



“Participar do Proadi-SUS é muito importante, principalmente pela parceria com esses grandes hospitais de renome internacional e que trouxeram para nós nesse ano de atividades um avanço enorme na redução de infecções”, exalta a diretora-geral dos HU-UEPG, professora Fabiana Postiglioni Mansani. Segundo ela, esse programa garante aumento no controle de segurança do paciente, melhoria dos processos, economicidade e a capacitação dos profissionais.
As enfermeiras Joseane Quirrenbach e Michelli Marcado Meister são as responsáveis pelos projetos do Proadi-SUS na UTI 3 do HU. Elas explicam que o HU-UEPG foi contemplado com dois projetos para o triênio 2024-2026: Saúde em Nossas Mãos, que tem como objetivo diminuir o índice de infecções nas Unidades de Terapia Intensiva; o segundo é o de Modelo de Custeio, que visa calcular a economia gerada com as estimativas das infecções evitadas dentro do período do projeto.

No mês de setembro, equipes dos hospitais de excelência realizaram uma visita técnica no HU para conferir de perto a aplicação dos projetos. Foi o último encontro presencial de 2025. Neste mês de dezembro, os dados de todo o ano foram compilados. “Com a metodologia do projeto, foram realizados pelo menos 37 testes de mudança nos pacotes de cuidados de prevenção de infecções associadas aos dispositivos e também em higiene de mãos e práticas de liderança. Destes, tivemos 26 mudanças implementadas nos processos de cuidado que já repercutiram com melhoria em alguns dos indicadores tanto de processo quanto de resultado”, destaca Joseane. Ela disse, ainda, que um dos aspectos mais positivos e motivadores foi a observação de melhorias no ambiente e clima organizacional da unidade tornando-a mais propensa a mudanças, melhores práticas e resultados.
Com relação ao número de infecções do projeto Saúde em Nossas Mãos o cenário é animador, segundo as enfermeiras. Elas explicam que o objetivo do projeto é a redução de 50% dos indicadores de infecções até 2026 e já foi atingida esta melhoria nos 3 indicadores de resultados das infecções: Pav (pneumonia associada à ventilação mecânica); ITU-AC (infecção do trato urinário associada a cateter); e IPCS-AC (infecção primária de corrente sanguínea associada a cateter). “A taxa geral de infecção comparada ao mesmo período do ano passado teve uma redução de 31%. No indicador de Pav, que era nosso maior desafio, atingimos 56,16% de melhoria. Já nos indicadores de IPCS-AS e ITU AC, a melhoria foi de 59,89% e 75,58%, respectivamente”, afirma Joseane. Para se chegar a esses números é realizado um cálculo sobre a densidade da incidência de infecções pelo número de dias que todos os pacientes permanecerem ou em ventilação mecânica ou com cateter (no caso das infecções aqui avaliadas, multiplicado por 1000 (protocolo adotado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


“A metodologia trabalhada no projeto traz impactos relevantes na saúde pública com a prevenção das infecções, menor tempo para alta da UTI, maior giro de leitos, o que é um desafio em um cenário onde temos maior demanda do que disponibilidade no SUS. O desenvolvimento de habilidades e competências nas equipes, a padronização dos processos e a consistência das práticas e alta adesão são outros aspectos a serem observados a longo prazo onde o cuidado centrado no paciente e a segurança na assistência são prioridade”, finaliza a enfermeira Joseane, ao dizer que o projeto já está em processo de ampliação para a UTI 4 do HU de forma independente e que até o segundo semestre de 2026 todas as UTIs serão contempladas.
Texto e fotos: Tierri Angeluci









