UEPG e Prefeitura de Ponta Grossa plantam 50 mudas de araucária em parque urbano

Compartilhe

A cada semente de pinhão que ganha vida e se transforma em uma muda nas mãos cuidadosas do pessoal do Viveiro Florestal da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nasce uma nova chance de recuperar as florestas com a árvore-símbolo do Paraná. Nesta terça-feira (24), Dia Nacional da Araucária, alunos de Ciências Biológicas fizeram o plantio de 50 mudas em uma Área de Preservação Permanente (APP), localizada no Parque das Araucárias, em parceria com o Viveiro da UEPG e a Secretaria de Meio Ambiente (SMMA) da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

A ação foi uma forma de reafirmar o compromisso com a conservação da espécie, afirma a professora Rosimeri Fragoso, coordenadora do Viveiro, que já produziu mais de 20 mil mudas da espécie em seis anos. “Importante lembrar que essa data deve destacar não apenas a importância da preservação da araucária, mas também a proteção dos remanescentes naturais ainda existentes, que abrigam diversas espécies nativas ameaçadas e ecologicamente relevantes”.

“A araucária faz parte da nossa história, da nossa paisagem e da nossa alma paranaense”, enalteceu a prefeita Elizabeth Schmidt. “Plantar essas mudas hoje é um ato de cuidado com o futuro, com o meio ambiente e com as próximas gerações. Estamos muito felizes em promover ações de preservação em um espaço tão especial como o Parque das Araucárias”.

Um espaço degradado, que era utilizado como área de descarte irregular de resíduos, agora ganha nova vida, a partir do processo de revitalização e recuperação.  Sob a sombra das araucárias que dão nome para o parque urbano no residencial Campo Belo, no bairro Cará-Cará, as mudas com cerca de um metro de altura podem crescer e complementar o conjunto de pinheiros que cercam uma área de nascente. “Esse espaço já foi uma mata nativa, mas com a urbanização, essas áreas acabaram sendo degradadas aos poucos”, explica a secretária municipal de meio ambiente, Carla Martins Kritski. “É um espaço ímpar, muito bonito. Além de transformar num parque para visitação, turismo e educação ambiental, também será um espaço para pesquisa das espécies nativas”.

Não é a primeira ação da UEPG em parceria com a Prefeitura e os moradores da região no Parque das Araucárias. “Ainda em 2025, o Parque recebeu o plantio de mudas nativas doadas durante a 7ª edição do Arboriza Ponta Grossa, em ação conduzida pela Associação de Moradores do Campo Belo e pela equipe do Viveiro, com o apoio da SMMA”, conta a professora Rosimeri. “Novos plantios já estão previstos para o local, visando aumentar a biodiversidade e a funcionalidade ecológica da área”. É uma parceria duradoura, neste e em outros locais da cidade. “Além dessa ação, o Viveiro Florestal da UEPG tem colaborado com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente na recuperação de outras áreas do município, com foco especial em cursos d’água e nascentes, e previsão de plantio de mais de mil mudas nativas”

Para Allan Henrique de Araújo, diretor de Saneamento Ambiental da SMMA, a parceria é uma forma de contribuir com as questões ambientais, sociais e de governança. “A gente precisa cada vez mais fortalecer os elos. A prefeitura, na qualidade de poder executivo, tem muita vontade de fazer as coisas. E a Universidade, também um ambiente público, tem muita vontade de produzir conhecimento e de aplicar esse conhecimento. Então, ações como essas são grandes oportunidades a serem aproveitadas para que a gente consiga ligar todos esses elos em prol da comunidade”.

Como conta Allan, o Parque das Araucárias conta ainda com uma nascente d`água que está em processo de recuperação – processo do qual faz parte a recuperação da vegetação nativa. “São mais de 20 nascentes aqui na cidade em que, de maneira gradativa, estamos fazendo esse trabalho de recuperação, que não se restringe somente ao caxambu [estrutura de argila com cimento que protege a nascente de agentes contaminantes]. A gente quer também plantar árvores em volta, melhorar a estrutura, transformar em espaço de vivência para a comunidade. A educação ambiental também é participativa”, explica o diretor.

Ao olhar para os ramos das araucárias já existentes no local e para os galhos das mudas plantadas nesta semana, é possível vislumbrar um futuro repleto de sustentabilidade e de respeito à natureza. As mãos cheias de terra da pequena Eleonora, que ajudou a plantar algumas das mudas de araucária, poderão colher pinhões nos anos que virão.

Texto e fotos: Aline Jasper


Compartilhe

 

Skip to content