UEPG inicia noite de formaturas institucionais para 115 alunos da graduação

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Olhos atentos e mãos firmes ao segurar o capelo. Na noite desta segunda-feira (06), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) deu início às formaturas institucionais aos alunos da graduação. A solenidade aconteceu no Clube Verde, com 115 alunos dos Setores de Ciências Jurídicas e Ciências Exatas. É a primeira vez que a formatura acontece de maneira presencial desde o início da pandemia. No total, a instituição pretende formar 693 alunos.

Enfileirados, os formandos entraram no salão do Clube Verde. Gabriel Fernandes, do curso de Direito, não escondia o alívio por estar prestes a receber o diploma. “Ao mesmo tempo que sinto alívio, também tem o nervosismo para entrar no mercado de trabalho”, ri. Gabriel, como outros alunos da instituição, teve parte da sua graduação em período remoto. “A gente levou do melhor jeito que pôde para sair com o diploma, muito porque a UEPG tem professores excelentes, com aulas muito boas”, destaca.

A qualidade do ensino foi também destaque na fala da Bacharel em Geografia, Luana Oliveira. “Meus momentos mais marcantes foram as saídas de campo. Tivemos, por exemplo, uma viagem para a Ilha do Mel no segundo ano, que foi muito marcante, com uma professora que falou sobre o Brasil e o Paraná”, relembra. Apesar dos desafios que a graduação impõe, Luana ressalta a boa relação que teve com colegas e professores. “Já tenho planejamento futuro. Passei no Mestrado em Paleontologia e vou seguir para a parte relacionada à física, por isso tenho gratidão com a maioria dos professores do curso, pois mesmo em momentos de aulas remotas, conseguimos tirar o melhor daquele conteúdo”, conta.

Os oito formandos em Licenciatura em Química estavam sorridentes à espera da entrada no palco para receber o diploma. Luigy Gustavo Tschoke recorda que eram 40 alunos no início da graduação. “A gente sabe que não é fácil, agora somos poucos em uma turma que foi grande grande, mas é muito gratificante chegar à formatura, depois de um tempo de pandemia e aulas remotas”, conta. O momento mais marcante para Luigy foi a apresentação do seu TCC. “Sem dúvida me aprimorou enquanto profissional. O curso é bem teórico, mas tem muita parte experimental também, por isso pretendo seguir na carreira acadêmica, fazer um mestrado e o doutorado”, completa.

Orgulho

No primeiro ano em que cursava Licenciatura em Matemática, Renata Gonçalves Vieira chegou a sentir dúvidas se era mesmo o caminho certo a seguir. “Eu não sabia se minha carreira deveria seguir em exatas, mas gostei do curso e resolvi continuar, tanto que agora quero fazer um mestrado e já dou aula para alunos de sétimo e oitavo ano”, relata. O sentimento que fica em Renata é de orgulho e dever cumprido. “Você entra pensando se vai dar certo, se não vai desistir no meio do caminho, mas aí chega a formatura e você vê que cumpriu seu papel. Meus pais estão aí, eles estão orgulhosos, então essa é a sensação, sabe? De deixar família e amigos orgulhosos”, comemora. Atualmente, Renata tem plena convicção de que escolheu o curso certo. “A Matemática tem muita importância para a sociedade. A gente entende a importância do que é ser professor, que não é só passar conteúdo, a gente vai educando crianças para serem adolescentes e se tornarem novos adultos mais conscientes”.

Em meio a alunos que comemoravam com seus colegas, Douglas Alves Gonzaga era o único formando do curso de Bacharelado em Matemática Aplicada. Mas a “solidão” não existiu. Ao anunciarem seu nome, plateia e formandos ovacionaram o feito do novo bacharel. “É o término de um processo, é um sentimento de missão cumprida, satisfação, de agradecimento por todo mundo que me ajudou, família, professores do Departamento, e também o início de um sonho que não para aqui, que continua”. A noite de Douglas ainda foi coroada com a láurea acadêmica, que é concedida a alunos que tiveram excelente trajetória e desempenho curricular. “Eu tiro muitas lições disso, de empatia, de se colocar no lugar do outro e de esforço. Todos os dias busquei inovar e trazer algo que fosse melhor para todos, por isso estou muito grato”.

