

Formação de qualidade, desenvolvimento sustentável e fortalecimento da engenharia pública. Com esses objetivos, foi lançado, na última sexta-feira (13), o Programa Mais Engenharia, uma iniciativa conjunta entre a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti-PR), por meio da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Itaipu Binacional e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR). A solenidade aconteceu em Foz do Iguaçu e reuniu representantes das instituições parceiras, autoridades locais, profissionais da engenharia e convidados.
O Mais Engenharia vai fornecer 50 bolsas de pós-graduação a engenheiros civis para atuação em municípios com baixo IDH. “Esse projeto terá um impacto muito grande nos municípios”, enfatiza o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. “Colocar jovens engenheiros em situação de formação e trabalho em prefeituras para fazer projetos que modifiquem a situação das nossas cidades é fazer uma atividade de vanguarda, do ponto de vista político e social, e demonstra o compromisso das instituições envolvidas com o Paraná e com a formação de profissionais altamente qualificados”.
“Por meio desse programa, a gente dá oportunidade para que as prefeituras acessem os recursos e transformem os impostos da população paranaense em obras, em qualidade de vida, em segurança para a população”, comemora o presidente do Crea-PR, Clodomir Ascari. Para ele, profissionais bem capacitados são sinônimo de obras bem feitas, sem problemas de aditivos nas licitações ou obras paralisadas. “Certamente, vamos ter muito sucesso e vamos ampliar isso ainda mais, para que a gente tenha cada vez mais o melhor uso dos recursos para a boa engenharia do nosso estado”.
Os engenheiros civis com até 36 meses de formados podem participar do programa com acesso a uma bolsa integral no curso de Especialização em Gestão Pública em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável, ofertado pelo departamento de Engenharia Civil da UEPG. “Comprometido com a equidade de gênero, o Programa Mais Engenharia adotará critérios de seleção de no mínimo 25 engenheiras civis e tem o compromisso de formação de profissionais éticos, tecnicamente qualificados e comprometidos com a melhoria da qualidade de vida nas cidades”, enfatiza a coordenadora de bolsistas e supervisores do Programa, professora Gabriela Mazureki Campos Bahniuk.
Durante o período de atuação, esses profissionais contribuem diretamente com os municípios, recebendo bolsa mensal, vale-alimentação, vale-transporte, seguro de vida, além de equipamentos e softwares compatíveis com a metodologia BIM. “Os 50 bolsistas atuarão com dedicação de 30 horas semanais, sob supervisão técnica de engenheiros civis dos municípios, no desenvolvimento de projetos de engenharia com foco em soluções sustentáveis. Esses supervisores acompanharão as atividades dos bolsistas, orientando-os e avaliando seu desempenho”, explica Gabriela. “Os bolsistas também exercerão papel formativo junto a 50 estagiários de graduação em engenharia civil, promovendo a troca de conhecimentos e o fortalecimento do aprendizado prático. Essa atuação conjunta contribui para a qualificação profissional de futuros engenheiros e para a criação de uma cultura de cooperação entre diferentes níveis de formação”.
“A especialização em Gestão Pública em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável representa uma proposta pedagógica que alia formação técnica de excelência e impacto social direto. Estruturamos o curso para que cada conteúdo dialogasse com os desafios reais enfrentados pelos municípios, especialmente nas áreas de planejamento urbano, sustentabilidade e gestão de obras públicas”, explica o coordenador pedagógico do Programa, professor Eduardo Pereira. Desde o trabalho cotidiano realizado pelos bolsistas até os trabalhos de conclusão de curso, tudo é pensado para que o conhecimento seja aplicado nas realidades locais, por meio de projetos ou produtos práticos, de acesso público, voltados a demandas concretas dos municípios. “Esses materiais irão compor no futuro, um banco de projetos aberto, promovendo um impacto multiplicador que permitirá sua replicação em outras realidades municipais”, antecipa. “Trata-se, portanto, de uma formação que fortalece a engenharia pública, impulsiona políticas sustentáveis e forma profissionais com capacidade de transformar, com conhecimento técnico e sensibilidade social, os territórios em que atuam. Neste sentido, a Universidade atua em sua essência: ensino de qualidade, pesquisa acadêmica e extensão, com impacto social e colaborando com o desenvolvimento do Paraná”.
Texto: Aline Jasper | Entrevistas: Vitor Carvalho | Fotos: Fabio Ansolin