UEPG participa do Vestibular dos Povos Indígenas em Manoel Ribas

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Neste domingo e segunda-feira (18 e 19), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) participou do 20º Vestibular dos Povos Indígenas. Representaram a instituição as equipes da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (Daad); Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae); e Comissão Universidade para os Índios (Cuia). O grupo embarcou no sábado (17) para acompanhar as provas em Manoel Ribas. Nesta edição, 555 candidatos realizaram as provas nos polos de Londrina, Salto do Apucaraninha, Manoel Ribas, Mangueirinha, Nova Laranjeiras e Curitiba.

Os candidatos e candidatas aprovados no Vestibular ingressarão no ano letivo de 2021. Para a pró-reitora de assuntos estudantis da UEPG, Ione Jovino, as práticas adotadas pela Universidade têm permitido um diálogo mais próximo e maior acompanhamento da vida acadêmica dos estudantes Indígenas, bem como a melhor interação com os cursos em que eles estão inseridos. “Os desafios têm sido envolver um número maior de estudantes nas ações coletivas, como as rodas de conversa e o desenvolvimento de práticas pedagógicas diferenciadas nos cursos”.

O Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná é uma política pública de ações afirmativas,  que visa o acesso e a inclusão de grupos minoritários ao ensino superior. “É fundamental garantir o processo de permanência deste acadêmico indígena na universidade e, para que este processo se efetive, é essencial o acompanhamento pedagógico e social destes alunos e alunas, além de traçar estratégias de ensino que proporcionem acesso igualitário e de qualidade ao ensino”, explica Iomara Favoreto, pedagoga da Prae e membro da Cuia-UEPG.

De acordo com Iomara, incluir, romper os preconceitos culturais e garantir condições e recursos para o acadêmico indígena são ações indispensáveis como  processo de ação afirmativa. “Muitas vezes, a própria comunidade acadêmica não está familiarizada com esse diálogo intercultural de respeito à diversidade e de postura receptiva aos conhecimentos originários, o que desestimula a continuidade da vida acadêmica e de sua própria identidade cultural”, salienta. Atualmente, a Prae atende 27 acadêmicos indígenas na UEPG, sendo dois alunos recentemente formados em Direito e Medicina. “Isto significa que uma grande vitória para estes acadêmicos e acadêmicas indígenas, que conseguiram se formar e podem voltar às suas comunidades, contribuindo com os saberes repassados por seus ancestrais, ressignificados pelo conhecimento científico em sua formação acadêmica”, finaliza.

Cristiane Gonçalves de Souza, diretora de ações afirmativas e diversidade da UEPG, destaca a importância de a universidade poder desenvolver ações concretas, as quais possuem capacidade de contribuir para o acesso e permanência de estudantes indígenas no ensino superior. “Baseando-se no princípio da redução das desigualdades educacionais e sociais, é uma oportunidade para a universidade repensar sua estrutura a partir da contribuição dos novos atores que passam a compor seus espaços, como os estudantes indígenas, que trazem consigo sua riqueza cultural”.

O Vestibular ocorreu em parceria com outras instituições: Universidade Estadual do Paraná (Unespar); Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro); Universidade Estadual de Londrina (UEL); Universidade Federal do Paraná (UFPR), além da Cuia e Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Texto: Jéssica Natal  | Foto de capa: Marilson de Paula | Fotos do texto: Arquivo pessoal


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