O acadêmico Lucas Lopes, do curso de Serviço Social, representou a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) no Parlamento Universitário da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). O projeto reúne estudantes de todo o estado para uma imersão no processo legislativo. Ocorrida em julho deste ano, a atividade coordenada localmente pelos professores do Departamento de Direito, Rauli Gross Junior e Rodrigo Simionato, proporcionou aos acadêmicos uma semana de debates, votações e simulações parlamentares.
Lopes foi o titular escolhido para representar a instituição. Ele conquistou a vaga em um processo seletivo interno, que contou com a participação de 18 alunos e consistiu na elaboração de um projeto de lei. A proposta apresentada por Lucas, intitulada Juventude Presente, busca garantir educação política a jovens de áreas periféricas e rurais. “Desde o início, quando eu fiz a minha inscrição para participar do Parlamento Universitário, eu já tinha em mente que eu queria fazer algo em prol da juventude”, explica. “Eu sou coordenador do Parlamento Jovem na Câmara da minha cidade e eu vejo isso na prática, então eu quis utilizar esse projeto de lei para garantir que todos os jovens tenham acesso à educação política, que é um assunto extremamente importante.”
Durante os sete dias de atividades, os estudantes assumiram papéis de deputados estaduais universitários. Lucas presidiu a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Igualdade Racial e relatou projetos da Comissão de Educação. Também fez uso da palavra em plenário para defender a importância de políticas públicas voltadas à juventude.
Lucas destacou que sua participação também trouxe reflexões sobre o próprio acesso ao espaço legislativo: “e claro, fazendo um paralelo a isso, algo que me marcou foi a possibilidade de adentrar esse espaço, mostrando que jovens da periferia também conseguem. Nós apenas precisamos de ferramentas para acessar esses espaços”, afirma. Para Lucas, a formação em Serviço Social foi essencial para levar uma abordagem mais humanista às discussões do Parlamento Universitário. “O curso de Serviço Social prepara em vários pontos. E também foi importante trazer a perspectiva da minha formação para o Parlamento”.
Para o professor Rauli Gross Junior, a experiência vai além do aprendizado em sala de aula. “É muito rico para os alunos poderem participar ativamente do processo legislativo. Muitas vezes acompanhamos pela televisão, mas não temos noção de como é no dia a dia”, afirma. Gross avalia que a Assembleia é uma oportunidade da Universidade e da população acadêmica discutirem os projetos de lei, podendo se estender para câmaras municipais.
O docente ressalta ainda a importância da adesão dos estudantes. “Quanto maior o número de inscritos, maior a representação da UEPG na Assembleia. Para as próximas edições, a ideia é ampliar esse número”, reforça.
A repercussão do projeto também ultrapassou os muros da universidade, ganhando espaço na imprensa local e na população dos municípios de origem dos acadêmicos. Para Lucas, esse reconhecimento reforça a necessidade de compartilhar o aprendizado. “Meu maior objetivo é replicar esse conhecimento, levar para mais pessoas, com foco na juventude sempre,” defende.
Texto: Mariana Real | Foto: Orlando Kissner e Valdir Amaral/ALEP