

O Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizou, entre os dias 20 e 22 de outubro, a 6ª edição do Encontro Acadêmico de Contabilidade (Enacont). O evento, que celebra os 50 anos do curso de Ciências Contábeis, aconteceu no Campus Centro e reuniu professores, estudantes e profissionais da área para debater temas que estão em voga na profissão, como a Reforma Tributária e os novos papéis do contador no mercado de trabalho.
A coordenadora-geral do Enacont, professora Rosaly Machado, explicou que o principal objetivo do evento é aproximar os estudantes da realidade da profissão e mostrar a importância da ciência contábil. “Todo ano nós convidamos professores renomados e palestrantes de outras instituições para abrilhantar o nosso evento. É uma oportunidade para que os alunos possam ouvir outras propostas de trabalho e conhecimentos que estão inovando o mundo dos negócios”, destaca. Segundo ela, essas presenças contribuem para a integração dos alunos com a profissão que escolheram. “Os palestrantes trazem inovações, atualizações e fortalecem a nossa responsabilidade com a conduta ética do contador. Também queremos que os alunos se sintam acolhidos pelo curso e pelos professores”, afirma.
Uma história de cinco décadas


A professora Marta também destacou o orgulho da comunidade acadêmica com as cinco décadas do curso. “Ciências Contábeis é o terceiro maior curso da Universidade. Nós crescemos muito ao longo desses 50 anos. Já formamos mais de 3 mil acadêmicos, que hoje estão no mercado de trabalho e fazem parte dessa história”, afirmou. Marta ressaltou que o curso enfrenta desafios, mas segue comprometido com a qualidade do ensino público. “Queremos que o nosso curso cresça ainda mais e que os alunos saiam profissionais de qualidade, levando o nome da UEPG, uma instituição pública, gratuita e de excelência. Enfrentamos mudanças constantes no mercado, e precisamos formar pessoas capazes de atuar nesse cenário”, disse.


Ao relembrar sua trajetória, a professora contou que não imaginava se tornar docente universitária. “Quando terminei o ensino médio, uma colega sugeriu fazermos o vestibular. Era um sonho que eu achava que nunca iria se realizar. Meus pais não tinham formação, mas sempre incentivaram os estudos. Depois que me formei, fui trabalhar em escritório de contabilidade e, com o tempo, me tornei professora. Hoje, formamos outros profissionais e deixamos um legado para as futuras gerações.” Marta também destacou o papel transformador da Universidade. “Quantas vidas já passaram por aqui e se modificaram por conta do curso? Mais de 3 mil formados até hoje. É um curso muito relevante para a sociedade, sempre primando por um ensino público e de qualidade.” Para ela, uma formação superior foi decisivo em sua vida pessoal e profissional. “Se eu não tivesse feito faculdade, não estaria aqui hoje.”


A diretora do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, professora Sandra Maria Scheffer, destacou o papel que o curso desempenha dentro da instituição e a ótima inserção profissional dos egressos. “Nós temos grande respeito pela trajetória do curso de Ciências Contábeis. É um curso que tem uma quantidade de alunos bastante representativa e tem uma empregabilidade muito grande”, observou. A diretora ressaltou que comemorar os 50 anos do curso é também uma oportunidade de refletir sobre o futuro e a responsabilidade da formação contábil. “É pensar no bem-estar da sociedade, no bem-estar das instituições e das organizações e, acima de tudo, em uma sociedade justa e equitativa, para que a gente tenha futuro, progresso e sustentabilidade.”
Participação de egressos


Segundo Ariane, o fato de estudar em uma universidade pública a motivou a pensar desde cedo em devolver à sociedade os aprendizados adquiridos, destacando que, por meio da contabilidade, é possível realizar trabalhos voluntários e impactar positivamente a comunidade. A egressa também ressalta o valor da educação como um instrumento que transforma vidas e amplia oportunidades: “Eu digo que a educação e o conhecimento hoje são o maior tesouro que uma pessoa pode ter. Já foi dinheiro, já foi terras, hoje é a informação e conhecimento que são primordiais.” Ela incentiva estudantes a aproveitarem as oportunidades de aprendizado, independentemente do curso escolhido, destacando que cada pessoa possui um talento diferente e deve buscar sempre se aprimorar.
Uma profissão em alta


A formação abre possibilidades para um amplo campo de atuação. Segundo Hélio, a contabilidade “atua no registro e no controle da saúde financeira de todas as entidades, todos os entes, tanto de pessoas físicas como pessoas jurídicas”, o que se estende do microempreendedor individual às grandes empresas, passando pela administração pública e pelo terceiro setor. Contador, gerente financeiro, auditor contábil, perito e gestor de custo são algumas das várias oportunidades de trabalho para um profissional da área.
O curso de Ciências Contábeis da UEPG tem duração de quatro anos e oferece 120 vagas anuais, divididas entre os períodos matutino e noturno. A procura é alta, e as turmas costumam preencher todas as vagas ofertadas. Segundo o professor Hélio, a empregabilidade é um dos pontos fortes da graduação. “É muito raro um aluno de Contábeis ficar sem estágio. Já no segundo semestre, muitos estão inseridos no mercado de trabalho. Isso acontece porque as empresas têm necessidade constante de profissionais com esse perfil”, afirma.


Natural do interior de São Paulo, Hélio decidiu cursar Ciências Contábeis depois de ter contato com amigos que trabalhavam na área. “Eu via o movimento dos escritórios, a questão do atendimento ao público, e achava interessante. No segundo ano do curso, quando comecei a conhecer mais a fundo a contabilidade e os campos de atuação, eu realmente vi que era aquilo que eu queria e vi que eu estava na profissão certa”, relembra. Ele iniciou a carreira trabalhando em escritório de contabilidade até migrar para a docência em 2003. Desde 2013, atua como professor da UEPG. “A formação superior acrescentou muita coisa na minha vida. Tanto financeiramente, porque abriu portas para várias oportunidades, mas principalmente a formação pessoal. Quando a pessoa passa pelo ensino superior, ele sai do banco da universidade com uma visão diferente de mundo, visão diferente de Estado, visão diferente das relações interpessoais. Vai muito além da profissão, é uma formação de cidadão”, afirma.
Futuros profissionais


Interessado na área de prestação de serviços, Gabriel já procura aplicar o que aprende na universidade, auxiliando amigos que têm empresas e buscando compreender a rotina da profissão. “Toda empresa precisa de um contador e de um administrador. Quero ganhar dinheiro fazendo uma coisa que eu gosto e ajudando outras pessoas a ganhar dinheiro também”, explica. Para ele, cursar o ensino superior é a melhor opção: “Se você enxerga um pouquinho fora da tua bolha, vai ver que fazer faculdade ainda é necessário”, afirma.
No terceiro ano da graduação, Eloise Bassani também destaca a empregabilidade como um dos principais motivos para ter escolhido Ciências Contábeis. “Entrei no curso por conta da área de trabalho, porque eu acredito que emprego nunca vai faltar”, disse. Antes, ela chegou a iniciar uma licenciatura, mas decidiu mudar de rumo ao perceber o potencial da contabilidade. “O curso é muito bom, é enriquecedor, tanto pessoal como profissional. Do meu ponto de vista, vejo que aprendi muita coisa que vou conseguir usar para a vida inteira.” Atualmente, Eloise faz estágio no setor financeiro da Prefeitura, e reforça que as oportunidades aparecem cedo: “A partir do momento que comecei a procurar algo na área, já consegui. Você ingressa no mercado de trabalho com muita facilidade.”
Texto e fotos: João Pizani





























































