

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por meio dos Museu Campos Gerais (MCG) e de Ciências Naturais (MCN) e o Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH), receberam na quinta-feira (11), equipamentos da Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (Seti), adquiridos por intermédio da Fundação de Apoio (Fauepg).

Foram entregues três computadores, dois escâneres planetários e dois escâneres tridimensionais (3D). Os espaços receberam ainda bolsistas e investimentos em softwares. A cerimônia contou com a presença do reitor da Universidade, Miguel Sanches Neto; do vice-reitor, Ivo Mottin Demiate; do presidente da Fauepg, Sinvaldo Baglie, e de representantes dos espaços contemplados e das instituições que tornaram a entrega possível, como a Seti e o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) “Conectando Memória e Inovação”.


O reitor reforçou ainda que a tecnologia só cumpre seu papel quando aliada ao conhecimento humano. “Quando a gente forma pessoas, a gente está transformando. Só que, para formar pessoas, precisamos dos equipamentos”, disse. Segundo ele, é fundamental que os novos recursos fiquem à disposição da comunidade universitária. “É importante ter a inteligência humana, a inteligência emocional, para operar esses equipamentos. Nesse sentido, este é um momento muito importante para nós”, concluiu.


O coordenador de Museus Universitários da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Renê Wagner Ramos, presente na cerimônia, pontuou que a entrega representa uma conquista importante para as ciências humanas e para a preservação da memória. “Normalmente, quando falamos em tecnologia, pensamos em áreas como engenharia ou saúde. Mas e a ciência humana, onde fica? E a preservação da memória humana, onde fica?”, provocou.
Ramos explicou que os equipamentos entregues permitem a digitalização dos documentos dos Museus e do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH), integrando, de forma inovadora, ferramentas de inteligência artificial que facilitam a documentação. Esta tecnologia, desenvolvida por equipes paranaenses, de acordo com o coordenador, despertou interesse nacional e internacional. “Isso não existe no Brasil, e quando apresentamos em Fortaleza o pessoal ficou de queixo caído”, afirmou. 

Ele enfatizou que todo o conhecimento produzido será de acesso público e frisou a parceria da UEPG no processo, especialmente na infraestrutura para armazenamento dos documentos digitalizados. “O Instituto Brasileiro de Museus tem apenas quatro terabytes para receber acervos de todo o país. Aqui, conseguimos oferecer 200. Isso significa investimento em conhecimento e um grande avanço para a ciência paranaense e brasileira”, completou.
A coordenadora do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) e professora do Departamento de História da Universidade, Elizabeth Johansen, afirmou que a chegada dos equipamentos tem grande importância para a preservação e a difusão dos acervos. “O CDPH surgiu em 1985, num momento em que muitos dos espaços municipais, estaduais e federais com a responsabilidade de guarda documental não tinham condições de manter, e as universidades assumiram essa responsabilidade”, disse. Segundo ela, a digitalização amplia as possibilidades de pesquisa. “Documentação do século XIX, como processos criminais, ou de fundadores da universidade, poderão ser acessados por qualquer pesquisador dentro de sua casa, desenvolver as suas pesquisas. É uma virada de chave muito grande”, avaliou.
Já o professor Antônio Liccardo, do Museu de Ciências Naturais, agradeceu pela entrega dos equipamentos e lembrou a relevância para a produção científica e aproximação com a comunidade. “Nós ficamos muito gratos, antes de mais nada, pelo equipamento que está chegando. Ele é sensacional, e vamos fazer um uso absurdo disso aqui, podem ter certeza”, afirmou. Liccardo acrescentou que o museu já nasceu com DNA de pesquisa, com orientações de mestrado, doutorado e diversas publicações sobre educação museal. “A tônica de uma ciência que se comunica com a comunidade é o nosso DNA, e esse equipamento será muito valioso para alcançar ainda mais pessoas do que a gente já alcança hoje como museu”, concluiu.
Texto: Mariana Real | Fotos: Aline Jasper













