Grupo da UEPG cultiva mudas aromáticas e medicinais em “Jardim de Afetos”

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Resgatar memórias de lugares, vivências e família. Esses são alguns dos propósitos do projeto “Jardim de Afetos”, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Coordenado pelo professor Arthur Calheiros Amador, do Departamento de Artes, o projeto de extensão visa conscientizar a população, principalmente as crianças, sobre a importância de retomar o cultivo das plantas aromáticas e medicinais em casa.

A mudas são cultivadas e doadas para que as pessoas possam dar continuidade ao cultivo da planta no próprio lar, devidamente instruídas pelos idealizadores do projeto. Como explica Arthur, geralmente as pessoas recebem aquelas que possuem alguma ligação afetiva com sua história – daí o nome “Jardim de Afetos”. “O projeto acontece em diferentes etapas: primeiro, houve um levantamento junto à população sobre quais plantas aromáticas/medicinais eles conheciam e recordavam terem sido cultivadas no jardim de seus pais e avós. Em seguida, selecionamos as que poderiam ser cultivadas e replicadas no Viveiro Florestal da UEPG, a fim de criar um jardim na Escola de Trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem [DER] e também distribuí-las à comunidade em eventos como o Arboriza Ponta Grossa”, comenta o docente.

Fácil manejo

As plantas aromáticas e medicinais foram escolhidas por poderem ocupar pequenos espaços, “reconectar as pessoas com a terra e ampliar as áreas verdes das cidades”, defende Arthur. “Um pequeno jardim pode parecer não fazer diferença, mas o potencial de muitos jardins é enorme”, completa.

Dentro das atividades do projeto de extensão, há ainda a previsão de uma cartilha com acesso livre para a população, na qual serão explicadas as características de cada uma das espécies escolhidas e sua forma de cultivo. O material será ilustrado com imagens das plantas selecionadas para multiplicação. “Além de tudo isso, inclui-se também a formação de multiplicadores desses saberes, que são os funcionários da Escola de Trânsito e professores, para que possam trabalhar essas questões com as crianças. Só no DER passam aproximadamente cinco mil crianças por ano, então há um potencial enorme de disseminação desses conhecimentos”, explica o professor Arthur.

Afetos verdadeiros

Tão importante quanto fomentar a consciência ambiental, o projeto também busca aguçar os sentidos, evocar recordações e boas lembranças. “A relevância reside verdadeiramente no resgate dessa memória, daquele jardim criado por nossos pais ou avós, onde se costumava colher um ‘matinho’ para fazer chá ou temperar a comida”, salienta. É o efeito bola de neve, segundo o coordenador: “uma pequena ação com múltiplos desdobramentos, resultando até em um aumento da fauna urbana para além das áreas verdes consolidadas”, complementa.

Equipe

Para viabilizar o projeto, há o financiamento de bolsas da Itaipu Binacional, via “Projetos para o Programa de Extensão para sustentabilidade territorial”. Integram a equipe o professor Arthur; as bolsistas do Departamento de Artes, Milena Barreto e Juliana Ribas Sauter; o bolsista do Departamento de Biologia, Samuel de Andrades Rickli; e a bolsista do Departamento de Agronomia, Gabrielli Cavalie Gonçalves de Moura.

Texto e fotos: Helton Costa

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