Alunos do Caic e do Colégio Agrícola são premiados na OBMEP

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Dentre os premiados na 16ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) 2021, seis são alunos do Centro de Atenção Integral a Criança e ao Adolescente (Caic) e do Colégio Agrícola Augusto Ribas (Caar), escolas administradas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Em todo o país, são 6500 medalhas de ouro, prata e bronze e 46200 certificados de Menção Honrosa concedidos aos alunos de escolas públicas, e 975 medalhas e 5700 certificados aos estudantes de instituições particulares. O resultado completo foi divulgado pelo Ministério da Educação na última terça-feira (18).

O aluno João Gustavo Verner Eidam, do Caic, recebeu a Medalha de Prata. Receberam a Menção Honrosa Ingrid Lopatko Correia (Caic); Leon Vitor Amadeo Anater, Gustavo Carneiro Duque, Hugo Emmanuel Ganzert e Luís Roberto Müller Santos (Caar).

“A olimpíada busca despertar e valorizar talentos para a Matemática, matéria vista por muitos alunos como uma das mais difíceis da vida escolar”, explica a professora Alzenir Virginia Ferreira Soistak, que leciona a disciplina no Colégio Agrícola. Por isso, o reconhecimento recebido pelos alunos traz, também, uma realização profissional para professores e equipe. “Vejo na conquista dos alunos o resultado do meu trabalho, que mesmo apesar das muitas dificuldades que enfrentamos, conseguiu atingir a maioria dos objetivos de aprendizagem propostos”, avalia.

A professora Viviane Góes, diretora da Escola Estadual Professora Halia Terezinha Gruba, do Caic, também destaca o orgulho sentido por toda a equipe. “A premiação é o reconhecimento do esforço, dedicação e comprometimento de nossos estudantes. É muito gratificante vê-los se desenvolvendo a cada dia e se superando, ano após ano, mesmo diante das dificuldades que a pandemia nos causou”, comemora. “Eles nos inspiram e motivam a todos os nossos alunos a continuar participando das Olimpíadas, buscando dar o seu melhor sempre”.

“Quando o aluno quer buscar o conhecimento, progredir e aprender, ele vai buscar, basta ter vontade. A escola fornece as ferramentas e condições, e ele vai buscar o conhecimento”, observa o diretor do Colégio Agrícola, Alcebíades Baretta. Para ele, a conquista dos alunos é ainda mais especial, por acontecer durante a pandemia de Covid-19, período em que as escolas passaram por dificuldades e adaptações.

Medalha de Prata

O João Gustavo Verner Eidam, recém-formado no Ensino Fundamental do Caic, tem um sonho: cursar Medicina. “Esse é um sonho que venho idealizando desde pequeno e que espero um dia realizar”, conta. Por isso, a dedicação nos estudos já vem desde já.

No 6º ano do Ensino Fundamental, ele já se interessou pelas olimpíadas de matemática, a partir de um convite da professora para participar das aulas no contraturno, todas as quintas-feiras pela manhã. “No mesmo ano, também havia participado da Opmat (Olimpíada Pontagrossense de Matemática) e fui premiado com medalha de bronze”. A primeira participação na Obmep não trouxe premiação – mas isso não quis dizer que João Gustavo iria desistir. No ano seguinte, participou da Opmat e foi premiado novamente com medalha de bronze.

“Com toda a certeza, sem o apoio das professoras eu não teria conquistado nada do que eu conquistei nessa trajetória”, agradece. Cerca de 45 dias antes da prova da Olimpíada Brasileira, João Gustavo começou a estudar: primeiro, de um jeito mais tranquilo, resolvendo provas das edições passadas. “Normalmente, caem muitas questões com o mesmo raciocínio. Eu abria a prova e resolvia as questões em que eu já sabia o raciocínio que seria utilizado – porque nas provas da segunda fase da olimpíada sempre deve haver a explicação da lógica usada, senão a resposta não é considerada – e nas questões em que eu ficava em dúvida, eu abria a solução no próprio site e resolvia os exercícios pela solução, tirando as minhas próprias dúvidas”, explica. Depois, ele passou também a assistir a algumas videoaulas para ajudar na resolução dos exercícios. “Na hora da prova eu já estava bem mais confiante e a preocupação já havia sumido”.

