A Universidade que não para: conheça as equipes que fizeram o PSS 2 acontecer

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Neste domingo (22), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aplicou as provas da segunda etapa do Processo Seletivo Seriado (PSS). A data também marca o fim do ciclo de provas de 2020, já que a edição precisou ser adiada por conta da pandemia. Dos 6995 inscritos, 76,85% compareceram e realizaram a prova – um alto índice, considerando a pandemia de Covid-19. Para fazer acontecer as provas e vestibulares da UEPG, uma complexa estrutura é colocada em funcionamento, com fiscais de prova, motoristas, profissionais da limpeza, profissionais da saúde, jornalistas, recrutadores, detectores de metais, professores que fazem a elaboração das provas e correção das redações, programadores e coordenadores de prova.

Como conta o chefe da Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS), Edson Luis Marchinski, 971 pessoas foram mobilizadas para trabalhar nos 41 locais de aplicação do PSS2. São 325 pessoas em Ponta Grossa e 646 fora da cidade.

O professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, agradeceu aos candidatos que se inscreveram para as provas do Processo Seletivo. “Mas queria agradecer de maneira especial a todas esquipes e pessoas que trabalharam neste domingo, que dedicam parte de sua vida para que a UEPG possa fazer a seleção dos seus alunos que ingressarão nos 39 cursos de graduação”. Para ele, é graças às equipes internas e externas que o Vestibular e PSS da UEPG são referências no Brasil. “Parabéns ao trabalho de todos e todas. UEPG é a Universidade que não para!”.

Rotina

Os olhos de Ilse Lauer Sanson são atentos. Coordenadora das provas do Bloco B da UEPG, ela e sua equipe chegam com antecedência. Com presteza, Ilse retira os pacotes de provas dos malotes e entrega aos ficais. A atividade é coordenada, pois todos precisam ser rápidos para que as provas iniciem no horário combinado. “Você entrega nas salas 566, 567 e 568”, entrega o pacote a um fiscal, que rapidamente cumpre o ordenado.

O dia de Ilse começa cedo ao pegar o material na sala da CPS do Campus Uvaranas. É um trabalho de aproximadamente 12 horas. Ao chegar, a equipe etiqueta as carteiras e as placas de sinalização das salas. “Aí fazemos a reunião com os fiscais para explicar como vai funcionar e entregamos os materiais para eles”, conta. Feito este trabalho, Ilse vai para a portão aguardar os candidatos. Com a pandemia, receber os alunos envolve medir temperatura, higienizar as mãos e conferir se os documentos estão de acordo. “Distanciamento, por favor”, pedia na entrada do Bloco. Durante a prova, Ilse verifica se todos os papeis estão devidamente assinados e segue de olhos atentos para assegurar o bom andamento da prova. “Meu trabalho só termina quando volto ao Campus Uvaranas e entrego alguns materiais”.

Na equipe de Ilse está o fiscal auxiliar Anderson Marcos Mendes. Seu trabalho é orientar sobre ensalamento, verificar se o candidato está usando a máscara e acompanhar até o banheiro durante a prova. Com olhar acolhedor para os candidatos, ele fica no canto do corredor sanando dúvidas de quem passa. “Onde fica a sala 540?”, pergunta um rapaz. “Por aqui, por favor”, responde com tom manso o fiscal. Para Anderson, ver os futuros calouros frequentando a Universidade é como renovar a vida. “Essa instituição foi feita para alunos e não ter nada presencial dá um sentimento de tristeza, por isso ver alunos é como se tudo estivesse renascendo”, completa.

O acolhimento é a palavra-chave do trabalho de Iohanna Santos. Ela é enfermeira responsável por atender os candidatos caso exista alguma intercorrência de saúde durante a prova. A UEPG disponibilizou 41 profissionais de saúde para atender nos locais de prova. Se algum candidato passar mal, Iohanna precisa ser rápida. “A gente verifica os sinais vitais, mede a pressão arterial, temperatura corporal, a saturação e ouvimos a queixa do candidato”, explica. Durante os três anos que trabalha como enfermeira, só teve uma vez que ela atendeu uma intercorrência – uma candidata com crise ansiedade.  “Perguntei a ela o que estava sentindo, ela me falou que fazia uso de medicação controlada, mas não tinha tomado naquele dia da prova”. Como a equipe não pode medicar, a alternativa foi conversar com a candidata até ela se acalmar. “Ela me disse que só o fato de sair da sala já tinha se sentido um pouco melhor, aí fomos conversando até ela poder voltar às provas”, adiciona.

Antes que as provas aconteçam no domingo, a equipe de limpeza já deixou tudo preparado na sexta-feira anterior. A chefe da zeladoria, Sirlei Carvalho Zainedin, conta que seis profissionais da limpeza são encarregadas por deixar o Campus Central pronto para receber os candidatos. “Tiramos o pó das carteiras, deixamos o banheiro limpo e abastecido de papel e enchemos os recipientes de álcool em gel”. No dia da prova, a equipe chega às 9h para abrir todas as janelas e deixar o ambiente arejado. “Também fazemos a verificação de todos os espaços para garantir que tudo está em ordem”, ressalta. Durante a prova, eles também são essenciais. “Tiramos o lixo das lixeiras e também ajudamos os candidatos na hora de ir ao banheiro”, conta.

