Promigra-UEPG realiza café cultural e celebra ano letivo com alunos migrantes

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Ao redor da mesa, sorrisos, olhares afetuosos e experiências compartilhadas. O projeto Processos Migratórios e Intercâmbio: Inclusão Social e Diversidade Cultural (Promigra), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), celebrou na sexta-feira (10) um café cultural para marcar o ano letivo das aulas de português, ministradas a migrantes que residem no município. A próxima atividade é a formatura dos participantes, marcada para 24 de novembro.

Na UEPG, o Promigra oferece aulas de Língua Portuguesa e contribui para promover a defesa dos direitos fundamentais da comunidade de migrantes que enfrentam dificuldades ao se inserirem em um país com língua e costumes diferentes dos seus. No café cultural da última sexta, uma mesa posta com comidas típicas de vários países, como a esfiha árabe, quesadillas venezuelanas, suco de milho roxo do peru, além de pratos brasileiros, como coxinha e brigadeiro. Ao redor, estavam alunos de vários países, como Paraguai, Venezuela, Cuba, Colômbia e Argélia. O evento foi uma oportunidade para que todos pudessem compartilhar as experiências de vida no Brasil.

Uma dessas pessoas foi Carlos Pinanes, que apresentou em forma de monólogo o processo de chegada ao país. O paraguaio é professor universitário de teatro e teve que se aposentar por conta do diagnóstico de diabetes. “Estou há dois anos no Brasil e entrei nas aulas de português porque achei importante ter contato com gente, moro sozinho aqui”. Carlos morava em Assunção e tinha contato com a tia que morava no Brasil para fazer tratamento de saúde — foi ela quem convenceu ele a vir ao país. Toda a trajetória até chegar em Ponta Grossa foi narrada no monólogo.

“Escrevi o texto e memorizei tudo em português, para aprender a língua, pra não pensar as palavras em espanhol”, conta sobre a peça que montou. O material fez parte de uma apresentação final das aulas do Promigra, que virou peça para os presentes no café cultural. Sobre a oportunidade de morar no Paraná e tratar a diabetes, ele enfatiza: “o Brasil é o lar onde você consegue uma nova oportunidade de vida, não é apenas uma segunda casa”.

Oportunidade

Assim como Carlos, muitos alunos estão nas aulas do Promigra por dois anos. O projeto abriu classes de português intermediário, além do iniciante, por demanda dos participantes. Como informa a coordenadora, professora Lenir Mainardes, em 2025 foram três turmas com alunos migrantes. “Oferecemos português intermediário na parte da tarde e iniciantes tiveram aulas no noturno. Foi muito interessante, porque fizemos muitas atividades culturais para além da sala de aula”. Neste ano, os alunos puderam conhecer pontos turísticos da região, tiveram atividades para aprender sobre a história do Paraná e receberam orientações sobre revalidação do diploma do ensino médio. “O Promigra já está com três anos de atividades e percebemos que mais pessoas estão nos procurando, para fazer parcerias e mais alunos migrantes querem aprender português, porque isso abre portas para trabalho. Então tem sido um campo rico de aprendizado, tanto para nós quanto para eles”, completa.

Texto e fotos: Jéssica Natal


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