

Na Praia da Porto, é possível encontrar arraias, golfinhos, pequenos tubarões e tartarugas eclodindo dos ovos e indo em direção ao mar. Camilli auxilia as biólogas do Tamar na abertura desses ninhos, e acompanha os filhotes na jornada da areia para a água. “Abrimos ninhos, nos quais os ovos já eclodiram, para realizar a contagem biológica necessária para identificar quantos ovos se desenvolveram, quantos filhotes saíram e até mesmo salvar os que não conseguiram sair sozinhos”, conta.
O estágio faz parte também da sua pesquisa, já que a aluna é bolsistas de iniciação científica (Pibic), orientada pela professora Jasmine Cardozo Moreira, sobre Turismo em áreas naturais. “Minha pesquisa envolve demanda e satisfação. Dentre outros objetivos, busco entender qual o público do Tamar nesse momento de pós-pandemia, qual o perfil dos visitantes, o que acharam da visita, quais são padrões de consumo e de participação das atividades oferecidas na ilha”, adiciona. As atividades de Camilli iniciaram em 23 de junho e têm duração de 3 meses. Os alunos do Curso de Turismo se revezam em Noronha – após Camilli, outros alunos estão programados para realizarem atividades no Projeto.
Trabalho ao ar livre
O trabalho da aluna envolve atender ao público, especialmente em atividades de educação e interpretação ambiental, no Centro de Visitantes do Tamar – Museu Aberto das Tartarugas Marinhas. “Também aproveito o horário de trabalho para elaborar minha pesquisa, auxiliar com relatórios internos e organizar a programação semanal de palestras”. Camilli tem dias livres, e aproveita para conhecer a ilha, ir à praia e estudar. Tenho meus dias livres e três horas de almoço à tarde, geralmente aproveito para conhecer a ilha, ir para a praia ou estudar. “Além disso, [tenho] o contato bem próximo com as tartarugas. Encontrá-las nos ninhos e soltá-las no mar, auxiliar na coleta de material na captura científica, e ter a chance de participar ativamente do trabalho da Fundação Projeto Tamar, é muito gratificante”, acrescenta aluna, que ressalta a elaboração de um artigo científico ao final da atividade.
Só de estagiar em Fernando de Noronha já é uma oportunidade e tanto, para a aluna da UEPG. “Tem sido uma experiência incrível a chance de trabalhar a interdisciplinaridade do turismo no atendimento ao visitante, envolver a interpretação e a educação ambiental para a sensibilização do público, em prol da conservação das tartarugas marinhas”. Não teve uma disciplina do curso que não fosse extremamente útil para o desenvolvimento do trabalho na ilha, segundo ela. “Por exemplo, temos matérias como Turismo em Áreas Naturais I e II; Geografia Aplicada ao Turismo; Métodos e Técnicas de Pesquisa em Turismo I e II; Hospitalidade; Patrimônio Turístico I e II; Organização de Eventos; Língua Inglesa I e II; Administração Aplicada ao Turismo”, relata.
A partir da sala de aula, ela aprendeu sobre o turismo sustentável, estudando as unidades de conservação. “Conheci técnicas atreladas à interpretação/educação ambiental, desenvolvi habilidades comunicativas, compreendi a importância do bem-receber no contexto turístico e muito mais. Aprendi muito com as biólogas e demais colaboradores do Tamar, e espero que eles estejam aprendendo comigo também. A UEPG tem sido responsável por me abrir muitas portas”. Camilli faz questão de ressaltar que a vaga de estágio só foi possível por estudar em uma universidade pública, gratuita e de qualidade. “Por ela, [UEPG] eu sou muito grata!”.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: acervo pessoal de Camilli