Matemática aplicada: a profissão do presente e do futuro

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Neste 6 de maio, em celebração ao Dia da Matemática, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) mostra as possíveis oportunidades de carreira para os apaixonados por números. Além da formação de professores comprometidos com o ensino de qualidade na educação básica por meio do curso de Licenciatura em Matemática, a UEPG oferece o Bacharelado em Matemática Aplicada, que forma profissionais preparados para resolver problemas reais e complexos utilizando a matemática.

Para o coordenador do curso, professor José Tadeu Lunardi, a Matemática Aplicada é uma das profissões mais promissoras da atualidade. “As pessoas estão com medo que a inteligência artificial vá roubar seus empregos. De um matemático aplicado, nunca. Porque é ele quem projeta os algoritmos e métodos matemáticos que estão por trás de tecnologias como a inteligência artificial”, afirma. “É a profissão do momento e do futuro”.

Desde o primeiro semestre, o estudante entra em contato com linguagens de programação e aprende a usar softwares avançados como o Python e o Wolfram Mathematica. O curso é estruturado para que os alunos aprendam a aplicar conceitos matemáticos com ferramentas computacionais modernas, e reúne no seu corpo docente matemáticos, físicos, engenheiros e químicos.

“O mercado de trabalho para o matemático aplicado é praticamente ilimitado, porque ele poderia atuar em qualquer instituição que lide com problemas passíveis de serem formulados e resolvidos com linguagem matemática”, afirma Lunardi. Entre os principais ramos de atuação estão as indústrias, governos, bancos, empresas de tecnologia e consultoria. Apesar disso, a profissão ainda é pouco conhecida. “A UEPG tem um dos melhores cursos de matemática aplicada do Brasil, e o nosso grande desafio é fazer com que as pessoas saibam que essa é a melhor opção para o aluno que gosta de matemática. Via de regra, é uma formação muito valorizada no mercado, inclusive em termos salariais”, afirma Lunardi.

Além da iniciativa privada, a formação da UEPG permite ao egresso seguir carreira acadêmica tanto em matemática aplicada quanto em matemática pura. Os primeiros formandos pelo curso já ingressaram em programas de pós-graduação altamente seletivos.

Experiências de egressos da UEPG

É o caso de Douglas Alves Gonzaga, que hoje é doutorando em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP), após concluir o mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ele, a qualidade do curso de Matemática Aplicada da UEPG foi decisiva para essa trajetória. “Vi na graduação muitos conteúdos que estou vendo agora no doutorado. O curso me preparou muito bem. Comparando com colegas que vieram de outras universidades, a minha formação foi excelente”, afirma.

Gonzaga relembra que o gosto pela matemática começou ainda na infância, antes mesmo de aprender a ler. Durante o ensino fundamental, a participação em edições da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e em um programa de iniciação científica júnior reforçaram essa afinidade. 

“Aos sábados, eu saía da minha cidade, Irati, e ia para o campus da UEPG estudar matemática. Ali percebi que era aquilo que eu queria fazer”, relata. Gonzaga reconhece que o curso de Matemática Aplicada ainda é pouco conhecido, mas afirma que este é a profissão ideal para quem gosta da disciplina. “Muitas pessoas entram em engenharia ou física porque gostam de matemática, mas depois percebem que o foco não é bem aquele”, relata. 

Egresso do curso, Leonardo Ferreira Bielinski relata que o interesse pela matemática começou cedo, mas se consolidou após receber uma medalha de bronze da OBMEP, em 2015. “Foi a partir daí que percebi conscientemente que gostava da área”, afirma. Bielinski recomenda o curso para quem tem interesse pela matemática. “Vale a pena. É um curso que exige, mas que também te diferencia. Abre portas que outros cursos não abririam.”

Mestrando no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Bielinski considera que o bacharelado da UEPG oferece uma base sólida tanto para quem quer atuar no setor produtivo quanto para quem deseja seguir carreira acadêmica. “Muitas coisas que estou vendo no Impa eu já tinha visto na graduação, ou pelo menos tinha alguma familiaridade”, afirma. 

Bielinski destaca que a Matemática Aplicada ainda é pouco conhecida e, por isso, muitos vestibulandos acabam escolhendo cursos como engenharia. “Eu mesmo fiz isso no começo. Escolhi engenharia de software por ser mais comum, mais seguro. No fim, vi que não era o que eu queria”, conta. Hoje, considera que o bacharelado ampliou suas oportunidades. “Por ser um curso que poucas pessoas fazem, você acaba se destacando. Se eu tivesse me formado em engenharia, talvez não teria currículo para entrar no Impa”, avalia.

Texto: João Pizani | Fotos: Aline Jasper


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