Na segunda e terça feira desta semana (17 e 18) a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por meio da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e com o apoio do Núcleo de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e Sexualidade (Nuregs), realizou o curso de Bancas de Heteroidentificação Racial, ministrado por Delton Aparecido Felipe.
Delton é professor doutor na Universidade Estadual de Maringá (UEM), pesquisador, ativista e Diretor da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). O curso é voltado para capacitar os servidores e comunidade acadêmica para melhor atuação nas bancas que avaliam candidatos concorrentes em vagas de cotas, e seguiu em forma de bate-papo com os participantes. “Partimos do pressuposto que as cotas têm uma finalidade, que é combater o racismo, então vamos debater a forma que ele toma no dia a dia”, iniciou o professor.
Ele também falou sobre as diversidades de gênero e naturalidade, que permeiam as identificações raciais. “Quando falo de cotas, falo de diversos grupos”. Existem condições que são necessárias para a efetivação dos direitos e igualdade para todos. “As cotas são para além da reparação, representatividade. Uma criança negra que vê um negro ocupar um lugar, um espaço, se vê representada”, reforça.
A Pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ione Jovino, enfatiza a importância das bancas de heteroidentificação para garantia das políticas afirmativas dentro da instituição. “É importante que os sujeitos de direito da política de cotas sejam os que de fato acessam as vagas”, comenta. Ela também enfatiza a responsabilidade da Universidade de fiscalizar o cumprimento das políticas afirmativas, capacitando a comunidade acadêmica. “Quem participa das bancas precisa estar a par das discussões, produções teóricas, intelectuais e conceitos. Fazer formações periódicas significa que temos tentado garantir a eficácia da política, para incluir de fato mais estudantes negros na UEPG”.
Texto e fotos: Amanda Santos
