

A pesquisa ganha destaque nas mãos deles. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tem 16 docentes contemplados com a Bolsa Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O resultado final foi publicado nesta quinta-feira (24). A conquista reconhece a produção científica realizada pelos pesquisadores.
Nesta edição, tiveram propostas aprovadas os professores Alessandro Dourado Loguercio; Aloisi Somer; Christiana Andrade Pessoa; Eduardo Pereira; Gelson Biscaia de Souza; Jane Manfron; Andressa Novatski; Jarem Raul Garcia; Jefferson Mainardes; Karen Wohnrath; Luis Antonio Pinheiro; Marcos Pileggi; Osvaldo Mitsuyuki Cintho; Paulo Vitor Farago; Simone de Fátima Flach; e Wilson Massamitu Furuya.
Frescor para a pesquisa
Foi da pesquisa que realizava desde o Doutorado que surgiu a ideia para o projeto a ser submetido ao CNPq. “Vimos que, quando determinados materiais eram aquecidos por um laser, a propagação de calor gerado pelo aquecimento não seguia como esperado pelos modelos de transferência de calor”, conta. A partir desta observação, Aloisi montou o projeto ‘Transferências de Calor Anômalas aplicadas a Técnicas Fototérmicas’, que busca compreender como o calor se propaga em determinados materiais; e como eles se comportam em certas condições de aquecimento. O estudo pode contribuir para pesquisas sobre dispositivos eletrônicos, células solares e tomografia, por exemplo.
Aloisi não trabalha sozinho. O projeto está vinculado ao Grupo de Propriedades Eletrônicas e Vibracionais em Materiais (Gepevim), coordenado pela professora Andressa Novatski, e que conta com mais de 30 participantes, desde o Ensino Médio até o pós-doutorado. Ele ainda destaca a importante participação do professor Gerson Kniphoff da Cruz, que foi seu orientador ainda na época da graduação. Para o professor bolsista produtividade, o grande ponto para a aprovação da proposta é o fato dele ser um pesquisador envolvido com divulgação científica. “Tenho me dedicado a atividades extensionistas, mostrando como a ciência é ‘feita’ na UEPG, com objetivo não apenas de divulgar a importância da ciência para o desenvolvimento social, mas também incentivar estudantes a se interessarem pelas áreas de exatas”, salienta.
O futuro da ciência na área da física terá forte influência de Aloisi. “Atuo orientando alunos do Ensino Médio em projetos de iniciação científica júnior, fortalecendo a conexão entre a Universidade e as escolas, e promovendo uma formação científica desde a educação básica”, finaliza.
Uma pesquisadora para se admirar
A professora do Departamento de Educação propõe trabalhar com os princípios constitucionais da educação. “A minha primeira pesquisa já era no mapeamento dos conselhos no Brasil e agora eu estou trabalhando com o princípio de gestão democrática no ensino público”. A pesquisa busca mapear decisões, deliberações, resoluções e os pareceres dos conselhos estaduais de educação. “O objetivo é compreender como esses sujeitos representantes da sociedade travam o embate político dentro dos conselhos, para definir a educação para a população brasileira”, ressalta.
Em 2021, durante da Pandemia de Covid-19 no Brasil, o trabalho de Simone focou na forma com que os sistemas de ensino indicaram o ensino remoto. “Notamos muitas divergências e diferentes posicionamentos dos conselhos do Brasil inteiro, indicando diferentes formas de atender o direito à educação”. Com a “dobradinha” como bolsista produtividade do CNPq, a docente reflete sobre a evolução que teve desde a primeira tentativa. “Quando veio a recusa, eu pensei: ‘o que tenho que melhorar?’, e aí fui olhando a cada avaliação”. A persistência hoje resulta na nota 9.5 na avaliação do CNPq, o que garantiu, mais uma vez a bolsa produtividade.
Sobre a conquista, a docente reflete a respeito do aporte financeiro que a bolsa fornece. “Ela permite que eu compre livros, participe de eventos e custeie a publicação de artigos, sem que eu precise desembolsar a mais por isso. Então, eu vejo que é um auxílio bastante significativo”. Apaixonada pelo que faz, ela garante que continuaria com o mesmo ritmo de trabalho na pesquisa, mesmo se não fosse contemplada. “A bolsa é sem dúvidas um incentivo grande, mas eu trabalharia da mesma forma. Continuaria com os meus orientandos, enfim, trabalhando, produzindo, porque não é a bolsa que me move, mas sim a pesquisa”.
Orgulho dos pesquisadores
Todo o processo teve contínuo acompanhamento da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp). O pró-reitor, professor Renê Francisco Hellman, destaca que “a conquista dos pesquisadores é uma conquista para a Universidade e toda a comunidade acadêmica. A Propesp parabeniza todos os contemplados e deseja que a cada edital mais professores participem!”. Para a diretora de pesquisa, Bárbara Fiorin, a notícia dos pesquisadores contemplados foi recebida com felicidade. “São lideranças que inspiram, fortalecem a ciência e fazem nossa ICT crescer. Nosso reconhecimento e agradecimento a cada um e cada uma por essa conquista tão importante!”.
O resultado final da chamada pode ser conferido no link, aqui.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Jéssica Natal, Aline Jasper, William Clarindo, Fabio Ansolin