas com médicos, como intubação orotraqueal, suturas, acesso venoso central e drenagem torácica”, conta Vinícius Gustavo Bobrovski, um dos organizadores do evento.
Trote solidário
Além das surpresas para o ano de 2024, a solidariedade marcou a semana da acolhida mais uma vez. O Trote Solidário da Atlética Los Bravos foi uma oportunidade de plantar boas ações. Durante toda a semana, os calouros dos cursos do Setor de Engenharia, Ciências Agrárias e Tecnologia (Secate) participaram de atividades solidárias, com arrecadação de alimentos, revitalização de instituições sociais e visitas aos espaços da Universidade. Foram 1.500 kg de alimentos não perecíveis, 150 itens de higiene e 100 produtos de limpeza arrecadados por cerca de 400 alunos, que percorreram as ruas dos bairros de Uvaranas, Jardim Carvalho, Contorno, 31 de Março, Oficinas e Nova Rússia.
Na quinta-feira, 22, a atlética realizou com os calouros de Agronomia e Zootecnia uma série de atividades no Instituto João XXIII, organização social que presta apoio no atendimento a crianças em vulnerabilidade social em Ponta Grossa. Durante todo o dia, a turma de Agronomia revitalizou a horta e a estufa do Instituto, com a remoção de vegetação indesejada e o preparo da terra. A equipe de Zootecnia colaborou com a limpeza do espaço e planejou diferentes brincadeiras com as crianças da instituição. Quando Julia Rolim passou no vestibular, não imaginou que sua primeira semana seria tão dinâmica. “Estou achando muito legal, porque além de integrar com nossos veteranos, estamos conhecendo mais nossa profissão. Para quem não conhecia a área antes, é uma experiência valiosa”, celebra a caloura de Agronomia.
A iniciativa, realizada desde 2011, tem o objetivo de coibir trotes violentos ou vexatórios, ao mesmo tempo em que acolhe aos calouros com descontração e fazendo o bem. Por isso, a Atlética renovou na segunda-feira (19) o convênio com o Selo Social, programa da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. “A gente entende que é muito importante para a sociedade transmitir a energia que os que os jovens têm para fazer o bem”, avalia Nicolas André Barros, aluno do terceiro ano de Engenharia de Materiais e um dos organizadores da atividade.
O Programa atua como mediador para a doação dos alimentos. A secretária Municipal da Família e do Desenvolvimento Social, Tatyana Belo, comenta que os alimentos arrecadados pelo Trote Solidário serão utilizados para composição de cestas básicas que serão entregues para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “É uma ação social de extrema relevância para a nossa cidade, que faz a diferença na vida das famílias que mais precisam e, por isso, estamos comprometidos com o Trote Solidário”, declarou a prefeita Elizabeth Schmidt. “A participação da Atlética Los Bravos motiva a participação de outras atléticas e estudantes. Além da arrecadação, os estudantes atuarão na entrega das doações, como também em outras atividades, em uma integração dos acadêmicos com as entidades que serão beneficiadas”.
O reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, comemorou a mudança na cultura de recepção dos calouros, que antes envolviam situações de constrangimento e hoje têm iniciativas de solidariedade e acolhimento. A aproximação dos alunos com a comunidade, por meio da extensão universitária, é outro ponto positivo da atividade. “Só estamos aqui por causa da comunidade, que é quem paga os impostos em cada produto que consome. O mais correto é devolvermos algo para a sociedade por meio do trabalho que desempenhamos, como em ações como esta”, complementa.
Texto: Aline Jasper, Domitila Gonzalez, Gabriel Miguel, Jessica Natal, William Clarindo
Fotos: Aline Jasper, Domitila Gonzalez, Fabio Ansolin, Gabriel Miguel, Jessica Natal, William Clarindo, Arquivo Pessoal/Divulgação
