Professores do Colégio Agrícola falam sobre os desafios da educação remota

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Nesta quinta-feira (15), comemora-se o Dia do Professor, um dos principais agentes de transformação social, que vem desempenhando importante papel frente à pandemia da Covid-19. Nesse período, devido à necessidade de distanciamento social, um dos maiores desafios para os docentes têm sido a manutenção do ano letivo por meio das novas tecnologias. O Colégio Agrícola Augusto Ribas, vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (CAAR- UEPG), continuou com as atividades de forma remota e pela primeira vez precisou remodelar toda a dinâmica realizada em sala de aula, conforme relata o diretor do Colégio Agrícola, Alcebíades Baretta.

Segundo Baretta, que trabalha há 36 anos na instituição, algumas atividades práticas foram prejudicadas, principalmente pelo curso ter caráter técnico. “No entanto, os professores das disciplinas técnicas contam que os alunos surpreenderam com criatividade e conseguiram fazer excelentes trabalhos mesmo a distância”, destaca.

A professora Claudia Nekatschalow, com 15 anos de experiência no CAAR, conta que os maiores desafios foram em relação ao uso repentino de tecnologias. “Mesmo utilizando muitas técnicas modernas no dia-a-dia da aula, o 100% on-line ainda era desconhecido”, afirma. A docente está ansiosa para poder voltar as aulas presenciais. “Sinto falta dos alunos juntos em sala, das discussões longas sobre os temas abordados, pois é onde surgem novas ideias. O virtual pode ser bom, mas é muito impessoal, frio. Jovens precisam de direcionamento, de atitudes e exemplos. E essa é a missão do professor”.

Os estudantes tiveram que se adaptar à rotina, organizar o tempo para assistirem às aulas on-line e fazerem as atividades enviadas. “Na verdade, a adaptação demorou um pouco até eles formarem a rotina de estudo. Houve um pouco de resistência no começo, mas agora eles parecem mais acostumados”, comenta Nekatschalow. “A maioria está realizando os estudos e atividades propostas com empenho, quando surgem dúvidas, os alunos mandam mensagens. Temos também os estudantes que estão fazendo os trabalhos no período da noite, porque precisam de ajuda em casa, mas ainda assim fazem o possível para não atrasar”, conta a docente.

A professora Ingrid Milléo está há 9 anos na instituição e conta que está sentindo muita falta do contato com os colegas de trabalho e com os alunos. “O ambiente de sala de aula é meu habitat natural, sinto saudades da harmonia do espaço escolar em si”, destaca. “Eu ministro a disciplina de matemática, que é totalmente visual. O aluno precisa ver o que está sendo realizado e como está sendo realizado para entender os processos e algoritmos. Neste sentido as aulas com a ferramenta Google Meet facilitaram, um pouco, a dificuldade neste momento”.

Para a docente, o impacto maior foi na metodologia de ensino e nas ferramentas utilizadas para ministrar as aulas. “No presencial, eu usava quadro e giz na maior parte das aulas, e agora as aulas são em forma de apresentação e vídeos. Um dos desafios foi encontrar a melhor ferramenta para amenizar o impacto do distanciamento e proporcionar o ensino e aprendizagem”, informa Ingrid.

Em relação às disciplinas do núcleo comum, além das aulas produzidas pela Secretaria da Educação e do Esporte (SEED), os professores também promovem exercícios relacionados aos temas. “Conforme informações do Núcleo Regional, aproximadamente 88% dos alunos estão participando das atividades, e para aqueles que não têm como acessar os canais disponibilizados pela Secretaria, nós imprimimos e entregamos o material para que os alunos possam participar sem prejuízo”, finaliza Baretta, diretor do CAAR.

Entrevistas e foto da capa: Luciane Navarro   Texto: Vanessa Hrenechen

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