UEPG realiza Conex/Eaex com participação histórica da comunidade acadêmica

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O debate sobre a extensão tomou conta da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e suas salas de aula se transformaram em espaços de discussão sobre o impacto das ações da da instituição na comunidade. Foi assim durante o 23º Conversando sobre a Extensão e 8º Encontro Anual de Extensão Universitária (Conex/Eaex), realizados entre os dias 7 e 8 de outubro.

A edição deste ano contou com expressiva participação de professores e estudantes, totalizando 465 trabalhos inscritos. O número representa um salto em relação ao ano anterior, quando cerca de trezentos trabalhos foram apresentados. Somados com os ouvintes e participantes de outras atividades do evento, o Conex/Eaex de 2025 reuniu cerca de 600 pessoas para o debate.

O Conex/Eaex é realizado anualmente, pela Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex), com o objetivo de apresentar as atividades extensionistas desenvolvidas pelos cursos da UEPG. A 23ª edição do encontro trouxe como proposta central, o debate sobre o impacto das ações da extensão universitária na comunidade e na formação acadêmica, assim como a discussão sobre formas de avaliar esse impacto.

A diretora de Extensão Universitária da UEPG e coordenadora do evento, professora Marina Tolentino Marinho, exaltou a participação estudantil e associou a grande adesão à curricularização das atividades extensionistas nos cursos. “Os trabalhos aqui apresentados nada mais são que o resultado das ações extensionistas desenvolvidas em sala de aula, pelos nossos professores e estudantes engajados em pensar a UEPG inserida na comunidade. Com a extensão sendo parte do currículo, a tendência é aumentar o número de projetos e os debates sobre a extensão”, celebra.

Abertura

O Encontro respirava extensão desde a abertura, realizada no Grande Auditório do Campus Centro, onde o coro Entre Tons animou a plateia com uma apresentação musical repleta de brasilidades. O coro integra o projeto de extensão Educanto, do curso de Licenciatura em Música. Após a apresentação, teve início a palestra de abertura, que contou com a presença de autoridades universitárias, estudantes, servidores e professores de todas as áreas do conhecimento.

No lançamento da atual edição do Conex/Eaex, o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, destacou que a extensão representa a superação do desafio de ultrapassar os muros da Universidade. “A UEPG nasce como uma universidade extensionista. O que significa que, desde a sua fundação, ela tem um olhar voltado para as demandas da comunidade. O Conex é prova de que essa preocupação segue norteando nossas ações”. A pró-reitora de Extensão, professora Beatriz Gomes Nadal, agradeceu aos extensionistas por levar a UEPG onde ela é mais necessária “e por difundir os valores ensinados por onde passam”.

A palestra que abriu o evento foi conduzida pela coordenadora de Extensão na Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu-MEC) e pró-reitora de Extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), professora Sandra Maria Antunes Nogueira. Ela abordou o tema “Indicadores e Avaliação da Extensão” e apresentou dados do MEC sobre o impacto das ações extensionistas de universidades brasileiras e formas de aferir essas atividades.

“O que eu trouxe foi um retrato claro de como a extensão acontece no Brasil, que ajuda muito a pensar em ações a nível local, tendo em vista as complexidades e desafios que as universidades inseridas em diferentes regiões enfrentam”, explica Nogueira, que agradeceu a possibilidade de apresentar seu trabalho em um evento como o Conex/Eaex. “Nós sabemos que a Universidade transforma a sociedade. O que está em discussão é entender o tamanho desse impacto”, explicou.

“É um tema denso e muito impactante, que precisávamos ouvir. Receber essas informações é muito importante para inserir a UEPG no debate da extensão a nível nacional”, afirmou a professora Marilisa Rócio Oliveira, do Departamento de Administração, ao final da palestra.

Livros e debates 

No segundo dia de evento, a programação iniciou com o lançamento do livro “Ações articuladoras do tripé ensino, pesquisa e extensão nas universidades paranaenses”, organizado pelas professoras Edina Schimasnki e Luana Billerbeck, do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Aplicadas (PPGCSA). A obra, publicada pela Editora UEPG, aborda o impacto social das ações de extensão universitária realizadas pelas instituições de ensino superior estaduais do Paraná.

