UEPG avança em acordo de dupla diplomação com Instituto Politécnico de Bragança

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa recebeu, na última quarta-feira (12), representantes do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), para alinhar um acordo de dupla diplomação, que deve ser assinado no início de 2026. A visita à UEPG foi a última etapa de um roteiro que passou também pela  Universidade Estadual do Oeste do Paraná  (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), e marca um importante avanço na internacionalização dos programas de pós-graduação dessas instituições.

Os professores João Sobrinho Teixeira e Albano Agostinho Gomes Alves (respectivamente, presidente e vice-presidente do IPB) foram recebidos na Reitoria, onde foram apresentados aos dois Programas de Pós-Graduação da UEPG contemplados pela parceria: Agronomia e Ciência e Tecnologia de Alimentos. Na sequência, visitaram as instalações e laboratórios dos PPGs, incluindo o Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu) e a Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon).

O vice-reitor da UEPG, professor Ivo Demiate, acompanhou os professores portugueses durante a visita e destacou o caráter estratégico da parceria. “A avaliação da visita dos representantes do IPB é muito positiva. Essa parceria representa uma oportunidade ímpar de internacionalização, com o grande benefício da facilidade da língua”. Ele ressaltou que, embora os estudantes de doutorado continuem fazendo suas publicações em língua inglesa, “a comunicação oral, que às vezes é um desafio para os estudantes, essa poderá seguir em português”.

Ainda segundo Demiate, o acordo terá reflexos diretos na qualidade e na avaliação dos programas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Firmado esse acordo, vai significar para os nossos programas um nível de internacionalização que nós ainda não temos. Seriam os nossos primeiros programas com doutoramento em dupla diplomação”, afirmou o vice-reitor.

A internacionalização, destaca o vice-reitor, é um critério fundamental para a progressão dos programas na classificação da Capes. Atualmente, Agronomia tem conceito cinco e Ciência e Tecnologia de Alimentos está com conceito quatro. “A parceria vai melhorar a qualidade da capacitação dos nossos discentes, dinamizar as pesquisas e a atuação dos docentes e, principalmente, melhorar a avaliação dos cursos e dar mais visibilidade também para os trabalhos desenvolvidos nos doutorados aqui da Universidade”, completa.

Escopo do acordo

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Renê Francisco Hellman, detalhou os termos da cooperação. “O acordo de cooperação que estamos fechando com o IPB prevê inicialmente a participação dos doutorados em Agronomia e em Ciência e Tecnologia de Alimentos. A parceria é intermediada e financiada pela Fundação Araucária, que ofertará bolsas para que sejam enviados, ao longo da duração do acordo, três professores de cada programa para atuarem como professores visitantes em Portugal, além de três estudantes de cada programa, que farão mobilidade internacional no IPB”, informou.

O professor Renê acrescentou que a UEPG também receberá professores visitantes do IPB, além de alunos portugueses participantes do programa de mobilidade internacional. “Os alunos selecionados defenderão uma tese perante professores de ambas as instituições e receberão dupla diplomação, tanto pela UEPG quanto pelo IPB. Com isso, não haverá necessidade de processo de reconhecimento de diploma estrangeiro”, explicou.

A assinatura oficial do acordo está prevista para fevereiro de 2026, quando o reitor Miguel Sanches Neto e o pró-reitor Renê Hellman irão a Bragança em uma comitiva com representantes das demais universidades estaduais. Antes disso, em dezembro, o vice-reitor Ivo Demiate, a professora Simone e as coordenadoras dos programas viajarão a Bragança para discutir os termos finais e conhecer as instalações do IPB.

Apanhado geral das visitas

O professor doutor Albano Agostinho Gomes Alves manifestou entusiasmo com as visitas realizadas. “Nós estamos muito agradados com as visitas que fizemos, encontramos uma grande capacidade de pesquisa aqui das várias universidades que visitamos, e muita proximidade com aquilo que nós fazemos. Essa proximidade é que permite depois estabelecer parcerias que levam a projetos de pesquisa conjuntos e à orientação de alunos em conjunto”, afirmou.

Especificamente sobre a UEPG, Alves destacou: “Nós ficamos muito agradados por ver os vossos laboratórios e a vossa fazenda. São áreas que não são comparáveis à dimensão de Portugal. Nós nunca poderíamos ter uma fazenda com esta dimensão. Nós trabalhamos muito com plantações privadas e fazemos lá nossos experimentos. Não temos nosso próprio espaço, e isso é algo que pode alavancar processos de pesquisa que nós lá não conseguiremos fazer por não ter um espaço próprio”.

O professor João Sobrinho Teixeira, complementou: “Nós ficamos agradavelmente surpreendidos com aquilo que vimos no conjunto das universidades estaduais. Sobretudo o nível de equipamento. Vocês têm um nível de equipamento muito bom, tanto para dar resposta àquilo que são as necessidades, quer de extensão, quer de pesquisa”.

UEPG lidera em internacionalização

Na recepção à comitiva, o reitor Miguel Sanches Neto ressaltou que a UEPG é a estadual com mais convênios de internacionalização e que o Paraná é um estado que tem avançado muito nessa área. Ele lembrou da visita recente de uma comitiva da UEPG à Nova Zelândia e destacou que as universidades brasileiras têm muito a aprender com as de Portugal, como na relação mais estreita entre universidades e empresas.

A visita contou com a participação da vice-reitora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Vanessa Ishikawa Rasoto. A instituição federal, que já mantém uma parceria de longa data com o IPB, auxilia na intermediação da parceria com as estaduais.

Texto e fotos: Gabriel Spenassatto


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