

Yara, como prefere ser chamada, atua no Instituto Taras Shevchenko de Literatura, Academia Nacional de Ciências da Ucrânia, que fica em Kiev, capital do país. A área de pesquisa envolve preservação e digitalização de poesias. No Brasil, ela pretende estudar e identificar paralelos entre a língua portuguesa e a ucraniana, por meio se sistemas de inteligência artificial. “Estou muito feliz por estar aqui na UEPG. Como pesquisadora literária da Ucrânia, aprendi a importância de proteger a memória, por meio da preservação e digitalização de arquivos, e acredito que o diálogo cultural entre os países está se tornando cada vez mais essencial”.
A pesquisa de Yara se baseia no trabalho de Vira Vovk, escritora, poeta e tradutora brasileira-ucraniana, que ao longo de décadas fez paralelos sobre a literatura dos dois países. “Eu espero continuar explorando essas conexões e estudar como a inteligência artificial pode nos ajudar a compreender poesia em diferentes idiomas. Sou verdadeiramente grata por realizar pesquisas em um lugar tão acolhedor e seguro”, completa.
Na UEPG, a pesquisadora tem apoio da equipe do Escritório de Relações Internacionais (ERI), colegas, professores, Reitoria e da orientadora do PPGel, professora Lucimar Araújo Braga. “No nosso Programa, não temos uma pesquisa voltada para a inteligência artificial, então o objetivo é fazer alguma proposta de projeto que a gente possa utilizar esse banco de dados que ela está fazendo”, destaca Lucimar. Os planos também abrangem pesquisas futuras, de acordo com ela. “É uma pesquisa muito interessante e o que ela conseguir desenvolver a gente vai fazer o possível para ajudá-la, buscando parceria com outros cursos, por exemplo, e explorando outras línguas”, completa.
Na recepção no prédio da Reitoria, estiveram presentes o reitor, professor Miguel Sanches Neto, e o vice-reitor, professor Ivo Mottin Demiate. “A sala em que estamos chama-se Helena Kolody, uma poeta de origem eslava, o que mostra nossa profunda conexão com os povos desta região. Esperamos que você tenha sucesso nas suas pesquisas por aqui”, desejou o reitor durante cerimônia da acolhida. Ao final da recepção, Yara recebeu boas-vindas de duas conterrâneas, Lesia Zolota e Svitlana Borysenko, ambas cientistas acolhidas pela UEPG, em dezembro de 2022 e novembro de 2024, respectivamente.
O Programa Paranaense de Acolhida a Cientistas Ucranianos é promovido pelo Governo do Paraná, por meio da Fundação Araucária e Superintendência Geral da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), e acolhe pesquisadores e suas famílias desde o início da Guerra Russo-Ucraniana, em 2022, em instituições de ensino superior no Paraná.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Erica Fernanda, Jéssica Natal