UEPG lamenta o falecimento do professor João Amilton Mendes

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Uma vida repleta de dedicação à profissão de engenheiro civil e à docência na Universidade Estadual de Ponta Grossa. É esse o legado que fica do professor aposentado João Amilton Mendes. Ele faleceu na sexta-feira (21), no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, onde tratava um câncer, e foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério São José, em Ponta Grossa. Deixa três filhos, Erick, Yasmine e Jessica, genros, nora e seis netos (Cauê, Sophia, Héctor, Otávio, Isadora e Benício).

Em 01 de março de 1978, quando assumiu o posto de professor da UEPG, João Amilton era um jovem engenheiro civil, com 24 anos. Ele dedicaria sua vida à formação de novos profissionais, até se aposentar, em outubro de 2012. Além disso, o engenheiro desenvolveu importantes projetos e recebeu prêmios nacionais de engenharia. “João Amilton Mendes foi uma referência para o curso de Engenharia Civil”, assinala o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. “Formou gerações de engenheiros, projetando o nome da Universidade nacionalmente com seus projetos”.

O engenheiro era especialista em concreto protendido na área de Estruturas, com Mestrado e Doutorado pela Universidade de São Paulo (USP). “Sempre muito requisitado para solucionar projetos de engenharia desafiadores, dedicou sua vida ao cálculo de estruturas e deixa um legado importante de obras na cidade e em todo o país”, relata a filha, Jéssica Mendes Nadal.

Juntos, João Amilton e Roberto Merhy, reitor da UEPG de 1994 a 2002, reformularam o currículo da área de Estruturas no curso de Engenharia Civil da UEPG. “Ele era um profissional extremamente dedicado, competente, um professor preocupado sempre em transmitir não apenas a matéria aos seus alunos, mas também a ética profissional e o respeito”, enaltece o colega de departamento e amigo.  “Um grande colega, uma grande perda”.

“Um dos maiores nomes da construção civil de todo o Paraná”. É assim que Alberto Portugal, secretário de cultura de Ponta Grossa, descreveu o amigo. “Doutor João era responsável pelo projeto de restauração da chaminé das Indústrias Wagner, em andamento, e foi responsável por laudos importantes dos projetos de revitalização da Estação Paraná”, relata. “Homem generoso, gentil e competente, deixará uma lacuna na luta pela preservação. Que a família e os amigos encontrem conforto”.

Família

A história da família se entrelaça à da UEPG. “Ficam as lembranças da infância quando nos finais de semana ele levava eu e os meus irmãos até o campus de Uvaranas para brincar e andar de bicicleta”, recorda Jéssica, que é professora do curso de Farmácia. João Amilton se dedicou à docência na Engenharia Civil, enquanto que a esposa, Marjorie Bittencourt Emilio Mendes, lecionou no departamento de Métodos e Técnicas de Ensino e ocupou cargos de gestão na Universidade, como o de diretora de Pós-Graduação na Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa. “A Universidade sempre foi a nossa segunda casa e ele tinha muito orgulho de os três filhos terem feito graduação e pós-graduação na UEPG”. Para a professora, o pai deixa como exemplo a honestidade, dedicação incansável ao trabalho e determinação.

O filho, Erick Emilio Mendes, registrou o falecimento do pai em post nas redes sociais. “Nosso exemplo de força, determinação, trabalho e em especial muito amor a esposa, filhos e netos”, descreveu. “Sem dúvida a saudade não será fácil, mas as lembranças permanecerão em nossa memória. Descanse em paz, estará sempre em nossos corações”.

Docência

“Durante o seu velório, muitos que foram seus alunos compareceram e todos relatavam o quão importante o professor João Amilton foi para a formação e não deixavam de mencionar as provas difíceis que ele aplicava”, conta Jessica. Uma das alunas e orientandas foi Gabriela Mazureki Bahniuk, que hoje é professora do curso de Engenharia Civil na área de Estruturas, inspirada pelo professor. “Tive a oportunidade de conviver e trabalhar com ele. Excelente profissional e amigo que impactou a vida de muitas pessoas que com ele trabalharam”, diz Gabriela.

“Além das atividades de ensino, destaco o incansável incentivo do professor João Amilton às atividades esportivas entre professores e alunos do curso de Engenharia Civil”, recorda o reitor da UEPG de 2013 a 2018 e colega de departamento, Carlos Luciano Sant’Ana Vargas. Como diretor da associação Pró-Saúde, o professor Luciano acompanhou o enfrentamento do câncer nos três últimos anos e reforça a postura positiva com relação à doença. “Posso atestar a forma altiva e corajosa adotada pelo professor nos duros tratamentos a que foi submetido, sem nunca reclamar e sempre com a expectativa mais positiva possível em relação à cura”.

Esporte

O futebol, e em especial o Operário Ferroviário Esporte Clube, era uma de suas paixões. Como destaca a nota de pesar emitida pelo Ofec, o engenheiro atuou na construção de diversos setores do Estádio Germano Krüger. “Durante muitos anos, o engenheiro prestou serviços ao Operário Ferroviário ao trabalhar incansavelmente na modernização das estruturas do clube”, lembra o Clube. “Em luto, o Operário deseja forças aos familiares e amigos neste momento de tristeza”.

Nas redes sociais, o sobrinho Luis Antonio Bitencourt Emilio Junior lembrou a paixão de João Emilio por futebol. “Ele realizou um sonho meu”, contou. “Fomos naquele jogo do Flamengo de 88 contra o Operário e ainda pegamos o autógrafo de todos os jogadores. Tenho aquela camisa assinada num quadro no meu quarto até hoje”.

A UEPG se solidariza com a família e amigos enlutados.

Texto: Aline Jasper | Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação


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