Depois de toda a preparação, a recompensa: “A sensação de receber uma medalha de prata é muito gratificante, por ter me dedicado tanto, uma sensação de que todo o esforço valeu a pena”. Para João Gustavo, que sempre gostou de matemática, desde os anos iniciais da escola, as Olimpíadas serviram para reforçar o interesse. “Acho que ela se tornou uma das minhas matérias favoritas”, destaca.

Menções Honrosas

A premiação com uma Menção Honrosa na Obmep simboliza que o aluno tem talento para a Matemática e que pode desenvolver ainda mais essa aptidão. “Ele poderá participar ainda do PIC Júnior (Programa de Iniciação Científica) para se aperfeiçoar e se preparar melhor para futuras olimpíadas e talvez conseguir a tão sonhada medalha de ouro”, conta a professora Alzenir.

“É uma sensação maravilhosa receber tal menção honrosa, pois vejo que minha dedicação e estudo valeram a pena”, comemora Luís Roberto Müller Santos, um dos alunos do Caar premiados nesta edição da Olimpíada. A afinidade com a Matemática vem da infância e deve continuar – depois de finalizar o curso técnico, ele tem o sonho de cursar Engenharia.

Já o Hugo Emmanuel Ganzert pensa em seguir na área, cursando Agronomia, com foco para as grandes culturas (milho, soja, feijão, etc.). “Sempre gostei de Matemática e despertei mais interesse a partir do fundamental. No curso técnico do Colégio Agrícola, existem bastantes matérias em que se usa de cálculo, como Infraestrutura Rural e Solos, sendo utilizado respectivamente na área de maquinário e parte química do solo”, explica. Para garantir o bom desempenho na prova da Obmep, Hugo fez uma preparação intensiva no último mês, com 30 minutos de estudo por dia.

“Não imaginei que iria ter bons resultados nesta Olimpíada, pois não tenho tanto interesse nessa área e acho um pouco difícil, mas fiquei feliz quando fui selecionada para realizar as provas e depois quando recebi a notícia que iria ganhar um certificado de menção honrosa”, comenta Ingrid Lopatko Correia, que concluiu o 9º ano no Caic. O exemplo para se dedicar à Matemática veio de casa: a irmã já havia ganho medalhas nesse tipo de Olimpíada. Por isso, Ingrid fez questão de se esforçar na realização das provas. Mas para o futuro, ela quer passar longe das Ciências Exatas. “Prefiro que não envolva matemática pura… Quero algo como veterinária ou zootecnia”.

Diferente de Ingrid, o aluno do Caar Leon Vitor Amadeo Anater  já tinha Matemática como matéria favorita. Por isso, para ele, participar da Olimpíada, ir para a segunda fase e receber uma menção honrosa foi importante para melhorar o desempenho na disciplina que tanto gosta. “Eu gosto da matéria por achar que a Matemática é uma das coisas mais úteis, o básico para muitas áreas de conhecimento”, diz.

OBMEP

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) é um projeto nacional, voltado para as escolas públicas e privadas brasileiras. É realizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promovida com recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Em 2021, participaram das provas cerca de 18 milhões de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental até último ano do Ensino Médio de 55 mil escolas em todo o país. Apesar da pandemia de Covid-19, a competição teve número recorde de municípios participantes, atingindo 99,84% das cidades brasileiras. A segunda fase aconteceu em 06 de novembro de 2021 e também foram premiados professores, escolas e secretarias municipais de Educação que se destacaram em virtude do desempenho dos alunos.

A lista dos premiados está disponível neste link.

Texto: Aline Jasper | Foto destacada: Aline Jasper | Outras fotos: Arquivo Pessoal

Confira o relato do aluno do Caic, João Gustavo, sobre a Medalha de Prata recebida na OBMEP:


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