

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizou a semana de formaturas institucionais e gratuitas, entre 8 e 12 de dezembro, com 1.039 novos graduados em 40 cursos da graduação. Os eventos aconteceram na Arena Multiuso e contemplaram todos os setores de conhecimento, incluindo os cursos de Ensino a Distância e presenciais. O foco para a Instituição é a integração, ao promover acesso a todos os estudantes que passam pela Universidade, e diversidade, facilitando também a permanência desses alunos durante o tempo de estudo.
Em 56 anos de Universidade, já foram mais de 50 mil estudantes formados. Nos últimos anos, a UEPG busca acelerar os processos de integração para alunos indígenas, pessoas com deficiência, idosos e demais minorias. Para este ano, uma série de novidades foram implementadas para facilitar e integrar os estudantes.
Superação e foco
Na noite de sexta-feira (12), Flávia Novaski comemorou sua graduação em Direito. Ela nasceu com má formação na medula espinhal, andou por um tempo de muletas e passou a usar a cadeira de rodas. Durante toda a vida, foram cerca de 20 cirurgias realizadas, mas isso não a impediu de continuar os estudos. Ela é natural de Ipiranga, distante 50 km de Ponta Grossa, e ia e voltava diariamente durante a graduação. “Sempre fui muito incentivada a estudar. Minha escolha pelo Direito veio porque precisava saber das leis, devido a acessibilidade, e também porque gostava de ler. Estudei em um colégio que só foram fazer acessibilidade depois, quando já estava saindo”, explica Flávia.

Ao chegar na UEPG, ela encontrou dificuldades, mas contou com o apoio dos colegas, professores e do Centro Acadêmico. “Uma das coisas que eu sempre pensei: se você não se mexer, viver, ninguém vai fazer isso por você. Tenho tanto a agradecer à UEPG, ao curso de Direito e também aos meus amigos e colegas, que se fizeram presentes em minha vida! Não me arrependo de nada. Se eu tivesse que voltar no tempo e tomar uma decisão, faria tudo de novo”, declara Flávia, que pretende seguir para o Mestrado.
Outra graduada durante a semana foi Margareth Haas, de 66 anos, que concluiu o curso de Serviço Social. Ela viralizou nas redes sociais após uma publicação de um dos seus netos. “Minha vó hoje, aos 66 anos, tirou 10 no TCC da Faculdade”, escreveu Kauan Leitão junto de uma foto. Quando viu a repercussão, ela ficou preocupada. Afinal, sua verdadeira nota no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi 7,5 – e não 10, como seu neto havia entendido inicialmente. Mesmo com a diferença da nota em relação ao que foi divulgado, a trajetória de Margareth dentro da UEPG mostra um caminho de dedicação e foco no ensino público.

Apesar da conquista, Margareth alerta para as dificuldades em voltar a estudar na terceira idade. “As barreiras foram enormes, porque foram 30 anos sem estudar”, conta Margareth. Além disso, ela precisou fazer dois cursos de informática para se acostumar com todas as ferramentas utilizadas em sala de aula, além dos desafios com a diferença de idade com seus colegas. Na noite de quinta-feira (11), Margareth recebeu o diploma das mãos do seu filho Allan Leandro Monteiro, que é técnico de laboratório no Departamento de Física da UEPG. Ela foi apenas uma entre os estudantes que tiveram a oportunidade de receber o diploma das mãos de pais, mães e outros familiares que são servidores da Universidade.
Inclusão
O bacharel em História, Jeferson Osni de Souza Junior, é natural de Ponta Grossa e trouxe uma novidade: propôs a utilização de capelos específicos para cabelos volumosos e afro.

“Eu não inventei esse modelo, mas fui talvez umas das pessoas que trouxe essa pauta para dentro da instituição e que decidiu tomar a iniciativa para garantir que eu e outras pessoas pudéssemos ter acesso a um capelo que respeitasse nossas características”, explica Jeferson. Após receber a autorização da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), Jeferson adquiriu o modelo de capelo. “É o início de um movimento que deve ser ampliado: fazer o levantamento de quantos estudantes necessitam, garantir compra institucional e fornecimento gratuito. Não é um favor, é reparação, é respeito, é permanência”, defende o aluno.
Para o vice-reitor professor Ivo Mottin Demiate, o evento foi um marco. “A acessibilidade é uma marca importante: neste ano, em especial as cerimônias, que são sempre marcadas pela diversidade, têm uma conquista adicional, a possibilidade de uso de capelos adequados a cabelos afro”, explica o vice-reitor. “A acessibilidade também é uma marca importante: a UEPG proporciona, aqui na Arena, acompanhamento aos que solicitaram atendimento especial. Desde o ingresso até o último ato na graduação, buscamos a excelência e a humanização. A formatura é uma das representações mais simbólicas do quanto a Universidade pode impactar vidas”, defende o professor Ivo.
A semana de formaturas somou três estudantes indígenas que concluíram o Ensino Superior. “Tivemos o prazer de ver alunos indígenas, mas também de ver alunos bolsistas, alunos da bolsa permanência, que se formaram. Tem alunos que foram bolsistas por 4 anos, sem poder ter uma reprovação, e que conseguiram manter essa bolsa. É uma felicidade que não dá nem pra nomear”, defende a Pró-reitora de Assistência Estudantil, professora Ione da Silva Jovino.
Formatura gratuita para todos
Desde 2019, a UEPG realiza a formatura coletiva institucional de forma gratuita ao término dos cursos de graduação. O modelo possibilita aos estudantes, independentemente de condição financeira, comemorar a conclusão do curso com uma celebração e sem nenhum custo. Para o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, a realização das formaturas de forma institucional representam um avanço. “Essa formatura institucional é um avanço fantástico. Fazer tudo em uma semana é cansativo, mas vale a pena. O aluno e a Universidade cumpriram seus papeis, então temos que festejar”, explica o reitor.

Outra conquista deste ano foi o diploma disponibilizado online já no dia da formatura para todos os alunos. “A pessoa saiu da formatura, ela entra no site e o diploma já está online. Eu assino no dia o diploma. Em janeiro, a pessoa procura um emprego e já tem esse documento em mãos”, reconhece o reitor.
Noite de Homenagem
A primeira noite de formaturas institucionais da UEPG foi marcada pelo reconhecimento à atuação do Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, professor Aldo Nelson Bona, em prol de alunos, professores e dos projetos que causam impacto positivo na comunidade assistida pela Universidade.
“Estou realmente muito feliz e emocionado”, resumiu o Secretário. “Quem é professor, quem vive o dia a dia da universidade, sabe que a homenagem em momentos de formatura é daquelas que mais animam, reanimam, reavivam o espírito docente do professor. Sem dúvida nenhuma, é uma grande honra para mim”. O professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, destacou que a homenagem é uma forma de dar destaque ao trabalho do secretário em parceria com a UEPG e demais universidades estaduais. “A homenagem que ocorreu na abertura das formaturas institucionais da UEPG ao professor Aldo Nelson Bona é um reconhecimento de todo o trabalho do professor em prol do desenvolvimento das nossas universidades, que é também o desenvolvimento de nossas regiões”, diz.
Texto: André Packer | Fotos: Equipe CCOM
Segunda-feira, 08 – Setor de Engenharias, Ciências Agrárias e Tecnologia
Terça-feira, 09 – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Quarta-feira, 10 – Setor de Ciências Biológicas e da Saúde
Quinta-feira, 11 – Setor de Ciências Sociais Aplicadas
Sexta-feira, 12 – Setor de Ciências Exatas e Naturais e Setor de Ciências Jurídicas



























































































































































































































































































































































































