Sonho e dedicação: conheça trajetória da servidora aposentada Zilda Primor

Compartilhe

“Eu sempre quis estudar, mas eu trabalhava como doméstica e as patroas sempre me negavam este direito”. Assim começa a história de Zilda Primor, com luta, trabalho e o sonho de concluir seus estudos. Em fevereiro deste ano, Zilda chegou à aposentadoria. O descanso depois de 24 anos de UEPG vem como um prêmio –  contrariando pessoas e circunstâncias que a impediam de estudar, ela agora se torna protagonista da própria história.

A história de Zilda com a UEPG começa em 1998. “Eu trabalhava no horário da tarde e estive lotada na seção de limpeza e na zeladoria da Prefeitura do Campus. Havia muito trabalho a ser feito”, recorda.  E meio às funções na zeladoria, uma oportunidade surge. “Neste período, a UEPG estava disponibilizando uma sala ao Ceebja, para que os funcionários concluíssem o ensino fundamental e médio”. Ali começa a volta de Zilda aos estudos, mas ainda não era o suficiente para que ela conseguisse passar no Vestibular. “Então fiz um breve cursinho à noite em um colégio particular, pois meu turno de trabalho havia mudado para de manhã. Prestei Vestibular e passei, tornei-me finalmente acadêmica”.

O ano era 2007 e o curso, Bacharelado em História. “Comecei a organizar meus horários, dividir entre trabalho e aula. De manhã eram as tarefas de limpeza, e de tarde era aula e mais duas horas para fechar a carga horária, sempre tomando cuidado para meu cartão estar em dia”. A dedicação com o trabalho e os estudos não deixou que Zilda se afastasse da criação dos filhos. Zilda precisou se afastar por um tempo para cuidar da filha que sofreu um acidente. A formatura e o tão sonhado diploma chegaram em 2011.

Durante a graduação, em meio a tantas responsabilidades que a servidora exercia, havia necessidade de horas complementares pela graduação. “Conversei com o reitor e ele autorizou minha chefe a me liberar quando fosse preciso, teria que apresentar um documento assinado pelos professores para que ela abonasse minha falta”, recorda. E assim Zilda conseguiu fazer vistas técnicas a locais históricos. Dentre eles,  o Centro de Documentação (Casa da Memória) foi o que mais ficou na memória. “Pois todos os acontecimentos relevantes do país estão armazenados em espaços adequados para garantir sua integridade”, frisa.

Com a aposentadoria e o tempo livre, Zilda não esquece do que viveu com os amigos e colegas da UEPG. “O sentimento que ficou foi de gratidão, acredito que desempenhei meu trabalho com dedicação, zelo e respeito. As amizades jamais serão esquecidas”, adiciona. Balanço da sua trajetória? Depois de muita dedicação para conquistar seu sonho de estudar, a agora bacharel em história lembra do primeiro dia de aula: “Sonhos são portas, atitude é a chave”, finaliza.

Texto: Jéssica Natal | Foto de Capa: Jéssica Natal | Fotos internas: Arquivo Pessoal


Compartilhe

 

Skip to content