Depois de mais de um ano e meio de pandemia, Sirlei destaca a saudade de ver o pátio lotado de acadêmicos. “A gente fica sozinha por aqui, de vez em quando aparece um professor, mas eu sinto muita falta dos alunos”, explica. Sirlei aponta para os bancos do pátio e relembra. “Sempre tinha gente sentada nos bancos ou até no chão, na hora do almoço sempre tinha fila no RU, então ver pessoas aqui, como no PSS e Vestibular, é uma grande felicidade, fico feliz de ver movimento por aqui”, comemora.  O apoio da zeladoria não se restringe apenas aos candidatos e alunos. Ao final da entrevista, Sirlei saiu apressada. “Preciso preparar o cafezinho para os fiscais, daqui a pouco já estão pedindo”, brinca.

Atendimento especial

Nesta edição do PSS, quinze candidatos solicitaram atendimento especial – todos foram alocados no Campus Central e tiveram uma sala individual para a realização das provas. Dos quinze, dois precisaram de intérprete de libras. Mauri Serenato é intérprete há 15 anos e auxilia surdos em entrevistas de emprego, concursos, consulta médica, exame de auto escola e também em apresentações, como teatro e música. “Ser intérprete de libras é mais uma missão do que um emprego”, salienta. Para o PSS, Mauri ficou encarregado por interpretar as instruções da prova e estar disponível ao candidato, em caso de dúvidas durante a prova. “O intérprete de libras é importante para o acesso dos surdos em todos os locais, por isso minha presença aqui é essencial para ajudar ao próximo, que é a minha paixão”, destaca Mauri.

Ajudar ao próximo também foi o papel de Roseli Vaz de Almeida, técnica em assuntos educacionais na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). Sua missão durante a prova foi atender a uma aluna com diabetes. “Hoje vou fazer a leitura das instruções para a prova e só vou atender caso precise ir ao banheiro ou se alimentar”, conta. Esse é o primeiro ano que Roseli atua no atendimento especial. Servidora há 11 anos na UEPG, ela atuava como auxiliar operacional nos anos anteriores.  “Para que exista inclusão, é super importante que exista o atendimento especial, muitos alunos necessitam de um atendimento diferenciado, então em me sinto feliz em poder colaborar”, completa.

O que acontece antes das provas

Para organizar toda essa gente, nos bastidores dos vestibulares, um dos responsáveis é o recrutador Sandro Teixeira. No dia a dia, ele trabalha na UEPG há 33 anos e é responsável, no Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), pelos bancos de dados em que são armazenadas as informações dos alunos, desde a matrícula até a formatura, e dos sistemas corporativos da UEPG. A responsabilidade é grande; mas no auxílio à organização das provas, em que trabalha desde 2000, o sentimento é de fazer parte do processo que leva até a formação de novos profissionais pela Universidade. “É o primeiro passo do meio fim da UEPG, que é formar pessoas, então é gratificante”, conta.

As convocações para quem vai trabalhar nas provas acontecem online. “É tudo por meio de sistema computacional”, conta Sandro. “Existem duas convocações, a dos que nós chamamos de externos, e os da casa”. Tudo começa cerca de dois meses antes do evento, com uma consulta prévia, por e-mail, a professores, funcionários e estagiários da UEPG que possuam escolaridade mínima de Ensino Médio completo. “Todos os colaboradores que disseram ‘sim’ são distribuídos nas inspetorias de dentro da UEPG, como Bloco A, B, E, F, G, M, Colégio Agrícola, Central de Salas, PDE, e são escolhidos os coordenadores de todas as inspetorias”, complementa. Faltando um mês, todos os servidores que vão atuar nas provas recebem um link, em que confirmam o convite e já ficam sabendo de seus locais de atuação.

Para os colaboradores externos, que não são funcionários da UEPG, a convocação é feita pelos diretores das escolas, que cadastram os colaboradores em um sistema desenvolvido pela CPS. “O próprio diretor possui um sistema de distribuição, onde ele busca nessa base de dados em que os colaboradores se cadastraram e escala para sua escola os fiscais de sala e demais funções”, explica Sandro.

Motoristas

Neste domingo, as provas aconteceram nas cidades de Apucarana; Cascavel; Castro; Curitiba; Foz do Iguaçu; Francisco Beltrão; Guarapuava; Irati; Jacarezinho; Jaguariaíva; Londrina; Maringá; Palmeira; Ponta Grossa; Rio Negro; São Mateus do Sul; Telêmaco Borba; Umuarama; e União da Vitória. Para fazer chegar a estrutura de provas e colaboradores a todos os 41 locais de prova, foram escalados 10 motoristas da UEPG, além dos coordenadores, que também dirigem veículos.

União da Vitória

Rafael Quadros é um desses motoristas. “No início de 2022 eu completo 10 anos de UEPG e desde meu primeiro ano trabalho em concursos realizados pela nossa instituição, sendo eles vestibulares, PSS, e provas de residência técnica”, conta. Dessa vez, o trabalho o levou para Cascavel, uma das maiores inspetorias fora de Ponta Grossa.

Além de atuar como motorista, Rafael também trabalha como auxiliar de coordenação durante as provas. “Eu amo meu trabalho. Me sinto muito orgulhoso em participar desse processo, adquiri experiência com o passar dos anos”, comemora. “Já participei de concursos realizados por outras instituições, porém, sem puxar a bola para nosso lado, poucos têm a nossa organização e preocupação com as normas de biossegurança”.

Texto: Aline Jasper e Jéssica Natal | Foto: Luciane Navarro, Fabio Ansolin e Equipes do PSS

Palmeira

Colégio Borell, Ponta Grossa

Colégio Amalio Pinheiro, em Ponta Grossa

Colégio Rodrigues Alves, em Jaguariaíva

 


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