

A 70ª edição dos Jogos Estudantis da Primavera (JEPs) chegou ao fim. Durante os 10 dias de evento, as competições reuniram 43 colégios estaduais, 39 escolas, 11 colégios cívico militares, sete cursos universitários, 10 associações atléticas, nove instituições de ensino superior e dois institutos federais. Ao todo, foram 121 instituições de ensino que disputaram mais de 200 troféus e cerca de 3 mil medalhas. Foram 4.041 atletas e 318 técnicos envolvidos no evento, organizado pela Coordenadoria de Desportos e Recreação (CDR) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Cada um desses envolvidos traz uma história de conexão com o esporte. Já na abertura, realizada no dia 26 de outubro, a organização homenageou nomes importantes para a história dos jogos e do desenvolvimento esportivo da cidade e região. Como o caso do professor e técnico de basquete há 44 anos, Jackson Silva. Como atleta, Jackson disputou as modalidades de basquete e vôlei e, posteriormente, entre 1981 e 1989, foi árbitro. Já como técnico, ele conquistou mais de 30 títulos nos JEPs e treinou as seleções do Paraná de basquete e vôlei, fez parte da Seleção Brasileira Escolar de Basquete e, atualmente, é coordenador geral da Liga Desportiva de Ponta Grossa (LDPG).
Outro homenageado foi Paulo Cesar Rodrigues, que fez sua primeira competição nos JEPs em 1984, nos 400 metros rasos. Ele competiu até 1995 como atleta, atuou como árbitro e foi graduado em Educação Física pela UEPG. Paulo foi campeão paranaense dos 400 metros com barreira, campeão brasileiro e sul-americano em 1988, além de ter conquistado o 12º melhor tempo no mundial juvenil no Canadá. Ele também foi vice-campeão pan-americano no revezamento 4×400 metros rasos.
Esses são apenas dois nomes entre os trinta homenageados que, em algum momento, contribuíram com o esporte, seja como político, representante da UEPG ou diretamente na prática esportiva. Ainda durante a abertura, a emoção tomou conta do público com a homenagem ao aluno do Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Sede Ponta Grossa, Eduardo Wazne Pedroso. Participante ativo dos JEPs nas modalidades de judô, voleibol e futsal, o jovem faleceu sete dias antes da abertura, aos 16 anos, vítima de meningite.
Xeque-mate
No xadrez, a peça decisiva é o rei, mas nas competições da modalidade nos JEPs o destaque ficou para “as rainhas”. No grupo sub-14, as estudantes do Colégio Estadual José Elias da Rocha foram campeãs por equipe e na classificação geral. Manuella de Oliveira de Ramos, de 13 anos, fechou as partidas do período com medalha de ouro. “Eu amo, amo, xadrez. Estou muito feliz porque eu comecei a aprender a jogar quando tinha dez anos e logo fui convidada para competir no Estadual. Aí, eu me estimulei a continuar e agora estou competindo pela minha nova escola”. Manuella conta que se encantou pela modalidade em 2022, quando estudava na Escola Municipal Prefeito Major Vicente Bittencourt.
Orgulhoso com o desempenho das estudantes, o professor Edilson de Oliveira aposta no talento da equipe e diz que parte do segredo é o treinamento, que conta com o apoio das Aulas Especializadas de Treinamento Esportivo (Aete) – um programa do Governo do Paraná voltado ao desenvolvimento do potencial de estudantes do Ensino Fundamental e Médio. “É um programa da rede estadual. O Aete faz muita diferença: ter uma rotina de treinos para poder competir em igualdade com os colégios particulares”, explica o professor.
Esforço fora das quadras
Para garantir o sucesso do evento, a equipe da Coordenadoria de Desportos e Recreação (CDR) trabalhou incansavelmente. Além das competições, a organização precisa garantir alojamento, refeições, transporte, premiações e todos os bastidores para a realização das competições. Parte desse serviço, ficou por conta da professora Natasha Lise – a primeira mulher à frente da CDR e da organização dos jogos em 70 edições. Como administradora da CDR desde o início desse ano, Natasha precisou correr para garantir o sucesso da edição 70 dos Jogos da Primavera.
“No balanço geral, a gente pode dizer que foi um evento de sucesso. Tudo saiu organizado, não precisamos cancelar nenhuma modalidade, os horários foram respeitados e tudo aconteceu como previsto na programação, o que nos levar a crer que foi um sucesso”, defende Natasha. Com o fim da competição, a CDR prepara um relatório e inicia os preparativos para a próxima edição. “Vamos começar o quanto antes essa organização. Como eu peguei na metade, já vi o projeto sendo enviado. A perspectiva é que a gente comece, efetivamente, um ano antes a preparação da próxima edição”, conta a professora.
Para o próximo ano, a organização deve avaliar a parte esportiva e definir a exclusão de algumas modalidades com baixa procura. “Esse ano foi uma exceção, por ter sido uma edição comemorativa, mas a gente depende muito do dinheiro das inscrições. Então, não tem como sonhar muito alto”, explica Natasha.
Apenas para a hospedagem, a equipe da CDR garantiu espaço para 295 pessoas. Foram 29 árbitros e 266 atletas que ficaram nas dependências da UEPG durante os dias de Jogos da Primavera. Apenas o Colégio Estadual do Paraná (CEP), trouxe 238 alunos. Outro ponto é o estabelecimento de parcerias, como com a Secretaria de Esportes de Ponta Grossa, que disponibiliza espaços de competição, palco e luzes. As partidas de xadrez, futsal e futebol de campo aconteceram na Universidade Tecnológica Federal (UTFPR), uma das instituições parceiras dos JEPs. Além disso, escolas particulares e outros órgãos atuaram em conjunto para garantir a realização dos jogos.
Texto: André Packer, com colaboração de Luciane Navarro e Jéssica Natal | Fotos: Coordenadoria de Comunicação UEPG (créditos nos nomes dos arquivos)