Agência de Jornalismo arrecada 250 livros infantojuvenis em campanha do MST para escolas do campo do PR

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O Programa de Extensão Agência de Jornalismo, do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) arrecadou 250 livros de literatura infantojuvenil para o pré-assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Emiliano Zapata, localizado em Ponta Grossa (PR). A ação faz parte da campanha “Direito à literatura nas Escolas do Campo”, uma iniciativa nacional do MST iniciada em 2019. Com o objetivo de garantir acesso à leitura e à literatura em escolas de assentamentos e acampamentos, a ação envolve dezenas de universidades, entidades e sindicatos de trabalhadores em todo o Paraná. 

Os livros arrecadados pela Agência de Jornalismo foram entregues na tarde de domingo (23). A entrega estava originalmente prevista para o início de março e respeitou as medidas de isolamento social de prevenção contra a Covid-19. Coletados entre novembro de 2019 e março de 2020, o livros foram doados pela comunidade universitária, principalmente pelos professores e estudantes do Curso de Jornalismo.

Entre os livros arrecadados, estão obras de autores consagrados da literatura infantojuvenil brasileira, como Cecília Meireles, Ziraldo, Érico Veríssimo, Assis Brasil, entre outros. As doações incluem também as coleções Escolha sua Aventura – Enrola e Desenrola (Editora Tecnoprint), de 25 títulos, Vaga Lume e Para Gostar de Ler (Editora Ática), com 29 títulos de crônicas, contos e aventuras infantojuvenis de diversos autores, como Machado de Assis, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga, Luís Fernando Veríssimo, entre outros.

Os livros foram entregues ao Setor de Educação do Emiliano Zapata, coordenado por Ivonete Aparecida de Lima Varela. “É um presente muito valioso para nossas crianças e nossa comunidade. Nossas escolas do campo têm muitas dificuldades. As bibliotecas são muito carentes. Receber esses livros e com essa variedade de títulos aqui é muito gratificante”, disse Ivonete. As obras também serão distribuídas entre demais escolas do campo em acampamentos do MST na região dos Campos Gerais.

A campanha teve a adesão da Agência de Jornalismo, do Curso de Jornalismo da UEPG, por iniciativa da professora Hebe Gonçalves. “É com imensa alegria que hoje fazemos a entrega dos livros. Temos muito a agradecer a todas e todos que somaram conosco nesta iniciativa. A adesão dos estudantes e professores de Jornalismo da UEPG foi muito importante. Tivemos doações também de professores que já atuaram no Curso anteriormente e contribuíram devido à nossa divulgação nas redes sociais”, destacou a professora. 

A primeira entrega das arrecadações no Paraná ocorreu em outubro do ano passado, quando 500 crianças receberam 4 livros cada, durante o XIII Encontro Estadual das Crianças Sem Terrinha do estado. “A alegria, o encantamento, o sorriso e a expressão pela vontade de ler das crianças durante a distribuição, ao nosso ver, são as mais belas expressões. Isso nos motiva a continuar o trabalho coletivo entre o MST e as universidades, sindicatos e sujeitos envolvidos. Nosso objetivo é continuar semeando os livros e a literatura para continuar a luta pela humanização, pela elevação da imaginação e o nível cultura delas”, garante Valter Leite, integrante do Setor de Educação do MST do Paraná. 

Educação no campo durante a quarentena

Assim como para a maior parte das crianças brasileiras, a pandemia aumentou os desafios de acesso à educação para as crianças moradoras de assentamentos e acampamentos. “A escola está empobrecida neste período, principalmente para as crianças do campo, em razão da dificuldade de infraestrutura como energia elétrica e internet. As atividades, quando chegam, é de forma impressa e com ausência de mediação, nem mesmo por meio das plataformas digitais. É um cenário de negação do acesso ao conhecimento”, conta Luciane Olegário, integrante do Setor de Educação do MST do Paraná.

Para incrementar a rotina de atividades das crianças e adolescentes, o Setor tem se organizado desde abril para enviar sugestões de atividades pedagógicas, literárias e artísticas, além de contações de histórias, livros físicos e em versões digitais. “O objetivo é estimular a imaginação e a capacidade criativa das crianças”, completa Olegário. Apesar dos limites impostos pelo ensino à distância, o MST se soma a diversas outras organizações na campanha “Volta às aulas na pandemia é Crime”, para defender a vida e a educação pública. A ação “alerta e denuncia os riscos do retorno às aulas no período de pandemia da COVID-19 no Brasil”, para alunos, professores, famílias e a classe trabalhadora da educação.

Texto e fotos: Agência de Jornalismo/UEPG. | A foto em destaque é de novembro de 2019.

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