Ambulatórios da UEPG realizam atividades sobre Dia do Coração na Fazenda Escola

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O Ambulatório de Saúde e o Ambulatório de Saúde Integrativa (ASI), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), promoveram, na última quinta-feira (29), uma ação alusiva ao Dia Mundial do Coração. As equipes prestaram serviços e orientação para 17 servidores da Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon).

A atividade iniciou logo após o almoço, quando o ASI promoveu uma roda de conversa com os servidores. A equipe falou sobre saúde e bons hábitos, momento em que servidores também puderam compartilhar sentimentos, experiências, desafios e opiniões. A coordenadora do ASI, Milene Zanoni, explica que “o Ambulatório de Saúde Integrativa veio falar sobre a importância das emoções, da importância da saúde emocional, socioemocional, para a saúde física e para a saúde do coração”. Segundo Milene, o objetivo foi criar um espaço para que os participantes pudessem compartilhar as emoções, sofrimentos, dores, alegrias e superações.

A coordenadora do Ambulatório de Saúde, Jucélia de Fátima dos Anjos, explica que cuidar do emocional também é uma forma de cuidado com o coração. “Tudo que você sente pode virar uma doença”, alerta. Segundo Jucélia, não só o coração, como outros órgãos podem adoecer se a saúde emocional não estiver em dia. “Tudo que a gente não fala e guarda os sentimentos, seja de rancor, de ódio, de raiva ou de tristeza, pode também vir a se tornar uma doença. Então a gente trouxe essa reflexão para eles como uma maneira de prevenção e de promoção da saúde”, define.

Após a primeira atividade, foram realizados exames de rotina, em que foi aferida a pressão dos funcionários, pesagem, medição da circunferência abdominal, teste glicêmico e triagem de possíveis doenças. Servidores também puderam fazer auriculoterapia. Jucélia avalia que a ida à Fescon é muito válida e importante, uma vez que, diferentemente de outros servidores da UEPG, os funcionários da Fazenda Escola estão mais distantes do Ambulatório, e seu acesso aos serviços oferecidos se torna reduzido. Para ela, ações como essa transparecem cuidado com os servidores. “Eu acho muito importante pra realmente ver se tem alguém com pressão alta, ver se tem alguém precisando de algum atendimento, e pra eles também, pra pessoa se sentir pertencente, lembrar que alguém pensou nela, fez uma ação direcionada pra ela”, afirma.

Milene, coordenadora do ASI, explica que a roda de conversa, exames e a auriculoterapia têm o objetivo de trazer mais paz, reduzir a ansiedade e o estresse, além de promover a saúde. “Se os trabalhadores não estiverem saudáveis, se não estiverem felizes, eles não são produtivos, as relações entre os funcionários ficam prejudicadas, o trabalho fica muito mais difícil. Quando a gente consegue integrar, criar vínculo, trabalhar com a cooperação e não com a competitividade, os resultados em todos os âmbitos são melhores”, define.

Aproximação entre Ambulatórios e o Servidor

O motorista Eder Santos Oliveira concorda que a aproximação com os Ambulatórios é um incentivo para que os servidores cuidem mais da saúde. “Pelo fato de a Fazenda Escola ser mais retirada é bem melhor [eles virem até aqui], porque consegue pegar o grupo inteiro, e fica mais fácil para nós também vir aqui do que a gente ter que ir lá e estar marcando hora”, analisa. Eder conta que, embora seja reservado, gostou muito da troca de experiências promovida pela roda de conversas e de poder realizar seus exames periódicos no seu ambiente de trabalho .“Espero que possam vir com mais frequência, que venham outras vezes, principalmente essa roda de conversa, porque foi muito bom”. 

Ilson Rodrigues da Silva trabalha na Fescon com Agricultura. Ele também destacou a roda de conversa como um momento importante das ações realizadas. “Ali a gente se sente bem, você tem uma segurança de falar. Eu me senti livre pra soltar aquilo que eu estava sentindo. Foi muito bom, muito interessante, gostei muito”.

Segundo Ilson, os apontamentos feitos no grupo o motivaram a buscar melhorias na sua qualidade de vida. Ele conta que o que mais lhe chamou a atenção foram os dados trazidos sobre a influência do otimismo e felicidade sobre a saúde do coração. Milene falou aos servidores sobre uma pesquisa realizada pela Harvard School of Public Health, que apontou que fatores como otimismo, satisfação com a vida e felicidade podem significar a redução de 50% no risco de doenças cardíacas e circulatórias, independentemente da idade e status sócio-econômico de uma pessoa, de seu peso e se ela é ou não fumante. “Vou carregar isso comigo pra poder viver um pouco melhor, então tudo o que a gente ouviu e conseguiu compartilhar com eles foi muito interessante”, afirma Ilson.

O secretário da Fescon, Edimar Campanicci, admite que os homens têm menor hábito de realizar exames e cuidar da saúde, mas que ações como essa, que relembram o valor da vida e a importância dos cuidados, fazem mudar hábitos. “A gente, principalmente os homens, só procura a saúde quando já não tem outra alternativa e as atividades da Fazenda também exigem um acompanhamento mais presencial. A pessoa se desgasta, cansa, então geralmente prefere dormir, descansar e esperar que a dor passe, ou então às vezes nem sabe que está doente”, avalia o servidor. Edimar também aponta a importância de medidas preventivas: “Os Ambulatórios vindo até aqui são essenciais para que a gente possa perceber que, às vezes,  aparentemente está legal, mas tem escondida alguma coisinha que pode prejudicar lá na frente, e um diagnóstico precoce pode evitar bastante dor de cabeça”, ressalta.

Benefícios para todos

O administrador da Fazenda Escola, professor Orcial Ceolin Bortolotto, afirma que além dos benefícios à saúde dos servidores, atividades voltadas à qualidade de vida refletem no trabalho desempenhado por toda a equipe. “Quando a gente pensa numa atividade externa, automaticamente pensa no trabalho que a equipe vai ter que deixar de realizar. Só que a resposta foi muito positiva, porque ela acaba quebrando um pouco da nossa rotina, que eles possam enxergar algo um pouco além do horizonte do trabalho”.

O técnico em agropecuária, Assis Antonio de Queiroz, aponta que, assim como eles são beneficiados pela ação, os atendentes dos Ambulatórios também se favorecem. “É bom pros dois lados, até para eles, que estão lá num ambiente um pouco mais fechado, chega aqui, toma esse ventinho no rosto, eu acho que faz bem”. Assis também destaca o sentimento de importância ao ser contemplado pelo atendimento: “Essa questão de eles virem aqui também é bom, sinal de que a gente tá sendo lembrado de alguma forma”.

A coordenadora do Ambulatório, Jucélia, avalia que a ação foi exitosa, e que a receptividade surpreendeu, sobretudo quando foram convidados a compartilhar experiências na roda de conversa. “A participação deles eu achei excelente, teve até alguns momentos que foram bem emocionantes”. O administrador da Fescon concorda e avalia positivamente a atividade e a participação dos servidores. “Conversando com alguns técnicos aqui a gente verificou que eles até se surpreenderam que alguns colegas tiveram uma abertura maior com o pessoal do atendimento do que com os colegas da Fazenda. Isso demonstra a confiança que eles têm no serviço profissional da equipe, o que permite que eles falem, mas também ouçam palavras que estejam precisando nesse momento”.


Texto e fotos: Cristina Gresele


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