Curso de Arquitetura e Urbanismo realiza primeira semana acadêmica

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Conhecimentos, integração e novas possibilidades. De 1º a 5 de setembro, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) recebeu a primeira Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo (Saau), reunindo professores, estudantes e convidados para atividades teóricas e práticas que celebram a primeira turma do curso.

Ao longo dos dias, os acadêmicos puderam se dividir em atividades realizadas no Laboratório de Materiais e no Auditório do Bloco E do Campus Uvaranas, além de participar de uma visita técnica ao Buraco do Padre, palestras, mesas-redondas e a tradicional maratona de Projeto Arquitetônico Relâmpago chamada “Charrete”, que aconteceu na madrugada de sexta-feira para sábado.

Nisiane Madalozzo Wambier, coordenadora do curso, comenta que, para a primeira edição da Saau, a coordenação montou uma comissão composta por acadêmicos e docentes para que a organização da Semana fosse compartilhada, dando o tom do que se espera do evento ao longo dos anos. “Esperamos que, nas próximas edições, os acadêmicos possam ser autônomos na organização desse importante evento”. Para o acadêmico Vinicius Teche Ribeiro de Souza, foi muito especial participar da organização da 1ª Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo. “Acho que o evento é muito importante para nós começarmos a marcar nosso espaço dentro da UEPG, e com certeza um dos primeiros passos pra nos tornarmos referência na região”, afirma. “Espero que o curso cresça cada vez mais, que nós possamos ter novas experiências, oportunidades de pesquisa e desenvolvimento dentro da universidade”, finaliza.

Entre as opções de oficinas, os acadêmicos escolheram ter uma aula de Desenho com Carvão, ministrada pelo professor Elio Chaves, e uma oficina de Moldagem de Argamassa colorida, ministrada pelo professor Eduardo Pereira.

Para Nisiane, a oficina ministrada por Elio Chaves vem como um complemento às técnicas de desenho que fazem parte da grade curricular. “Não há uma carga horária muito grande dedicada ao desenho artístico no curso, mas é uma forma de expressão bastante utilizada tanto no momento de processo criativo quanto para apresentação final de projetos, além de ser importante explorar os processos de comunicação de ideias que se abrem através da manifestação artística pelo arquiteto”.

Luz e sombra

Elio é artista plástico integrante do coletivo Mímesis Conexões Artísticas, de Curitiba, e trouxe aos estudantes a proposta de trabalhar com materiais analógicos: carvão e giz pastel. “O trabalho que eu faço é artístico e altamente artesanal”, comenta Elio. “Nesse mundo altamente tecnológico, principalmente na área da arquitetura, promover uma oficina de carvão faz com que os alunos tenham uma provocação para trabalhar outros sentidos e sensações, o que é muito positivo”.

Elio elogia a abertura do curso para outros focos dentro da mesma área, estimulando a escolha dos alunos e o desenvolvimento de diversas habilidades, ao longo dos anos. 

Mão na massa

A oficina de moldagem de argamassa colorida foi promovida pelo professor Eduardo Pereira, que relata que pensou no conteúdo para que os acadêmicos pudessem experimentar, na prática e de forma lúdica, a capacidade de obtenção de diferentes tonalidades do material para depois produzir as argamassas e utilizá-las nos moldes. “Houve uma ligação direta com as disciplinas, tentando relacionar com as atividades e competências necessárias não só no currículo, mas também na vida profissional desses acadêmicos”, detalha Eduardo. “Como são alunos do primeiro ano que ainda estão iniciando o curso, isso abre perspectivas para que, no futuro eles olhem para as suas decisões de projeto pensando que esse conceito pode ser aplicado”. Nisiane completa: “foram feitas previamente as fôrmas a partir de embalagens longa vida, com modelagem geométrica e planificação de sólido à escolha de cada participante”.

A acadêmica Luana Ferreira Laranjeira da Silva, membro do Centro Acadêmico, afirma que a semana foi muito importante, por ser a primeira Semana Acadêmica do curso e envolver professores e estudantes na organização. “A oficina de argamassa colorida foi uma experiência muito rica em pensar cores, trabalho em equipe, e principalmente utilizar o material físico mesmo, poder colocar a mão na massa”, compartilha. Luana, que nunca tinha tido contato com materiais da oficina de desenho, diz que foi um momento diferente e excelente.