O livro é dividido em sete módulos e assinado por 18 autores, que compartilham conhecimentos sobre o conceito de Extensão, o planejamento e gestão para sua execução. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) coordenou a produção da obra com recursos do Fundo Paraná para Ciência, Tecnologia e Inovação. O prefácio é escrito pelo secretário da Seti Paraná, professor Aldo Nelson Bona. “Este livro foi concebido com o objetivo de auxiliar docentes, técnicos e estudantes a atuarem de forma transformadora, alicerçada nos princípios da extensão crítica e de qualidade”, escreveu o secretário.

A obra é fruto das discussões levantadas nas duas edições do Curso de Formação Extensionista, do qual participaram as sete universidades estaduais do Paraná. O livro “nasce da necessidade de tornar esse debate permanente e acessível. Esta é uma obra densa e completa sobre as práticas extensionistas no Paraná, sempre pensando na relação universidade e comunidade e o seu papel na formação acadêmica”, explica a co-organizadora, professora Edina Schimasnki.

Após o lançamento do livro, a professora Sandra Nogueira, palestrante da abertura, se uniu à professora Rosa Maria Marcos Mendes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na mesa-redonda ‘Diagnóstico de demandas e aproximação com a comunidade’, mediada pela professora Cleide Lavoratti, do Departamento de Serviço Social da UEPG. A mesa-redonda discutiu a criação de diagnósticos participativos sobre a extensão universitária e a avaliação social de projetos e seus efeitos na comunidade.

“As perspectivas apresentadas pelas professoras convidadas trouxeram, com certeza, elementos para repensar a nossa política para a extensão e as nossas práticas extensionistas. Foram conhecimentos valiosos, que nos lembrar da importância de aproximar o saber acadêmico dos saberes populares, difundidos fora da Universidade”, exalta Lavoratti. A professora Rosa Maria Mendes agradeceu a oportunidade de vir à UEPG para compartilhar experiências produzidas por universidades de diferentes regiões. “Me senti muito acolhida e grata em trazer conhecimentos, ao mesmo tempo em que pude observar como é feita a extensão aqui na UEPG”.

Apresentação de trabalhos

Os estudantes da UEPG foram os verdadeiros protagonistas do Conex/Eaex, e durante duas tardes puderam compartilhar suas experiências como extensionistas em sessões de apresentação de trabalhos. As apresentações promoveram a troca de conhecimentos entre acadêmicos de diferentes cursos, que trouxeram ao evento relatos da vivência nos projetos de que fazem parte.

As sessões aconteceram em salas divididas por linhas temáticas: Comunicação; Cultura; Direitos Humanos e Justiça; Educação; Meio Ambiente; Saúde; Tecnologia e Produção; e Trabalho. Para os alunos, a oportunidade de compartilhar as experiências extensionistas é importante por permitir que conheçam realidades e visões de mundo com as quais não estavam habituados.

“Estou um pouco ansioso, na verdade, mas feliz porque é uma forma de mostrar todo o trabalho que a gente teve durante o ano e falar da importância dessa integração entre a Universidade e a comunidade”, revelou o estudante de Letras Sérgio de Souza antes de entrar para a sessão e apresentar sua experiência na produção de material escolar para escolas quilombolas do Paraná, sob coordenação da professora Ione Jovino, do projeto Universidade sem Fronteiras. “A extensão tem esse diferencial de agregar ideias e possibilitar ver, na prática, essas ideias que aprendemos na teoria ganhando sentido”, complementa.

A exposição de trabalhos é também uma forma dos estudantes conhecerem a própria universidade, como relatam as amigas Júlia Graziele Teske e Janaína Doroshi, estudantes de Serviço Social. “Acho incrível essa socialização de informações, que permitem a gente conhecer a amplitude de conhecimentos produzidos na UEPG”, celebra Janaína. Para Júlia, a extensão foi a primeira oportunidade de desenvolver o contato com a prática profissional e com a população.

Texto: Gabriel Miguel, com apoio de Gabriel Ribeiro e João Pizani | Fotos: Gabriel Miguel, Gabriel Ribeiro e João Pizani

 

 

 


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