Três professores da UEPG integram ranking dos mais influentes do mundo

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Três professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) estão entre os pesquisadores mais influentes do mundo, segundo o ranking Updated science-wide author databases of standardized citation indicators, publicado pela Editora Elsevier. Luiz Fernando Pires, do Departamento de Física, Alessandro Loguercio e Alessandra Reis, ambos do Departamento de Odontologia, integram o ranking, que é resultado da avaliação de produções científicas de mais de 100 mil cientistas de instituições de todos os continentes.

Para o professor Luiz Fernando Pires, que já apareceu anteriormente, o resultado deste ano é especial. Afinal, após integrar durante cinco anos o ranking que avalia a produção anual, ele passou a constar no ranking de carreira, que avalia a consistência da produção científica ao longo dos anos. “Fazer parte desde tipo de ranking é importante, porque mostra um amadurecimento de minhas pesquisas. Eu já estou há 20 anos trabalhando com tomografia aplicada a solos, nessa interface entre a física, a agricultura e o meio ambiente. E pesquisas nessas áreas são instigantes”, declara Pires.

No sistema da Top 2% Scientists, Pires aparece na posição 1.397 no campo de Agronomia e Agricultura, com 321 citações. Pires entende que o ranking abre novas possibilidades, como o contato com pesquisadores estrangeiros. Ele possui publicações com docentes dos Estados Unidos, China e iniciou, recentemente, o contato com um pesquisador russo. “Estar nesse tipo de ranking é um reconhecimento de minha trajetória como pesquisador e também da importância das pesquisas realizadas. Você se manter nesses rankings publicando ciência de alto impacto não é fácil por uma série de fatores, mas isso abre portas para colaborações de nossos estudantes em todos os níveis. Assim, tanto a graduação quanto a pós-graduação são fortalecidas”, argumenta Pires.

O começo de tudo

O professor Luiz Fernando Pires é graduado em Física na UEPG no final dos anos 90. Na época, um grupo se dedicava à física ambiental e à física do solo – área na qual se envolveu desde a iniciação científica. “Eu nem sabia que a física poderia trabalhar numa área ambiental, ou de solo. Então, isso me levou a trabalhar nessa área de interface. Eu fiz Mestrado e Doutorado em energia nuclear e agricultura. E aí eu comecei com pesquisas já com tomografia”, conta.

Ele passou a desenvolver trabalhos com tomografia para o meio ambiente e agricultura. “Não trabalho somente com a tomografia; nos últimos anos passamos a verificar a possibilidade do uso do solo na blindagem da radiação. Recentemente, publicamos um trabalho analisando como certos tipos de meteoritos atuam na blindagem da radiação. Futuramente a humanidade precisará explorar o sistema solar e necessitaremos utilizar os materiais encontrados no espaço para nos proteger da radiação espacial, principalmente se optarmos por minerar asteroides ou viver em outros planetas ou suas luas”, conta o professor. Recentemente, a equipe de pesquisa recebeu uma amostra de solo de Marte para os estudos. “As amostras que recebemos dos solos de Marte são interessantes para verificar o potencial de uso para a agricultura no planeta vermelho. No caso das amostras que estamos estudando, devido a pequena quantidade, a nossa ideia principal no momento é analisar o potencial do uso desses solos para nos protegermos da radiação em futuras missões humanas para Marte”.

Até na área forense, o professor já desenvolveu trabalhos. “Alguns anos atrás fizemos um trabalho interessante na área de ciência do solo forense. Caracterizamos quimicamente amostras de vários tipos de solos e propusemos parâmetros de interação da radiação para identificar solos de cenas de crime. A ideia do estudo foi gerar uma maior quantidade de parâmetros para a identificação do solo com base em pequenas quantidades de amostras”, conta. Em geral, o professor define que seus trabalhos estão na conexão entre a física e as ciências do solo.

O ranking 2%

A lista dos “2% melhores cientistas do mundo” da Universidade de Stanford é baseada numa classificação percentual de 2% ou superior, ou nos 100.000 melhores por C-score (com e sem autocitações). Esta lista de prestígio identifica os principais pesquisadores do mundo, representando aproximadamente 2% de todos os cientistas do mundo. Ela abrange dados padronizados sobre citações, índice h e uma ampla gama de indicadores bibliométricos. Os pesquisadores são classificados em 22 campos científicos e 174 subcampos, com base nos dados Scopus fornecidos pela Elsevier através do ICSR Lab.

Texto: André Packer | Fotos: Domitila Gonzalez


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