Dia do bibliotecário: conheça a servidora que ajudou a organizar os livros da UEPG

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Um oásis. É assim que Maria Lúcia Madruga descreve como deve ser uma biblioteca. No Dia do Bibliotecário, comemorado neste sábado (12), a servidora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) conta sua trajetória profissional na instituição. Com uma carreira de quase 20 anos dedicados aos livros, Maria garante que uma biblioteca de verdade vai além de guardar e organizar obras literárias – ela precisa ser funcional, acolhedora e humana.

Era 2002 quando Maria Lúcia assumiu o cargo de bibliotecária na Biblioteca Central Professor Faris Michaele (Bicen) que, à época, funcionava no Campus Central. “Aqui em Uvaranas ainda eram as bibliotecas setoriais, que com o tempo foram fechadas e passados para onde é hoje o Centro de Convivência”, descreve. Maria lembra exatamente do seu primeiro dia. “Cheguei, me receberam muito bem, eles me apresentaram toda a estrutura da biblioteca e eu fui trabalhar no atendimento e orientação aos alunos”, relembra.

No decorrer dos anos, Maria viu a evolução do sistema de organização da biblioteca, enquanto trabalhava organizando as fichas catalográficas no setor de tratamento da informação. De 2002 a 2014, a servidora, juntamente com a equipe, passou todo o acervo de livros e revistas do Campus Uvaranas, Central, Hospital Universitário e Colégio Agrícola para o Sistema Pergamum, plataforma que organiza o acervo de maneira online. O trabalho, segundo ela, é mais complexo do que se imagina. “Quando as pessoas entram na biblioteca, acham que ela se resume só ao local onde estão os livros, mas para a existência de um espaço como esse é necessária um logística muito grande por trás e é para isso existem os bibliotecários”, ressalta.

Trabalho 

A trajetória da bibliotecária sempre foi de muito trabalho. De 2014 a 2018, Maria Lúcia assumiu a responsabilidade da direção da Bicen. Do Campus Uvaranas, Maria assistiu ao progresso – viu a construção da nova biblioteca, mais moderna e com visual aconchegante; também conseguiu que a Bicen tivesse uma cadeira junto ao Conselho de Administração (CA). “Na época consegui que uma arquiteta fizesse todo planejamento do prédio sem cobrar nada. Apresentamos aos pró-reitores e CA um layout em 3D, que foi aprovado, mesmo com um visual de cores diferente da marca institucional”, explica.

O objetivo do novo espaço era proporcionar para a comunidade externa, alunos, professores e pesquisadores uma estrutura acolhedora. “Eu sempre digo que a biblioteca é um oásis, onde todos que entram precisam se sentir acolhidos, amados e humanizados. É para isso que uma biblioteca existe, além de armazenar livros e ser um espaço de estudos”.

Em 2019, Maria Lúcia assumiu o desafio da coordenação da Biblioteca Escolar Theresinha Miranda, pertencente ao Centro de Atenção Integral a Criança e ao Adolescente (Caic). “É uma estrutura muito diferente, é onde a gente vê o brotar do ensino e eu tenho me descoberto como profissional”, destaca. A servidora conta da importância de haver bibliotecas e bibliotecários em escolas. “Quando esse alunos chegarem na Universidade, terão uma formação mais sólida e irão enxergar o mundo de uma forma mais crítica e humana”.

No Caic, os alunos não chamam Maria de “tia” ou “professora”, chamam de bibliotecária. “Isso me deixa muito feliz. É gratificante  ver eles adquirindo o gosto pela leitura”.  A função de um bibliotecário é, também, contribuir na formação de pessoas. “Amo muito o que eu faço e vejo a importância do bibliotecário em qualquer lugar. É uma luta ser bibliotecário nesse país, não podemos desistir, mas ainda sim acredito que a nossa profissão é o futuro”.

Encontro Paranaense de Bibliotecários

A atuação de Maria Lúcia vai além dos muros da Universidade. “Observando a atuação dos bibliotecários na instituição e colegas de outras regiões, sentia muita fala de ter algo na nossa cidade para o bibliotecário”, explica. A partir da necessidade de oferecer eventos de capacitação profissional, a servidora resgatou o Encontro Paranaense de Bibliotecários, evento que acontece desde 2017, com realização da UEPG e Biblioteca Municipal Bruno Enei. “A última edição desse evento tinha acontecido em 1985, então arregacei as mangas e chamei aqueles que se interessaram em participar”.

Desde então, o Encontro conta com palestrantes referência na área. “Acredito na instituição que eu trabalho e na minha cidade, por isso trabalho por elas. O evento nos propicia alguém que fale aos bibliotecários coisas que precisamos ouvir e aprender”, completa. Neste ano, o Encontro Paranaense de Bibliotecários acontece de 25 a 27 de maio, com o tema “Bibliotecário e Mudança Social”. Informações sobre o evento estão no site aqui.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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