UEPG inicia plantio de milho na Fazenda Escola com foco em práticas sustentáveis

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A Fazenda Escola ‘Capão da Onça’ da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Fescon-UEPG) iniciou, em setembro, o plantio de milho. Unidade de integração de ensino, pesquisa e extensão da UEPG, a Fescon tem como foco práticas agrícolas sustentáveis e o fortalecimento do desenvolvimento regional. Além de fortalecer a produção agrícola regional, o plantio incorpora práticas que contribuem para a redução das emissões de carbono.

De acordo com o coordenador da Fescon, professor Orcial Ceolin Bortolotto, do Departamento de Agronomia, o milho tem papel fundamental nos Campos Gerais. “A cultura do milho é de grande importância aqui para nós, em especial, aquele destinado à alimentação animal. Nós atendemos regiões de bacia leiteira, como Castro, Carambeí e o próprio município de Ponta Grossa”, afirma.

Entre as práticas adotadas, o coordenador destaca o uso de bactérias bioestimulantes, como o Azospirillum, aplicadas no sulco de plantio. “Essa bactéria supre uma pequena parte da necessidade de adubo nitrogenado por parte da planta, o que tem grande importância no aspecto econômico”, explica. “Através do uso da bactéria, produtores podem realizar uma economia de ureia, por exemplo, na casa de 10 a 15%”, calcula. Além da redução de custos, o Azospirillum apresenta menor impacto ambiental, já que contribui para a diminuição da emissão de carbono. 

O diretor também alerta para os desafios da safra. A presença inicial da cigarrinha-do-milho no plantio exige atenção, pois a praga pode reduzir em até 20% a produtividade do milho. “Transformando isso em volume, é uma perda de no mínimo uma tonelada por hectare. É uma perda econômica bastante expressiva, temos que ter muita atenção nesse momento”, observa.

Além do uso de bioestimulantes, a Fazenda Escola pretende fazer o uso de biofungicidas para o manejo de doenças, especialmente foliares. “Estamos trabalhando num alinhamento para o uso de práticas que sejam menos agressivas, mas também associadas à redução da emissão de carbono para a atmosfera,” pontua. 

Ele explica que essa redução está diretamente relacionada à presença da palhada – que permanece sobre o solo após o cultivo anterior. “A palhada é a grande responsável por transformar o tecido vegetal da cultura antecessora, que no nosso caso envolve plantas de cobertura, como o nabo. Embora não tenham valor econômico direto, eles são um investimento que fazemos no solo para melhorar as qualidades biológicas, físicas e químicas. Isso acaba trazendo maior potencial de produtividade ao milho, o que é muito bacana”, acrescenta. 

O coordenador reforça que o trabalho realizado na Fescon alia produção agrícola e formação acadêmica. “O estudante traz o conhecimento teórico da sala de aula e vivencia a realidade no campo. A Fazenda Escola é uma vitrine, um exemplo não apenas para o Paraná, mas para o Brasil”, disse. A Fescon recebe visitantes e pesquisadores de diferentes regiões do país e do mundo. “É uma grande satisfação quando vemos nossos egressos que pisaram em nossa Fazenda atuando em diferentes estados e até no exterior. A UEPG não forma agrônomos apenas para os Campos Gerais ou para o Paraná, ela vai muito além disso,” conclui.

Texto: Mariana Real | Fotos: Tierri Angeluci


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