

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi a instituição que recebeu mais premiações no 15º Encontro Anual de Iniciação Tecnológica e Inovação (Eaiti), realizado nos dias 27 e 28, na Universidade do Norte do Paraná (Uenp). Foram sete menções honrosas e um prêmio pitch, dentre as oito categorias. O evento busca valorizar produções voltadas à inovação científica e tecnológica. Na instituição, os projetos são coordenados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), em parceria com a Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi).


Das categorias, a UEPG garantiu dois terceiros lugares, um segundo lugar e quatro primeiros lugares. Receberam a premiação os alunos Eduardo Jorge Crizante; Meiriely Lara de Freitas; Gabriel Scheifer; Maria Eduarda Oliveira Machado; Emilly Schaffka; e Renata Cardoso Antunes. A lista dos premiados, dos orientadores e o nome dos projetos pode ser vista aqui e por pitch aqui.
Dentre os vencedores que representaram a UEPG, Renata Cardoso Antunes, acadêmica de Engenharia de Materiais, voltou para casa com prêmio em dobro: primeiro lugar na área de engenharia e tecnologias e primeiro lugar na apresentação por pitch. Orientada pelo professor Osvaldo Cintho, a aluna desenvolveu um filamento de nióbio para impressão 3D, que pode atuar como inibidor de vírus e bactérias. “Já existe no mercado filamentos de prata com essa característica, mas não com o nosso processo. Conseguimos provar que o nióbio tem um poder inibidor maior do que a prata”, explica.
A rota utilizada para fabricar a liga é de baixo custo, segundo a aluna. “A forma que produzimos as nanopartículas também foi eficiente e inovadora, pois aumentou a resistência mecânica de ligas metálicas. A pesquisa vai passar para a próxima fase, que é o depósito de duas patentes, tanto para o produto quanto pelo rota que criamos”. Na apresentação do pitch, a aluna mostrou formas de aplicação desta liga: “como exemplo, poderíamos usar em vários pontos em um hospital, como teclado dos equipamentos, mouses e cama dos pacientes. Mas também usei como exemplo o próprio microfone que estávamos utilizando, pois todos tocaram. Consegue imaginar a quantidade de bactérias que teríamos evitado se esse material fosse bactericida?”, salienta. No ano passado, Renata também ganhou o 1º lugar na mesma categoria do Eaiti. “Carrego comigo 3 títulos, que espero que, de alguma forma, inspire outros alunos a tentarem”, completa. 

Para participar do evento, que ocorreu no Campus Luiz Meneghel, em Bandeirantes, a UEPG foi representada por uma comitiva de 71 pessoas – dentre estes, bolsistas Pibiti (modalidade com bolsa) e Proviti (modalidade voluntária), além dos docentes orientadores. “Foram dois dias intensos, mas extremamente proveitosos. O comitê destacou a evolução dos projetos de iniciação tecnológica, que a cada ano apresentam um nível maior de maturidade”, conta a diretora de pesquisa da Propesp, professora Bárbara Fiorin. Ela explica que o Comitê também enfatizou a importância do acompanhamento dos orientadores durante as apresentações, “ressaltando como o apoio do orientador nesse momento faz diferença para os estudantes”.
Por serem pesquisas de iniciação tecnológica, a Agipi uniu esforços para garantir projetos robustos. É o que explica o diretor, professor Cesar Abud Limas. “A Agipi ficou muito orgulhosa das premiações e dessa parceria com a Propesp, que já acontece desde o ano passado no desenvolvimento tecnológico e de inovação”. Os alunos passaram por um workshop para preparar as apresentações em pitch, o que garantiu o primeiro lugar para a aluna Renata. “Essa parceria é muito importante, pois pode garantir que eventualmente possamos gerar novas startups, que podem ficar incubadas aqui na instituição”.
Emilly Schaffka, orientanda da professora Maria Dagmar da Rocha, garantiu o lugar mais alto do pódio na área de ciências da saúde com o trabalho ‘Manejo de sepse nas primeiras horas golden hour para definição de conduta interprofissional: revisão sistemática e produção de material didático’. A acadêmica de Enfermagem desenvolveu um vídeo educativo em saúde, voltada à prevenção e ao manejo adequado da sepse durante a primeira hora do diagnóstico. “A sepse é uma condição de saúde altamente dispendiosa, tanto pelo seu impacto clínico quanto pelos custos que gera aos serviços de saúde”.


Na área de ciências agrárias, o aluno Eduardo Crizante garantiu o terceiro lugar com um trabalho que buscou uma nova forma de aplicar a atrazina, um herbicida muito utilizado no controle de plantas daninhas no milho. “O uso deste herbicida foi relacionado a casos de contaminação de solo, água e seres vivos, além da perda da sua eficácia, devido a seleção de plantas daninhas resistência. A solução proposta foi a utilização de uma nanocápsula formada por uma proteína abundantemente encontrada no milho, que protegeria a molécula do herbicida”, explica Eduardo. Orientado pelo professor Giliardi Alazen, o acadêmico de Agronomia conta que representar a UEPG no Eaiti foi muito gratificante. “A Universidade abriu muitas portas para mim, fiz amigos, me ensinou uma profissão, sou muito grato! Ganhar o terceiro lugar foi um grande presente! Poder terminar minha graduação com uma menção honrosa, senti como fechar com “chave de ouro”. Um presente recebido apenas 10 dias da minha formatura”.
Texto: Jéssica Natal | Fotos: Arquivo Pessoal
