Projetek–UEPG fortalece formação de estudantes e amplia apoio técnico a municípios paranaenses

Compartilhe

Em vigor de 2025 a 2027, a 2ª edição do Escritório Regional de Projetos de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Projetek–UEPG) é referência no desenvolvimento regional e na formação de engenheiros e arquitetos. Vinculado à Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável (Ageuni) e financiado pela Fundação Araucária, o Projetek integra o Programa de Apoio às Agências de Inovação para o Desenvolvimento Regional Sustentável (Agipi).

De acordo com a coordenadora do escritório, a professora e engenheira civil Marina Gadens Berton Zaika, a equipe desta edição é composta por quatro graduandos dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da Universidade e quatro profissionais recém-formados nos cursos. A coordenadora enfatiza que o Projetek é permeado pela troca de conhecimento entre estes estudantes, engenheiros e arquitetos.

“A integração das diferentes áreas torna os projetos mais compatíveis e eficientes, já que os conhecimentos se complementam. Engenheiros passam a desenvolver um olhar mais atento às questões estéticas e funcionais, típicas da arquitetura, enquanto arquitetos começam a considerar com mais profundidade os aspectos técnicos e estruturais da engenharia”, explica. “Essa experiência interdisciplinar tem se mostrado extremamente enriquecedora para todos os envolvidos, ampliando a visão profissional de cada um.”

O escritório também se integra de forma significativa às atividades acadêmicas dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da UEPG. Segundo Marina, o Projetek proporciona uma conexão direta entre a teoria aprendida em sala de aula e a prática do mercado de trabalho. “Um dos principais diferenciais do programa é oferecer essa vivência prática desde os primeiros anos da graduação, permitindo que os estudantes tenham contato com a realidade profissional ainda no início do curso”, afirma.

A coordenadora explica que a maioria dos graduandos envolvidos está nos períodos iniciais, o que torna a experiência ainda mais enriquecedora. “Muitos dos conteúdos com os quais têm contato no escritório ainda serão abordados futuramente em sala de aula. Dessa forma, o aprendizado ocorre em dois sentidos, os estudantes aplicam o que já conhecem, mas, principalmente, aprendem com os projetos reais e levam esse conhecimento para o ambiente acadêmico.”

As primeiras ações do escritório, conforme relata Zaika, tiveram como foco a estruturação de uma base técnica sólida e o posicionamento do Projetek como referência regional no desenvolvimento de projetos. “O primeiro passo foi um período de capacitação, tanto para os graduandos quanto para os profissionais recém-formados”, destaca. Nessa fase, a equipe foi treinada em softwares, metodologias e procedimentos voltados ao atendimento de demandas públicas. Paralelamente, o grupo também buscou se posicionar institucionalmente. “Uma das primeiras ações estratégicas foi marcar presença nas redes sociais, com o objetivo de ‘nos colocar no mapa’ e dar visibilidade ao programa”, afirma a coordenadora. Segundo ela, a ideia era apresentar o Projetek como um escritório que oferece suporte técnico gratuito aos municípios, tornando o serviço conhecido por quem mais pode se beneficiar dele, “especialmente as pequenas prefeituras que não têm estrutura para desenvolver projetos de engenharia e arquitetura com recursos próprios”.

Com a capacitação concluída, o escritório passou a atuar diretamente com as demandas recebidas. Muitas vezes, as próprias prefeituras e instituições públicas entram em contato com a coordenação solicitando apoio técnico. Nesses casos, são realizadas reuniões iniciais de briefing para compreender a complexidade e os requisitos de cada proposta. Quando o projeto é aprovado, o cronograma é estruturado de acordo com os prazos e prioridades definidos. “O próximo passo, já em andamento, envolve a realização de visitas técnicas nos próprios municípios e em espaços correlatos”, explica Marina. Essas visitas, segundo ela, “são fundamentais para aproximar os projetistas da realidade das demandas, permitindo a coleta dos chamados ‘dados quentes’, ou seja, informações valiosas que só podem ser obtidas diretamente em campo e que enriquecem significativamente a qualidade e a precisão dos projetos elaborados.”

Municípios de até 30 mil habitantes que integram a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) e a Associação dos Municípios da Região Suleste do Paraná (AMSULEP) são contemplados- a coordenadora do escritório conta que prefeituras de municípios como Tibagi e Ivaí já entraram em contato com o Projetek para projetos. “É perceptível o reconhecimento e o respeito pelo nosso trabalho, bem como a compreensão sobre a relevância e os benefícios que o programa proporciona às entidades atendidas, além de uma clara disposição das equipes técnicas para colaborar no desenvolvimento dos projetos”, completa. 

Em São José dos Pinhais, um dos projetos de grande relevância, segundo a coordenadora, envolve a implantação de um estande de treinamento de tiro indoor destinado à Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (SESP–PR). “Esse convite especial foi feito pela Polícia Militar, o que reforça o reconhecimento do Projetek como um parceiro estratégico para o Estado”, relata.  

Zaika complementa que, para os municípios, especialmente os de pequeno porte, o Programa representa uma oportunidade de acesso a projetos de qualidade. “Ao oferecer suporte gratuito em engenharia, arquitetura e urbanismo, o Projetek contribui diretamente para o fortalecimento da gestão pública local, viabilizando obras e melhorias que dificilmente seriam executadas sem apoio técnico especializado”, afirma. Ela destaca que essa atuação reforça o compromisso das universidades estaduais com o desenvolvimento regional e com a promoção de cidades mais estruturadas, sustentáveis e humanizadas.

O uso da tecnologia BIM (Building Information Modeling) também é um dos diferenciais do escritório. Segundo Marina, essa metodologia eleva o potencial formativo do programa. “Ao trabalhar com ferramentas e processos digitais de ponta, os estudantes desenvolvem competências alinhadas às inovações do setor da construção civil, tornando-se profissionais mais preparados e competitivos”, observa.

Para a professora, o impacto do Projetek ultrapassa o campo técnico. “O Projetek não apenas contribui para o desenvolvimento das cidades, mas também forma profissionais conscientes de seu papel social e técnico”, afirma. Segundo ela, o programa “transforma o aprendizado em ação concreta, levando o conhecimento produzido dentro da universidade para o território, e trazendo de volta à academia experiências reais que enriquecem o ensino e fortalecem a missão pública da UEPG.”

Entre as metas para o próximo semestre, a coordenadora destaca a consolidação do Projetek–UEPG como ferramenta efetiva de apoio aos municípios, garantindo que as prefeituras conheçam o programa, compreendam sua proposta e saibam como acessá-lo. “Essa aproximação é essencial para ampliar o alcance e o impacto social do escritório, fortalecendo o vínculo entre a universidade e as administrações públicas da região”, pontua.

Além disso, Marina ressalta que a equipe busca assegurar a entrega de projetos de alta qualidade técnica, que possam sair do papel e se transformar em obras reais, atendendo diretamente às demandas da comunidade. O foco também está na ampliação de parcerias institucionais e na consolidação de processos internos que garantam maior eficiência no desenvolvimento e acompanhamento das propostas. “A expectativa é que, à medida que o Projetek se torne mais conhecido e estabelecido, possamos contribuir de forma ainda mais significativa para o desenvolvimento urbano e social dos municípios atendidos”, conclui.

Texto: Mariana Real | Fotos: Gabriel Miguel


Compartilhe

 

Skip to content