UEPG lamenta falecimento de servidores

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) amanheceu, nesta quinta-feira (23), de luto. Durante a última semana, a instituição registrou o falecimento de três servidores, em datas diferentes, por causas distintas. Malane Cristina de Quadros Artmann, Antônio Amilton Andrade Ribeiro e Rosana Seniuk atuavam no Campus Uvaranas. Os velórios e sepultamentos já aconteceram nos últimos dias.

Quanto tempo é necessário para marcar a vida de alguém? Malane precisou de pouco para fazer boas amizades na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), local em que trabalhava desde 2018. “Ela trabalhou comigo e ficamos muito amigas. Estou muito triste com a morte dela”, relata Glaci Hilgemberg. O falecimento, ocorrido na última terça-feira (21), abalou a colega, mas não a impediu de escrever uma mensagem curta já que, segundo Glaci, Malane gostava de coisas simples. “As lembranças da pessoa que ela foi, sorridente, sincera, muito querida por todos, vão estar sempre na minha lembrança. Agradeço a Deus por sua amizade! Descanse em paz!”, escreveu Glaci para a amiga.

Além das marcas no ambiente de trabalho, a jovem de 29 anos tinha uma forte ligação com a família. “A Malane sempre foi muito ligada ao nossos pais. Eu e meu irmão saíamos de casa cedo quando casamos, então foi ela que ficou junto com a mãe o pai o tempo todo”, relata o irmão mais velho, Rafael Quadros, servidor da Coordenadoria de Logística da UEPG.

A família tem forte ligação com a instituição. Além de Rafael, o pai, Paulo Roberto de Quadros, também atuou na UEPG, de 1998 a 2020. Como caçula que ainda morava com os pais, Malane estava lá quando a mãe e o pai faleceram, em março de 2020 e janeiro de 2021, respectivamente. “Quando a nossa mãe ficou doente, ela foi o pilar da casa, sempre cuidou muito bem, pois tinha uma ligação muito forte com meus pais. Ela sem dúvida foi a que mais sofreu pelo falecimento deles”, recorda Rafael.

Com a partida dos pais, Malane precisou enfrentar mais uma luta – em agosto de 2022, ela descobriu um câncer de útero.  “Procuramos dar todo o apoio e suporte possível, por isso, na minha memória, a lembrança que fica é de uma menina muito, muito forte”. Apesar do baque pela descoberta do câncer, Rafael destaca que a fé pela volta por cima sempre esteve presente. “Sempre acreditamos que iríamos vencer e, de certa forma, acho que ela venceu mesmo, da maneira que Deus achou melhor. Eu a considero uma pessoa vitoriosa”.

Apesar da saudade da irmã caçula, o motorista se apega a um consolo: “hoje, ela está de novo no colo da mãe, com o pai e com nosso Deus lá em cima. É isso que me dá forças, ela voltou pro convívio deles. Que ela entregue o beijo e o abraço que pedi que entregasse aos meus pais, pois vamos ficar aqui, lutando, crescendo e trabalhando. Tenho certeza de que ela queria isso”, completa.

Soldado

O nome completo de Antônio Amilton Andrade Ribeiro até poderia ser desconhecido pela maioria de servidores da UEPG. Mas e Soldado? “Esse apelido era conhecido por todos. Podia falar o nome ‘Soldado’ e todos saberiam que se tratava do meu irmão”, conta o servidor aposentado da UEPG, José Airton de Andrade Ribeiro. O apelido de Antônio veio ainda em 1992, quando começou a trabalhar na instituição, lotado na Prefeitura do Campus (Precam). “Nosso irmão mais novo estava no quartel, mudou para Curitiba e deixou bastante roupa aqui. O Amilton pegou tudo pra ele e vinha trabalhar com essa roupa na UEPG”. O apelido pegou na hora. “Ele era muito brincalhão e tinha vários apelidos, mas foi esse, em especial, que caiu na boca do pessoal”, destaca.

O falecimento do irmão, no último domingo (19), foi também como perder o melhor amigo, para José. “Trabalhamos juntos durante 23 anos, na parte da pintura. Ajudamos a construir o Bloco M e foi lá que começamos a trabalhar”. O irmão lembra de cada data que marcou a trajetória dos dois na instituição, desde quando foram contratados de forma terceirizada, até a data de quando prestaram concurso público para ingressarem como servidores efetivos. “A gente trabalhou juntos, no dia a dia, e agora em maio ele faria 31 anos de serviço e já estava certo para aposentar”, explica. A falta do irmão mais novo é sentida por José e família. “Eu sinto muita falta dele. Além de ser meu irmão, ele foi meu melhor amigo. Apesar de termos bastante irmãos, quem mais conviveu com ele fui eu. Estou triste, mas estou tentando levar a vida”.

Na família, o Soldado era conhecido como “Tio Mirto”. A sobrinha, Angelita Folmer, não esquece das vezes que o encontrava nos corredores da UEPG Central. “Ele sempre me dava um abraço muito apertado, uns tapinhas nas costas e dizia ‘esta é minha sobrinha'”, recorda. A bondade e alegria de Antônio eram as principais características, segundo a servidora. “Ele sempre foi uma pessoa boa, alegre, feliz, não importa o que acontecesse, sempre demonstrava felicidade para todos”. O Soldado amava a UEPG. “O visitei na semana passada e ele falava muito bem da Universidade, pois ele tinha um amor muito grande pela instituição e fez muitos amigos. Ficam agora as boas lembranças”.

Sempre um sorriso e um abraço

Dizem que cada um oferece o que tem e, segundo colegas de Rosana Seniuk, ela só oferecia o melhor. A partida de Rosana, na última sexta-feira (17), pegou amigos de trabalho, da Diretoria de Material e Patrimônio da Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos (Dimapa-Proad), de surpresa. “Nós sabíamos que ela tinha problemas de saúde, mas não imaginávamos que seria grave, pois ela sempre transparecia alegria e oferecia o melhor abraço pra gente”, relata Sebastião da Silveira Filho.

A alegria, o profissionalismo e simpatia são as características de Rosana que ficarão marcadas na memória e no coração de Marcos Celso Mendes. “Ela sempre foi uma companheira de trabalho muito querida, muito pronta a ajudar a resolver as coisas”, conta, emocionado. Rosana sempre tinha um abraço na hora certa. “Isso era uma coisa muito dela. Vamos sempre nos lembrar dela desse jeito, da melhor maneira possível, alegre, pra cima, sorridente, com um abraço carinhoso”.

Para Maria Elaine Kempa Bolzani, Rosana tinha um carisma contagiante. “Ela sempre atendia a todos com a maior simpatia, chegava animando o dia da gente. Podia estar caindo o mundo, mas ela fazia as coisas flutuarem”. A discrição com colegas pelos problemas de saúde tinham um motivo para Maria.  “Eu acho que ela queria que a gente lembrasse dela bem, extremamente profissional e extremamente humana. E é isso que vai ficar no nosso coração”, finaliza.

Pela partida de pessoas tão especiais, aos familiares, amigos e colegas, a Universidade Estadual de Ponta Grossa presta solidariedade.

Texto: Jéssica Natal  | Fotos: Arquivo Pessoal


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