O valor da Universidade Pública

Desde 2020, a formatura institucional é de inteira responsabilidade da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e Cerimonial da Reitoria. O reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, destaca que a colação de grau marca o compromisso que a instituição tem com a região, Estado e país. “Queria cumprimentar os novos profissionais, nesse ato simbólico da formatura institucional, em que os alunos estão reunidos. Isso é ser Universidade, é conviver dentro dos nossos cursos, ao mesmo tempo que demarcamos as nossas diferenças. A formatura institucional devolve à instituição o que seria o convívio entre os cursos”, ressalta.

Sanches Neto relata que, por vezes, é possível pensar que a formatura é um momento de ruptura e superação de uma fase. “Isso é verdade até certo ponto, mas a formatura é o ato de união entre o profissional formado e a instituição que o formou”. O reitor foi a primeira pessoa da sua família a se formar em uma instituição de ensino superior. “Na minha formatura, a minha família não compareceu, porque não tinha a dimensão do que era fazer um curso universitário. E hoje, quero agradecer a cada um que veio homenagear a pessoa a se formar”. A homenagem do público também se estende ao ensino, educação pública e a UEPG, segundo o reitor. “Por isso, é muito importante ver pessoas fazendo a celebração do ensino superior enquanto ferramenta de transformação social”.

A professora Ligia Cassol Pinto, uma das homenageadas da noite, destaca a importância da formatura como ato de fechamento de um ciclo para alunos da graduação. “Estar aqui é cumprir aquilo que eu consegui há 42 anos, em Santa Maria, me formando como professora e bacharela em Geografia. Estou fazendo parte daquilo que todo profissional tem que fazer – atuar na sua área e procurar fazer o melhor”, destaca. Como retribuição da homenagem aos alunos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Geografia, a professora presenteou cada um com uma rosa branca ou amarela. “Eu acho que um carinho não deve ser expresso em uma mercadoria. E a rosa significa beleza, atenção. A rosa branca é uma esperança e é um sinônimo de amizade. E esse ato foi para formar pessoas que tenham emoção e sensibilidade, principalmente”, completa.

“É muito orgulho pra gente. Minha filha é assim também, como o reitor falou – de uma família que a maioria não tem nem o Ensino Médio”, conta, emocionada, Vania Biscaia, mãe da formanda Stefani Martins. “Ter alguém como a primeira pessoa da família a se formar é um orgulho que não cabe no peito”. Mãe e filha relatam que fizeram muita questão que a família estivesse presente na solenidade. “A gente fez todo um esforço para minha filha chegar até aqui. Pra quem vem de baixo é uma coisa incrível, pra quem batalhou, passou chuva, fome, não foi fácil. Foram cinco anos, ela poderia ter desistido, era mais cômodo, mais fácil. Mas ela tinha foco, método e conseguiu o que queria”. As duas, juntas, estampavam o sorriso de orgulho e satisfação em participar da formatura institucional. “A colação institucional é maravilhosa, ela resgata a essência da Universidade Pública e traz essa essência de realmente querer entrar na UEPG, por isso estamos muito felizes por essa noite”, completa.

Programação

As formaturas institucionais seguem até quinta-feira (09), para mais 578 alunos da graduação. Nesta terça-feira, colam grau alunos do Setor das Engenharias, Ciências Agrárias e de Tecnologia. Na quarta-feira, é a vez do Setor de Ciências Sociais e Aplicadas e Setor de Ciências Biológicas e da Saúde. As solenidades encerram na quinta-feira, com o Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes. O evento acontece a partir das 19h, no Clube Verde.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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