Pesquisador da UEPG apresenta estudos de bioinformática para o Governo do Estado

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Mais pesquisa e inovação estão sendo desenvolvidas por docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Um dos projetos é liderado pelo professor do Departamento de Biologia Estrutural, Molecular e Genética, Roberto Artoni, que está à frente do Núcleo de Pesquisa em Bioinformática, no Paraná. Os resultados do grupo foram apresentados em reunião com o Governo do Estado, empresários e pesquisadores, nos dias 7 e 8 de abril, para mostrar o andamento dos trabalhos desenvolvidos pelos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (Napi).

Com o objetivo de integrar questões e dados moleculares do agronegócio e da saúde, o Napi Bioinformática desenvolve soluções computacionais de interesse do estado e das empresas. De acordo com Roberto, a iniciativa amplia um projeto anterior sobre computação de alto desempenho. “Tivemos a ideia de trazer para a UEPG um centro de computação que daria suporte de pesquisa e demanda análises de dados relativos a problemas biológicos relacionados ao agronegócio e à área da saúde”. O projeto é um avanço para o Paraná na área da computação, visto que os 5  supercomputadores que estão no Brasil se localizam em outros estados.

O projeto de supercomputação possui parceria com a Índia, o qual venderá um supercomputador, além do treinamento e repasse da tecnologia ao grupo. A relação da Universidade com o governo indiano se dá por meio do Centre for Development of Advanced Computing (C-Dac), núcleo de tecnologia da Índia que já possuía relações com o Departamento de Medicina da UEPG. “O professor aposentado Edson Ribeiro é doutor em informática médica pelo Imperial College de Londres e tem excelente trânsito mundial nas tecnologias que envolvem a supercomputação, e foi o que possibilitou termos essa parceria”, explica Roberto.

A UEPG já possui um acordo entre o C-Dac e Fundação Araucária e o pedido do supercomputador está nas mãos do governo indiano. “Esse documento trata a parceria entre as nossas instituições, que preveem o desenvolvimento de ciência, repasses de tecnologia, troca de informações, colaborações entre pesquisadores e desenvolvedores, e abre o campo para produção de conhecimento”.  A expectativa é de 3 meses pra entrega do equipamento, que ficará lotado no Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), assim como todas as outras máquinas de computação com a mesma tecnologia que o grupo adquirir.

O equipamento chamado ‘Param Shavak’ é menor que os suporcomputadores existentes no Brasil, mas mais econômico e resolve problemas pontuais. A exemplo da economia que a máquina gera, o professor cita que o supercomputador do Ministério da Ciência e Tecnologia gasta, em média, R$ 500 mil em energia. “Nosso projeto é mais econômico, pois traz tecnologia de alto desempenho com volume de cálculo menor, mas ainda assim com funcionamento extremamente superior à computação convencional”.

Roberto ressalta que a parceria com o governo indiano possibilita o desenvolvimento de estudos sem dependência de outras instituições. “Pretendemos utilizar a máquina dedicada a cada problema e ficará ao nosso encargo o desenvolvimento e uso desses supercomputadores. Sem dúvidas, isso será de grande auxilio para o desenvolvimento de pesquisas”, completa.

Napi Bioinformática

A ideia inicial se aproximou ao Napi de Bioinformática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus de Cornélio Procópio, que agora é liderado pelo professor da UEPG. “Nossa aproximação com eles foi super bem vista, pois saltamos da ideia de supercomputação para algo maior em relação ao desenvolvimento de soluções da bioinformática. Isso com certeza acelera o desenvolvimento do estado, visto que não dependeremos da tecnologia de fora, e seríamos fortes na formação de recursos humanos especializados na pós-graduação”.

O professor ainda ressalta que o Programa de Pós-graduação em Biologia Evolutiva da UEPG ganhará com o projeto. “Nós temos uma equipe multidisciplinar, em amplo desenvolvimento, que tem projetos com várias instituições. É satisfatório estar coordenando este projeto para formação dos profissionais do futuro, trazendo estrutura para a nossa Universidade, o que possibilitará o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação”.

A união dos Napis é de iniciativa da Fundação Araucária e Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que integrou instituições de ensino superior para produzir soluções no desenvolvimento técnico-científico.

Napi Biodiversidade

Outro projeto integrado por professores da UEPG é o Napi Biodiversidade, composto pelos docentes Jesiane Batista, Carolina Galvão e Rafael Etto. O grupo explora  interações entre plantas e micro-organismos em ecossistemas florestais, expostos à seca, e desenvolve estratégias biotecnológicas para melhorar a restauração florestal.

Para a professora Jesiane, os Napis estruturam um modelo que permite maior integração entre universidades e institutos de pesquisa, além da aproximação entre atividades de ciência, tecnologia e inovação do setor produtivo. “Durante as apresentações, ainda ficou claro que os grupos terão muitas vias de integração uns com os outros, o que possibilita avanços ainda maiores”.

Texto: Jéssica Natal    Foto: divulgação

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