Exposição do MCG apresenta a visitantes o universo das ciências forenses

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Maneiras de identificar produtos verdadeiros e de solucionar crimes são o tema da nova exposição do Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG). Na última sexta-feira (08), o local recebeu visitantes, estudantes, autoridades universitárias e policiais para conferir o primeiro dia da mostra “V ou F? Venha Ser Um Cientista Forense”. A novidade aguçou o público para as atividades de investigação criminal e de falsificações, com possibilidade identificar produtos originais e conhecer trabalho de profissionais forenses.

Ao entrar no espaço, o visitante pode conferir formas de falsificação de alimentos, roupas, calçados, perfumes e materiais de construção. Com mais uns passos, ainda é possível conhecer o trabalho da Polícia Científica do Paraná na identificação de impressões digitais, no laboratório, na balística e na cena do crime. O estudante Samuel de Andrade se disse deslumbrado com os objetos que conferiu. “Quero trabalhar nessa área forense, então tudo o que vi aqui é muito interessante para o que pretendo atuar”. O calouro do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas conta que gostou de aprender mais sobre os crimes ambientais que as falsificações provocam.

A exposição também é uma aliada no trabalho de conscientizar sobre o crime organizado, principal ramo beneficiado quando pessoas compram produtos falsificados. “A cada nova exposição, a cada novo projeto, a gente percebe a importância da universidade, de um museu científico, universitário e público”, celebra o diretor do MCG, Niltonci Batista Chaves. A programação da mostra é voltada tanto ao público escolar, quanto à comunidade em geral, de forma gratuita. “Hoje abrimos essa exposição que reúne três grandes universidades brasileiras e uma instituição extremamente respeitada, que é a Polícia Científica do Paraná”.

O vice-reitor da UEPG, professor Ivo Mottin Demiate, ressalta que a exposição também evidencia a filosofia de trabalho da instituição, que é manter as portas abertas para a sociedade. “É uma oportunidade muito importante de conhecer um pouco da ciência forense, que nós acreditamos que vai ser uma das coisas que cada vez mais a sociedade vai ter que se preocupar, especialmente quando a gente vê a questão da falsificação”, destaca. Para ele, é uma exposição que tem um efeito pedagógico, “para mostrar às pessoas que pagar pouco e burlar o sistema fiscal do Estado é o menor dos problemas”.

Parcerias 

A exposição nasceu a partir do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) de Ciências Forenses, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com a UEPG e Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), com apoio da Polícia Científica do Paraná. “É um prazer estar aqui representando a Polícia Científica. Pela primeira vez a gente sai dos muros da segurança pública e vai para além. É uma experiência única, a gente agradece muitíssimo essa oportunidade e espera que seja a primeira de muitas”, destaca Fabíola Schützenberger Machado, diretora do Museu de Ciências Forenses.

Para a chefe do Departamento de Química da UFPR e uma das organizadoras da exposição, Caroline D’Oca, a mostra chama para a reflexão sobre o que acontece com o dinheiro que circula no mundo, quando se adquire um produto falsificado, adulterado ou pirateado. “É muito mais do que um falso ganho financeiro momentâneo de comprar alguma coisa por um valor mais barato, nós estamos contribuindo para o crime organizado, para o trabalho escravo, com o tráfico de drogas e o tráfico de pessoas”.  Segundo Caroline, ao comprar um produto original e saber identificar as falsificações, “nós temos o poder de contribuir para coibir com ilicitudes”.

“Estamos aqui em um ambiente interdisciplinar e multidisciplinar. Inter, porque interagimos, e multi, porque somos diferentes fazendo algo em prol do mesmo objeto em comum, do mesmo objeto de estudo”, ressalta Carlos Ricardo Malfatti, representante da Reitoria da Unicentro. Para ele, este é um momento oportuno para mostrar o quanto o cidadão também pode ser vigilante na sociedade.

A estudante de Publicidade da Unicentro, Maria Vieira, orientava os visitantes sobre variedade de perfumes, com oportunidade de análise sensorial. “Desenvolvemos um aparelho em que as pessoas aproximam o nariz e podem ter experiência de sentir as fragrâncias, e fica bem evidente qual é o perfume verdadeiro e qual é o falsificado”.  A estudante alerta para que pessoas se atentem ao comprar produtos que aparentemente são de marca. “Muitos produtos chegaram pra gente, lacrados, e eram falsos quando formos analisar. Como futura atuante no mercado, quero atuar para informar sobre a correta compra de produtos, e esta exposição é uma boa iniciativa para conscientização”.

Serviço

A exposição ficará por quatro meses no MCG. O horário de atendimento do Museu é de terça-feira a sábado, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h. Para visitações individuais, não é necessário agendamento. Em caso de visitas de grupos, basta enviar e-mail para museucamposgerais@uepg.br.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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