

Inaugurada em 8 de outubro, a exposição “Memória das Águas”, produzida pelos acadêmicos do 2º ano do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), intitulados Coletivo Sem Título, propõe reflexões sobre o passado, o presente e o futuro dos oceanos. A exposição foi contemplada pelo edital da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que também contemplou o Grupo de Teatro Científico (GTC) da UEPG, parceiro na iniciativa.


Ainda de acordo com o docente, a atividade permitiu que os estudantes compreendessem as diferentes etapas envolvidas na realização de uma exposição artística. “O principal objetivo é entender como se constrói uma exposição, desde o seu primeiro pensamento de como vai ser a linha curatorial, a entender quais são as partes que existem dentro de uma exposição, curadoria, procuradoria, produção, educativo, divulgação, e como essas partes se integram”, afirma.
A curadoria da exposição é assinada pela estudante Maria Luiza Freire, que também integra o grupo de artistas expositores. Ela conta que o tema nasceu a partir da década da Cultura Oceânica da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi definido coletivamente. “Cada aluno trouxe um tema e das nossas discussões surgiu esse tema de cultura oceânica, que dialoga com a década da cultura oceânica da ONU,” relata. “Então, vimos a oportunidade de utilizar o tema e trazer também para o contexto acadêmico e submetemos a exposição juntamente com o GTC”, relata.

Maria Luiza explica que a curadoria foi estruturada em três eixos: passado, presente e futuro dos oceanos. “Buscamos provocar reflexões sobre aquilo que já existiu, o que temos hoje, como a preservação e a poluição, e o que ainda virá, o futuro dos oceanos, que não sabemos se existirá”. Ao todo, a exposição reúne 21 obras criadas pelos 19 alunos da turma, que exploram linguagens diversas, como pintura, instalação e vídeo interativo.
Além da produção artística, os alunos participaram de todas as etapas do projeto — da captação de recursos à montagem. “Eles precisavam entender as linhas de fomento disponíveis para financiar uma exposição”, comenta o professor Arthur. “Por isso procuramos se existia algum edital que pudéssemos entrar para essa exposição,” continua. Segundo o professor, embora outras possibilidades tenham sido cogitadas, a entrada do Grupo de Teatro Científico no edital da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi determinante para que a exposição “Memória das Águas” também fosse contemplada.


Para Nelson, a iniciativa também evidencia o diálogo entre arte e ciência, presente em toda a linha curatorial. “A relação interdisciplinar é um dos aspectos mais importantes do projeto, assim como o espaço,” pontua. Nelson acredita que utilizar a Estação Saudade como espaço expositivo permite alcançar o público de uma forma diferente. “A forma como a Estação Saudade foi utilizada foi muito interessante, porque eles vão para outros espaços além daqueles já destinados para essas exposições”, completa.
A exposição “Memória das Águas” segue aberta à visitação até 7 de novembro, no Sesc Estação Saudade, em Ponta Grossa. Ainda neste mês, o Coletivo Sem Título realiza duas oficinas abertas ao público: “Corrente Marinha”, no dia 23 de outubro e “Descobrindo o Mar”, no dia 28.
Para o professor Arthur Amador, a visita à exposição é uma oportunidade de vivenciar o contato direto com a arte e refletir sobre as sensações que ela desperta. “Eu gostaria de dizer para as pessoas aproveitarem, que não se preocupem tanto em decifrar o que o artista quis dizer, mas que se deixem levar pela obra e percebam o que ela desperta nelas”, convida o docente.
Texto: Mariana Real | Fotos: Mariana Real

