 Futuros possíveis

Quarta-feira (03), foi dia de refletir sobre futuros possíveis. Além de receber novos equipamentos entregues pela reitoria da UEPG ao laboratório de Maquetaria, a Saau recebeu palestras e mesas-redondas. A arquiteta e urbanista Adriane Cordoni Savi, mestre em Engenharia da Construção Civil com atuação focada em arquitetura sustentável, apresentou um dos projetos da Tellus Arquitetura: o Restaurante Geo, localizado no Parque de Natureza Buraco do Padre, em Ponta Grossa. Nisiane explica que, no edifício, são aplicados saberes e técnicas de uma arquitetura mais saudável, coerente com seu entorno e com as demandas técnicas e de conforto.

Na sequência, a professora Adriane participou de uma mesa-redonda composta pelas engenheiras civis Margolaine Giachinni, Gabriela Mazureki e Eloise Langaro. Mediado por Madalozzo, o bate-papo foi a respeito da atuação feminina na construção civil e teve como enfoque a troca de experiências entre as profissionais no que diz respeito aos desafios e conquistas das mulheres no campo de trabalho, tanto profissional quanto acadêmico.

Colóquio Patrimônio e Educação

Ainda como parte da programação da Saau, os acadêmicos tiveram suas aulas transferidas para a segunda edição do Colóquio Patrimônio e Educação: Patrimônios em Risco, um evento extensionista organizado pela Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (Appac), com apoio da UEPG.

“Além dos trabalhos acadêmicos apresentados, foram realizadas visitas técnicas, percursos urbanos e visitas guiadas a acervos”, destaca Nisiane. A palestra ‘Patrimônio Cultural em Risco: O Hospital da Cooperativa Mista 26 de Outubro’, com a professora Marcia Maria Dropa, e a mesa redonda ‘Patrimônios Naturais em Risco’, com o prof. dr. Henrique Pontes e o prof. dr. Gilson Cruz, fizeram parte da programação, bem como uma apresentação do artista Gueg e convidados. 

Luana ressaltou a importância do colóquio e das mesas redondas para a experiência dos estudantes, uma vez que a experiência da mostra de trabalhos possibilitou um enriquecimento de conhecimentos sobre patrimônio. A acadêmica finaliza, orgulhosa, dizendo que se sente importante por fazer algo pelo curso, pelos colegas e pelo seu futuro acadêmico.

Buraco do Padre

Além das atividades realizadas no Campus Uvaranas, a primeira Saau contou com uma visita técnica no Buraco do Padre, com acompanhamento dos membros do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe). A acadêmica Danielle Schelesky Cabral participou da atividade e comenta que voltou para casa com uma visão diferente sobre o patrimônio natural. “O próprio professor que nos levou falou que, para proteger o patrimônio natural, não devemos esconder, devemos mostrar para a população e ensinar a como cuidar e preservar”. Danielle destaca o trabalho do Gupe e agradece as oportunidades proporcionadas pela semana acadêmica. 

João Pimentel, acadêmico do segundo ano de Jornalismo, acompanhou a visita técnica, realizando a cobertura fotográfica das atividades. Segundo João, pensar a programação das semanas acadêmicas é essencial para vislumbrar atividades que nem sempre conseguem ser contempladas integralmente durante a formação e que são de interesse da turma. Ele elogia a organização da Saau e ressalta a importância da abertura para os estudantes de jornalismo realizarem a cobertura das atividades. “A gente acaba aprendendo muita coisa, junto à cobertura a gente obtém um conhecimento muito grande”, conclui.

Charrete de Projetos

Com origem na Faculdade de Belas Artes, na França do século XIX, a Charrete de Projetos é considerada uma metodologia de desenvolvimento de projetos baseada em colaboração e agilidade de pensamento e ação. “Na nossa versão, lançamos o tema às 22h da sexta-feira e tivemos os resultados apresentados ao amanhecer do sábado: uma proposta de intervenção para o hall do auditório do Bloco E, com a criação de um stencil autoral e da aplicação de uma estampa nas paredes e teto do ambiente”. O projeto foi apresentado através de uma maquete, sendo que toda a produção, organização das tarefas e tomada de decisões foi feita pelos grupos de estudantes.

Daniella também participou da Charrete e afirma que as atividades extracurriculares são importantes tanto para o crescimento pessoal quanto para o apuro técnico. “A Charrete foi uma atividade desafiadora por muitos aspectos, sendo o principal, virar a noite fazendo o projeto”, relata. “Sem dúvida, esse desafio foi superado, tanto com o auxílio dos professores, que nos acompanharam a noite toda, ajudando, passando café e animando, como também dos meus colegas”. Danielle comenta que apesar de ser uma atividade competitiva, as equipes se apoiaram mutuamente. “Sem dúvida, ano que vem quero participar de volta”.

Texto: Domi Gonzalez. Fotos: André Packer, Domi Gonzalez, João Pimentel Nisiane Madalozzo e Tierri Angeluci.


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